Capítulo 7

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GAEL WEST

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GAEL WEST

— Desculpe, mas isso não pode ser verdade! Você na certa só podia estar embriagado, meu amigo! - constou Luri alguns dias depois, quando decidi contar para os meus amigos do ocorrido.

Fiz uma careta para ele.

Vicenzo do outro lado da mesa, também não pareceu acreditar em uma única palavra do que acabei de contar. E fato é que não estou louco, eu beijei sim, uma mulher que aparentemente não era Olívia, mas é como se no fundo fosse.

— Você não está a perceber, Luri! Eu não bebi uma única gota de álcool naquela tarde! - eu debati. — Eu juro por meus filhos que são as pessoas que mais amo, que não estou inventando  história alguma.

Luri olhou Vincezo, depois seu olhar voltou para mim com o mesmo tipo de pena que quase me fez mandar meus dois melhores amigos à merda.

Estou cansado de todo o mundo sentir pena do coitado do viúvo que não superou a falta da esposa e que agora põe fé de que a enxerga em todo o lado.

Tomei mais um gole da minha bebida para não acabar me zangando.

— Partindo do principio que isso seja mesmo verdade... - Vicenzo começou, seu tom era debochado. Minhas atenções também agora eram apenas dele, o orador do grupo. — Como ficou tudo depois? Quer dizer, não foi estranho, nem nada? Seus filhos não fizeram perguntas?

Pensei um pouco.

Na verdade fiz uma pequena regressão aquele final de tarde de sábado em que tinha tudo para dar errado. Minha cabeça recordo eu estava prestes a explodir, mas depois não sei, foi como se fosse tomado pela cura de não senti-la mais.

Ainda assim não foi fácil dizer para mim mesmo que aquilo que vi diante meus olhos não era bem o que devia ser. A aparência jovem e bela daquela mulher em minha casa continuava sendo a mesma de Olívia, embora a personalidade fosse outra. Só que depois enxergando minha doce April chamar Letícia de mãe foi como avivar as perdidas batidas de meu peito. Eu tive fé de que dali em diante minha vida podia se tornar menos dolorosa, caso ela dissesse um único sim.

— Claro que foi estranho! - confessei. — E para falar a verdade, ainda continua sendo, pois não encontro explicação para tamanha semelhança... - tomei outro gole da bebida. Digerir aquela recordação ainda me faz certa confusão. Luri apenas por si só, deu uma tragada em seu cigarro. — Meus filhos então ficaram confusos, talvez mais April do que Thomas. Você sabe, April logo ficou pensando que inocentemente a mãe havia voltado da sua grande viagem e que tudo voltaria a ser como era de antes.

— Crianças! - Vicenzo comentou ao pegar um cigarro da cartela e acendê-lo.

Irritado peguei o maldito cigarro de sua mão e apaguei-o no cinzeiro. Luri riu daquilo, como se  fosse realmente engraçado. Mas Vicenzo estava capaz de ficar azul, se não roxo.

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