Eu odeio querer você

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M.O

Merda, que dor. Pisco os olhos algumas vezes pra me acostumar com a claridade e me sento, colocando as mãos na cabeça, que está doendo absurdamente.

-Até que enfim, você acordou. - Miguel chega na porta do quarto e eu olho ao meu redor pra conferir se estou no meu quarto... se estou no meu quarto, o que ele faz aqui?

-O que você tá fazendo aqui? - cruzo os braços e pisco os olhos mais algumas vezes.

-Como assim o que estou fazendo aqui? Você não se lembra do que rolou essa noite? - fez cara de surpreso e eu arregalei os olhos, num pulo me levantei da cama.

-Ro...ro... - comecei a gaguejar, não estou raciocinando, não pode ter acontecido nada! -O quê?

-Foi uma noite maravilhosa, Marisa. Aconteceu algo aqui nesse quarto, que pegou fogo.

-Isso não pode ser verdade... - sento lentamente na cama ainda abismada e cubro o rosto com as mãos.

-Você se entregou pra mim, Marisa Orth. - sorriu, e piscou pra mim.

-Não, não, não.

-Para de encher ela, Miguel! - Márcia chega no quarto batendo no ombro de Miguel e eu olho pra ela como quem quer explicações. -Não liga pra ele, é mentira. Se entregou pra ele... - riu. -Só se ele quis dizer da hora em que ele te trouxe no colo mesmo. - começou a rir, me dando um copo de água com um comprimido para dor de cabeça, e eu encarei Miguel.

-Você acabou com a minha diversão. Sua sem graça, ridícula. - estirou a língua em direção a Márcia e ela retribuiu o gesto. -Mas suas reações foram impagáveis, eu deveria ter filmado. - ele começa a rir enquanto tomo o comprimido.

-Não tem graça nenhuma. - coloco o copo no criado mudo e me sento na cama de "perna de índio".

-Um pouco. - ele balança a cabeça arqueando as sobrancelhas e eu reviro os olhos com um sorriso irônico no canto da boca.

-Agora que ela acordou, e tá bem, você já pode ir. - apontou a porta da saída, eu ri e fiz o mesmo.

-Ótimo agradecimento. - ele fala e eu reviro os olhos. -Você é pesada, minha coluna está doendo. - coloca as mãos na coluna.

-Pensei que você fosse forte... - balancei a cabeça. -Ops, me enganei! - eu e Márcia começamos a rir.

-Quer um comprimido, quer? - Márcia pergunta a Miguel, com uma voz dengosa.

-Ele quer um comprimidinho, Márcia... - imitei a voz de Márcia.

-Vocês não tem o senso, viu. - Miguel balançou a cabeça negativamente.

-Já volto. - Márcia pisca pra Miguel, saindo do quarto, nos deixando sozinhos novamente.

-Podemos não ter feito o que te fiz pensar que tivemos, mas ontem, você alegrou minha noite. - se sentou na cama, sorrindo, e eu também, de nervoso, só se for.

-Como assim? - engoli seco ao fazer a pergunta.

-Ah, esquece. Melhor eu guardar só pra mim mesmo. - balançou a cabeça.

-Me conta, Falabella. É sério.

-Você não vai gostar de saber tudo o que você fez ontem. - retrucou, com um sorriso que brincava no canto de sua boca. Maldito!

-O que eu fiz, Miguel? - insisti.

-Você não lembra de nada? Quando eu bebo muito, no outro dia pode até demorar, mas depois eu lembro de grande parte das coisas.

Eu Odeio Te AmarOnde histórias criam vida. Descubra agora