Capítulo 10

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LETÍCIA MENDONÇA

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LETÍCIA MENDONÇA

Gael tem estado fora esses dias a negócios, segundo ouvi Jodi comentar ao telefone. Uma parte de mim ficou radiante ao saber daquilo, mas a outra ligada a um estranho sentimento de vazio, não gostou e eu ainda não consegui perceber porquê.

Estou a cerca de um mês naquela casa e tão de pressa ganhei feição aqueles dois meninos. De longe eles se parecem com as pestes que minha amiga Melissa Kelly tanto pontuou e a convivência com Gael também tem sido mais razoável do que alguma vez julguei após nossa última conversa.

Thomas e April acabaram de chegar e segundo sei, desejosos para preparar uma recepção surpresa para o pai que regressa hoje de viagem. Claro que mediante os olhinhos pidões da pequena April, eu tive alternativa se não falar que sim.

— Não esquece, você recorta essas letras e eu colo! - ela instruiu, como uma verdadeira artista.

— Assim? - eu perguntei ao pegar uma das tesouras de ponta redonda e comecei a recortar em volta da primeira letra. April assentiu com a cabeça e seu sorriso bangela não demorou aparecer. — E você Thomas o que vai fazer para dar as boas vindas ao seu pai?

No sofá, longe de onde eu e April estávamos, Thomas deu de ombros. Olhei para a irmã que bem atreveu abrir a boca para soltar alguma provocação. Eu é que não deixei.

Repousando a tesoura e a primeira letra recortada, eu fui me juntar ao lado dele. Num instante seus olhos voaram para mim e seu game nas mãos entrou em hiatus.

— Não sente saudades dele? - eu quis saber. Thomas é um garoto fechado, diferente da irmã que espalha alegria e colhe nostalgia.

Baixando a cabeça, Thomas voltou a retomar com o game. Ele não quer falar. Me vi tentada a tirar o maldito game de suas mãos, mas por outro lado não vi que fosse de meu direito fazê-lo.

Ao contrário disso, levantei e fui novamente para junto de April. Ela colou a primeira letra no grande cartaz azul, junto com umas purpurinas que lhe espalharam pelas mãos e rosto. A pequena está uma graça de brilho e colorido.

— Acho que seu pai vai amar sua recepção, abelinha! - eu lhe disse entre risos.

Abrindo um largo sorriso, April enterrou as mãos no rosto e demarcou mais aquele brilho em suas bochechas bem rosadas.

— Oh não! - ouvi a voz de Jodi e logo ergui as mãos rendida. — Quem vai ser a menina que vai arrumar toda essa bagunça logo termine esse trabalho lindo aí? - de mãos nos quadris, Jodi esperou uma resposta. Ainda que em passo de mágica me devolvesse com uma famosa piscadela de olho.

Os olhinhos de April bem buscaram em mim a salvação para fugir à responsabilidade e como viu que não havia surtido o efeito desejado, logo passou arrastar um pé de lã no chão alcatifado da sala.

— Nem adianta menina April! - irredutível, Jodi falou. — Vá vamos logo com isso que seu pai daqui a nada estará aí!

A soltar o ar pelos lábios, April começou agilizar seu pequeno trabalho e depois arrumou tudo sozinha. Quer dizer, não totalmente, porque eu lhe dei uma ajuda, mas que Jodi nem sonhe, ou muito ainda acaba brigando comigo.

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