A loucura é o normal por aqui

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Depois do beijo, Edson decidiu falar tudo.

-Perdão, mas eu não conseguiria me segurar mais. - ele encarou Cláudia, que o olhava surpresa, ainda sem reação.

-E... por quê? - arqueou a sobrancelha, depois de recuperar o fôlego.

-Por que do quê?

-Não entendi. - riu de lado e ele fez o mesmo.

-O porquê de eu não conseguir me segurar, ou o porquê do beijo? - com essa pergunta, ela ficou mais confusa ainda.

-Tem diferença? - perguntou sem entender. Já tensa, presa ao olhar dele, apesar de encarar muito sua boca também.

-Na verdade, tem. - balançou a cabeça. -Porque eu poderia te beijar em um outro dia, outra hora, outra ocasião.

Cláudia pensava em interromper, sendo direta e dizer que havia sido no momento certo, mas resolveu deixar ele continuar. Sabia que, como ela, não gostaria de ser interrompido. Parecia ser importante.

-Mas estamos aqui, e depois de até a música lançar a indireta, não teria porque eu esperar mais. - Cláudia sorriu de lado com a fala. -E, além do mais, eu queria há muito tempo. - falou, olhando em seus olhos e segurando suas mãos. -E sobre o porquê dele... nós dois sabemos. - por fora ela o escutava atentamente, séria, apesar do tom avermelhado de sua face e do brilho diferente nos olhos, mas, por dentro, ela gritava. -Não somos mais crianças. Eu deveria ter dito antes. Mas esperar até hoje só me deu mais certeza, e, como disse a música, foi inevitável que eu me apaixonasse por você.

-Você não poderia ter escolhido momento melhor. - sorriu. -Apesar de eu achar que demoramos demais... foi melhor assim. - o sorriso de Edson apenas cresceu, e com toda a felicidade pegou-a no colo, e a girou pelo estacionamento. -Me põe no chão! - gritou, rindo. E, ao descer, recebeu mais um beijo, o qual fez questão de intensificar, enquanto era prensada contra o carro.

.

-Alguém avisa? - Tom fala, ainda observando a cena.

-O que? - Márcia se aproxima e ri. -Eles não teriam coragem. Eles pensam. E têm responsabilidade. - apenas deixou mais uma escapar no ar, piscando pra ele.

-Você ainda não pegou? - Miguel cochichou, depois de ter se aproximado de Tom.

-Mais ou menos. - deu de ombros. -Acho que ela espera alguma atitude da minha parte em relação à um compromisso.

-Será que é porque ela é sensata? - o perguntou, com ironia.

[...]

Marisa seguiu para a varanda, na esperança e provocação de que Miguel fosse atrás dela. E ele realmente foi. Mas não tentou nada. Queria provar que tinha mudado e que, mesmo que ela não quisesse nada naquele momento, faria questão de aproveitar o simples privilégio de ter sua companhia.

-Não me olha assim! - Marisa riu, quebrando um silêncio que se fez presente por mais de dez minutos.

-Assim como? - Miguel a fitou com o olhar e ela desviou, sorrindo.

-Eu já tô começando a achar que tem alguma coisa no meu rosto. Para. - arrumou uma mecha de seu cabelo, disfarçando a vergonha que sentia, sabe se lá porquê.

-Mas tem. - e o seu semblante envergonhado foi automaticamente substituído por um assustado.

-Oi? - começou a tocar seu próprio rosto a procura de alguma coisa errada. -O quê?

-É que você é linda demais pra ser verdade... - Miguel piscou e Marisa cobriu o rosto com as mãos, se sentia como uma adolescente e não negaria isso.

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⏰ Última atualização: Aug 19, 2020 ⏰

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