Gael West é um homem abalado pela trágica perda da sua amada esposa, Olivia Thompson que infelizmente morreu num fatídico acidente. Gael, como qualquer viúvo, não se encontrava preparado para lidar com a ausência de Olívia em sua vida, tão pouco olh...
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LETÍCIA MENDONÇA
— Você não pode estar falando sério, Leti! - Melissa debateu de bruços em cima da cama.
Eu bem que queria dizer para a minha amiga o quão errada eu estava ao falar aquilo, mas não, porque aquela também era a mais pura verdade. Embora cá comigo mesma também não tenha gostado da forma como Gael agiu comigo na noite anterior. Ele me fez sentir, como se eu fosse simplesmente uma qualquer a passar por sua vida e não vou me fingir de fria, porque isso mexeu comigo.
— Por essa eu não esperava, não! - ela tornou a debater, agora está sentada.
Entrei no pequeno closet e peguei meu Bläser de ganga. Melissa tornou a falar mais qualquer coisa lá do quarto, mas eu não fiquei minimamente surpreendida com suas irrefutáveis conclusões.
— Eu falei que Gael não é esse viúvo tão delícia que você vive pintando! - tornei a dizer.
Minha amiga rolou os olhos. Sabe que estou a provocando, porque no fundo a verdade é essa. Embora em sua teoria, Gael esteja com ciúmes, o que na medida do possível é patético só de imaginar.
Oras, ciúmes?
Não tem porque esse tipo de comportamento acontecer entre nós dois. Tudo o que rola entre a gente, não passa mais do que uma atracção inexplicável.
Não nego que seja ruim de me sentir atraída por aquele homem do olhar de fogo que me consome até ao último fio de cabelo, que só alguém como ele tem capacidade de me deixar em pura combustão sem um único toque seu, que na realidade faz maravilhas com suas mãos hábeis em todo o meu corpo e que de paraíso, eu apenas estive perto de alcançar em meus pensamentos até Gael aparecer inesperadamente em minha vida.
Ele é em termos práticos um Deus mitológico entre quatro paredes, um dominador implacável para os meus sentidos. Só que daí a concluir perfidamente que ele sentiu ciúmes de uma mulher cuja semelhança a sua falecida esposa é ainda inexplicável com o irmão, que volto a relembrar nada de errado estávamos fazendo se não rir e beber, vai um passo grande demais.
— Isso é bobagem! - bracejei ao vestir o Bläser na frente da penteadeira. Dei uns retoques finais sobre os fios longos e escuros de cabelo e pisquei o olho satisfeita com o resultado obtido em meu reflexo.
— Se engane o quanto quiser, Letícia! - Melissa salientou com as mãos em meus ombros. O rosto vindo se pregar em cima do meu ombro. — Esse viúvo do qual você desdém, está sim, interessado em você e não é apenas lance sexual!
Tornei a rir, só para não chorar do absurdo que Melissa acabou de falar.
— Oh claro, você e suas teorias de paixonite!
— Vai debochando, vai mocinha! - minha amiga apontou o dedo ameaçadora. Parece quase certa de que os astros estão prontos para juntar duas almas feridas. — Depois quando a senhorita descobrir que está irremediavelmente apaixonada lá pelo viúvo... - faz aspas teatralmente para ver se me afeta. — É justo para mim que vai vir correndo a dizer: nossa Mel você estava super certa esse tempo todo... eu e Gael fomos feito um para o outro e não consigo imaginar minha vida sem o meu lindo viúvo ...
