11 A tempestade ao meio-dia

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Acabo de limpar o sangue e penso em como me livrar dos corpos, olho para o rosto deles, eu podia dar um jeito de colocar eles em algum lugar...Pego um dos corpos e coloco em um dos baús que estavam no porão arrasto dois para fora da casa, me afasto da mesma chegando perto de um córrego, vejo as raízes de uma arvore meio aberta e cavo la, coloco o homem la, tampo o buraco com as mãos me cortando no processo, limpo meu sangue na camisa e continuo tentando encontrar um lugar para o outro corpo, ando até que encontro uma cabana, me parece ser de um lenhador, cavo pelas redondezas e jogo o outro corpo la, afinal, o melhor jeito de se livrar de um assassinato é com outro culpado, as nuvens se fecham e ouço trovões, no intante que olho para cima um relâmpago corta o céu em dois, decido encerrar minhas atividades por hoje e voltar para casa, meu pé ainda dói pelo acidente da árvore de ontem, e parece que só piora a cada passo que dou, em mais um trovão como um grito de misericórdia a chuva começa a cair sem piedade, apresso meu ritmo em rumo a minha casa enquanto vejo árvores tremerem em agonia tentando se manter de pé contra o vento intenso que se formou, chego em casa quase sendo arrastado pela correnteza da água que escorria pelo chão forrado de grama e lama, tiro meus sapatos na porta de casa deixando eles serem levados pela correnteza.

- Pelo menos não vão me rastrear até aqui... - Digo cansado me escorando na porta fechada, a água gruda meu cabelo no meu rosto deixando minha visão horrível, vou subindo até o quarto e respiro fundo, me preparando para reagir se Samanta tentasse me atacar, mas a encontro encolhida na cama com uma coberta enrolada no corpo.

- Keith, o que aconteceu com você?

Olho meu próprio estado, mãos cortadas, corpo sujo de lama, e cabelo completamente bagunçado, pela minha pele pálida e olheiras ja posso ir para uma comic con fantasiado de zumbi, a olho, um olhar completamente exausto.

- Nada.

Vou em direção ao banheiro e tiro a roupa entrando na hidromassagem, sinto meus músculos tensos se acalmarem ao toque da água quente, meu batimento cardíaco diminui gradativamente enquanto descanso, meus nervos finalmente se acalmam e sou capaz de pensar com mais clareza, penso em como tratei a Samanta ontem, sinto um remorso imenso por deixar os cães atacarem ela enquanto eu observava, me afundo um pouco mais na hidromassagem e coloco minhas mãos na cabeça, meu rosto e cabelo estão frios, me sinto morto novamente, como me sentia antes de conhecer a Sam, eu não gosto disso, nem um pouco, quero minha felicidade devolta, eu preciso dela devolta, quando noto estou saindo da hidromassagem com uma toalha em volta da minha cintura, caminho até a cama aonde Samanta está deitada e me deito atrás dela, coloco meu rosto na nuca dela, ela se debate um pouco.

- Sam, por favor para, eu.....só preciso de um abraço....

Ela não reage, não fala, não protesta, nem se vira para me abraçar devolta, só fica quieta, coloco meu braço esquerdo embaixo da cabeça dela e meu braço direito por cima do ombro dela, sinto as mãos quentes dela segurarem meu braço, mas não tentam tirar ele da posição, apenas o seguram, um toque gentil que só ela consegue ter, sinto o cheiro do cabelo dela, do sabonete que ela usa, e sinto sua respiração no meu braço, esse momento é perfeito, sinto como se nada pudesse estragar isso, o tempo para por alguns segundos e sinto a respiração dela ficando mais lenta e calma, ela finalmente dorme junto comigo, na mesma cama que eu, mal consigo conter a minha felicidade quando penso assim, a tempestade estava alta, feroz, voraz, mortal, mas eu estava com ela, e isso é o bastante....minha Sam~♡

Coração YandereOnde histórias criam vida. Descubra agora