Após algum tempo fazendo uma maratona de Grimm eu acabo dormindo sentado no tapete felpudo do chão da sala ao lado da Sam, um piscar, eu juro, em uma piscada os alarmes começaram a apitar, olho para o lado e ela não está mais la, vejo o vidro da janela quebrada, abro a porta e corro até o quintal da casa, tiro dois cães de caça e dou meu braço aonde ela estava encostada para eles cheirarem, eles começam a latir e solto eles, eles correm em disparada entre a mata, desviando dos galhos e pulando as raízes, abro o zíper do macacão tirando a parte do torço e amarrando as mangas na cintura para me mover melhor, tropeço em uma raiz e caio, meu pé lateja de dor mas me levanto voltando a correr atrás dos cães, minha mente vai e volta entre raiva, tristeza, e preocupação, ouço alguns gritos e ouço os cães atacando, chego no lugar e tenho tempo de ver ela sendo atacada, os cães a mordem e arranham, assobio e eles param se sentando, ela me olha do chão machucada, me aproximo e pego ela pelo o pulso a erguendo, ela continua tentando lutar e eu me viro olhando ela nos olhos.
- ESCUTA AQUI, EU SOU CEM VEZES PIOR DO QUE ELES - com a minha outra mão aponto para os cães com ódio pingando pelas minhas palavras - SE CONTINUAR ME TENTANDO ASSIM VOU TE DAR UMA LIÇÃO QUE....AAAAHHHGG.
Respiro fundo colocando a mão na cabeça solto um grunhido de frustração e ódio, ela para de resistir e voltamos para casa sendo seguidos pelos cães, entro na casa junto com eles e abro a porta que fica debaixo da escada que da acesso para o porão da casa.
- E FICA AI!! - jogo ela lá dentro e fecho a porta, escoro minhas costas na porta e escorrego até o chão colocando minhas duas mãos na cabeça - Idiota, idiota.....idiota - falo baixo batendo minha nuca na porta, os cães se aproximam de mim sentados ao meu lado me confortando, fiz de tudo o que podia para ela se sentir bem, se sentir querida, talvez ela não goste disso, talvez ela prefira um jeito mais agressivo.
Sinto ela batendo na porta.
- KEITH, ME DESCULPA, POR FAVOR, ME TIRA DAQUI.
- AAAAAAA NÃO MEU AMOR - fico de pé com a minha mão direita na porta - FIZ DE TUDO POR VOCÊ SAM, MATEI, FUGI DA MINHA ANTIGA VIDA, E VOCÊ ME RETRIBUI ASSIM? SUA INGRATA - dou um soco na porta e ouço ela se afastando da mesma - AS COISAS VÃO SER DIFERENTES A PARTIR DE AGORA SAM, VOCÊ SÓ SAI DAI DEPOIS QUE APRENDER A RESPEITAR O QUE EU FAÇO POR VOCÊ.
Saio com os cães para o quintal os trancando lá denovo, passo pela sala e consigo ouvir ela chorando, isso me machuca muito para ser sincero, quero ir lá, abraçar ela, beijar ela, agradar ela, mas tenho que me segurar, amanhã cuido dos machucados dela, subo as escadas e tomo um banho no banheiro da suíte, ligo o chuveiro deixando a água quente cair pelo meu cabelo bagunçado, me acalmo sentindo a água fluir pelo meu corpo e abraço meus ombros de cabeça baixa, respiro fundo como se isso fosse algum tipo de encorajamento e começo a tomar banho, desligo o chuveiro me secando, saio do quarto usando uma boxer e passo a toalha no meu cabelo, me olho no espelho e me sinto literalmente como um cadáver, pele pálida, olhos vazios e olheiras enormes, jogo a toalha por cima de uma poltrona no quarto e me jogo na cama, passo a mão pelo espaço que devia estar sendo ocupado pela Sam, fecho os olhos pensando em como ela está, demoro um tempo para dormir e na realidade não noto quando acabo dormindo.
Acordo pela manhã, os pássaros cantam perto da janela de vidro, me levanto da cama lembrando dos eventos da noite passada como se a realidade me batesse, puxo um Kit de primeiros socorros de debaixo da cama e desço as escadas, chego na porta que fica abaixo delas e bato nela algumas vezes.
- Já aprendeu a se comportar Samanta? - pergunto escorando na porta em um tom frio, a resposta por outro lado soa um tanto aliviada.
- Keith, por favor, me ajuda - a voz dela é fraca, percebe-se ao longe que ela está cansada e fraca.
Abro a porta e vejo ela escorada na parede paralela a porta.
- Não teve coragem de descer as escadas até o porão de verdade huh? - ela me olha pálida tremendo um pouco, no começo imagino ser pelo sangue e o frio mas ligo a luz e desço as escadas, chegando la vejo alguns corpos, o cara que me vendeu a casa realmente tinha um problema com eles huh, estavam presos em correntes e em ganchos de frigorifico, coloco a mão na nuca - Esse povo ama me dar trabalho não é? - olho o chão completamente enxarcado de sangue seco e vou até a Samanta - não sabia dor corpos aqui, agora entendi a pressa de vender a casa, mas vou ter uma conversinha com ele, não se preocupe.
Pego a pequena, pálida e trêmula Samanta, a levando nos braços até o sofá, fecho a porta do porão para o cheiro não sair e me ajoelho na frente dela vendo os machucados que os cães fizeram nela.
- Vai me desobedecer denovo Sam? - enquanto enfaixo o braço dela ergo levemente meus olhos cinzas entre meu cabelo negro a olhando - Eu sou a coisa menos perigosa que existe, só quero cuidar de você, então para de ser teimosa e me deixa fazer isso.
Consigo pegar ela fazendo um leve sinal de "sim" com a cabeça, retribuo com um leve sorriso e olho a janela, fico sério novamente e seguro o queixo dela a olhando nos olhos.
- Saia dessa casa denovo, não importa para onde você vá, eu vou revirar todas as pedras e matar qualquer um que ficar no caminho, nem no inferno você vai escapar de mim Sam, se quiser ir vá, tente a sorte denovo mas se eu te achar, você vai ter sorte se acabar como um daqueles corpos no porão - ela volta a tremer me olhando nos olhos, me sinto horrível por fazer isso, mas se é o único jeito dela me ouvir que seja, a pego no colo novamente precionando o corpo dela contra meu peitoral e a levo para o nosso quarto e coloco ela na cama - Vai dormir, por agora vou cuidar dos corpos no porão - vou até o closet colocando uma roupa velha finalmente cobrindo meu corpo com alguma coisa, saio pela porta a trancando do lado de fora, junto alguns produtos químicos para limpar o sangue e vou para o porão.
- aquele idiota vai se ver comigo.
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Coração Yandere
Novela JuvenilUm jovem que nunca sentiu nada, abandonado pelos pais e excluido socialmente sente uma nova emoção ao conhecer uma aluna nova, seu coração o lembra de que está vivo...e realmente errado querer "proteger" este sentimento?