Como duas crianças.

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M.F

Marisa acabou adormecendo, com a cabeça apoiada em meu ombro. Encostei minha cabeça na dela, logo sentindo o seu cheiro maravilhoso invadir minhas narinas, e sorri de lado. Em menos de uma hora, chegamos em São Paulo, no aeroporto de Congonhas.

-Ei... - a chamei pra que ela acordasse, porém nem se mexeu. -Marisa, chegamos... - se mexeu, mas não acordou, levantou sua cabeça, a deixando sua boca bem próxima da minha e eu respirei fundo. -Ma...marisa?

-Hm... - ela abriu os olhos. -Ah, oi. - se afastou de mim, respirando rápido, talvez pelo susto.

-A gente já chegou. - sorri de lado com o desespero dela.

-Oh, sim... - olhou pra fora, pela janela, e se levantou.

-Calma! - ri com seu jeito, está completamente bamba de sono.

-Aracy! - saiu revirando os olhos, gritando Aracy, que prontamente a respondeu e as duas desceram.

-Bora, cara. - Tom me chamou com a mão, peguei a bagagem de cima e desci do avião.

Sentamos em bancos no estacionamento da parte de fora do aeroporto, esperando que os táxis já contratados chegassem.

Sentei ao lado de Marisa, entre ela e Tom. Acho que ela nem reparou, estava concentrada demais em algo no celular, ela parecia nervosa, mas ignorei isso.

-Que merda. - colocou o celular em sua perna.

-Que foi? - perguntei e ela me olhou meio assustada, ela realmente não tinha me notado aqui.

-Ah, meu celular. Descarregou. - revirou os olhos. -Alguém tem carregador? - perguntou pra Aracy, Luís e Márcia que estavam no banco do lado, todos balançaram a cabeça negativamente.

-Marisa Orth esquecer de algo tão importante? Acho que vou ter que te ligar pra lembrar dos seus compromissos. - imitei a fala dela comigo ao telefone, e a mesma revirou os olhos.

-Não começa. - olhou pra Tom, e bateu na perna dele, estava cochilando um pouco. -Tom!

-Fala. - tirou o boné da cara e olhou pra Marisa.

-Tem carregador?

-Tenho. - com essa resposta, Marisa sorriu quase dando graças à Deus.

-Me empresta, por favor?

-Tá na minha casa. - Marisa arqueou a sobrancelha e fechou a cara. -Ué, você perguntou se eu tenho, não se eu trouxe. Eu hein. - Tom deu de ombros, rindo ao olhar pra cara dela, e eu fiz o mesmo.

-Péssimo. - Márcia falou, rindo do outro lado.

-Eu só não trouxe porque sei que no apartamento tem, caso contrário eu teria trazido. - Tom completou. -Sossega aí, gata gasolina.

-Meu, você é ridículo, Tom Cavalcante. - Marisa revirou os olhos com o apelido.

-Esqueceu de perguntar pra alguém. - falei, a fazendo cruzar os braços.

-Ah, vai me dizer que você tem? - perguntou praticamente pedindo. -Dããããh, Marisa. Ele não tava lembrando nem a hora da viagem, quem dirá de um carregador. - colocou as mãos na cabeça.

-Pra sua informação, eu trouxe sim um carregador. - dei de ombros e olhei pro lado onde Tom estava, vendo que ela gaguejou.

-Sério?

-Não. - olhei pra ela de volta, e Tom bateu na minha perna, rindo.

-Boa, cara.

-Hoje vocês tiraram o dia pra me irritar, né? Misericórdia. - Marisa falou, encarando o teto, depois voltando seu olhar para nós.

Eu Odeio Te AmarOnde histórias criam vida. Descubra agora