Contrato de Paz

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M.F

Bom, estou com Marisa em meus braços agora, num abraço que durou quase 20 minutos, mas tenho certeza que é bem melhor do que se estivéssemos discutindo. Bem melhor.

-Miguel... - ela me soltou e nos olhamos nos olhos. -Primeiramente, quero te pedir perdão por todas as... - a interrompi.

-Não é só você quem tem que pedir perdão. Nós dois caímos numa armadilha...

-Espera aí. - levantou do meu colo. -Como sabe disso?

-Você não imagina? - sorri ironicamente.

-Ah, Aracy. - colocou as mãos na cabeça, rindo. E pareceu pensar, em seguida. -Alguém também falou coisas de mim pra você?

-Sim. - balancei a cabeça, me lembrando de todas aquelas asneiras que saíram da boca de Zaíra.

-Quem? O que falaram? - parecia perdida ao me olhar.

-Acho que isso não importa mais, né... - estralei os dedos.

-Importa sim! - sentou ao meu lado e cruzou os braços, fazendo birra.

-Não mais. - acariciei sua perna. -Estamos bem agora, não estamos? É melhor não correr atrás de uma coisa que aconteceu há quase dez anos atrás. - ela concordou com a cabeça.

-É. Só queria saber porque fizeram isso. - apoiou sua cabeça no sofá.

-Gente sem nada pra fazer. Bando de pobres! - frizei a última frase, imitando meu personagem, e ela riu.

-Eu tenho horror a pobre! - imitou meu personagem e riu.

-Vamos assinar um contrato de paz. - saí a procura de um papel e uma caneta.

-Larga a mão de ser palhaço, Falabella. - riu. -Não precisa de papel nenhum. - revirou os olhos.

-Ah, e o que sugere? - perguntei, ela se levantou e andou até mim, me olhando com um ar de mistério, que, sabe se lá porquê, estou gostando.

-Está assinado nosso contrato de paz. - me agarrou pelo pescoço iniciando mais um beijo.

-Uau! - Aracy e Tom entram, nos atrapalhando de novo, nem tínhamos visto a porta abrir.

-Demoraram pra perceber a porta aberta, hein. - Tom comentou, e eu e Marisa nos olhamos assustados.

-Faz tempo que a porta tá aí aberta, nenês. - Aracy falou, puxando Marisa pra um abraço, e ela ainda me olhava sem acreditar. Estava tão corada, que ainda me deu vontade de beijá-la novamente.

-Como assim? - perguntei e Marisa começou a rir. Bem capaz de ela estar rindo para não chorar.

-A gente abriu a porta há uns... - olhou o relógio. -Quase 30 minutos. - Marisa mordeu os lábios, prendendo nais um riso, e eu sorri de lado, revirando os olhos.

-30 minutos, ham... raiai. - Tom falou querendo mudar o rumo da conversa e Marisa corou, rindo. -Confio não. - Aracy bateu em seu ombro. -Aracy anda muito agressiva ultimamente.

-Shiu. - Aracy riu, revirando os olhos.

-Espera. - Tom saiu rondando, como se estivesse inspecionando o camarim. -Nada pegando fogo, ou que tenha pego fogo... nada amassado, rasgado ou pisado... - balançou a cabeça e se aproximou de mim, me olhando de cima a baixo. -Cabelos arrumados, e a sua roupa não está rasgada... - fingiu estar surpreso. -Meus parabéns, vocês se superaram. - bateu palmas, e Aracy revirou os olhos.

-Eu avisei. Queria que tivéssemos apostado, eu ganharia um dinheiro bom. - ela sorriu. -Ele falava que esse camarim ia precisar de uma nova reforma antes mesmo de terminarem de fazer essa.

Eu Odeio Te AmarOnde histórias criam vida. Descubra agora