Estritamente Profissional

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M.O

Foi tão bom! Tive que segurar várias vezes esse meu riso frouxo. Mas chegou na parte em que "Caco" está sentado no sofá, ainda emburrado, e eu (Magda), chego querendo "Canguru Perneta", nome super tosco.

-Tá olhando o que? - Miguel interage com a platéia, talvez esperando que eu entrasse. Eu ainda estou insegura de fazer isso, tanto porque vai ter cena de beijo agora e... Bom, chega de frescura, Marisa. É só um beijo profissional, nós dois já fizemos isso várias vezes há alguns anos atrás.

-Caquinhoo..! - entro e ele me olha. Começo a fazer uma massagem nas costas dele.

-Olha, olha, o que você tá querendo? Eu tô sem nenhum tustão aqui. - e a platéia ri.

-Não, meu bem. Você está muito stressado. - dou a volta e me sento em seu colo, senti um calafrio de leve por estarmos tão próximos assim, mas não me importei.

-Você tá querendo alguma coisa, Magda... - no personagem, tenta não olhar muito pra mim, nem pro meu corpo.

-Talvez. - faço a maior cara de sapeca, olhando pra ele e pra platéia, que ria. Enquanto o diretor nos olhava receoso. -Faz tanto tempo que não fazemos um canguruzinho perneta... - olho pra ele sedutora, enquanto a platéia ria com o nome, e nós dois prendíamos o riso.

-Ah não, Magda... - "Caco" ficava cada vez mais nervoso olhando para o corpo de "Magda". Imito um canguru, olhando pra ele.

-Faz tanto tempo.... uma semana... - coloco as pernas pra cima.

-Uma semana sem canguru perneta.... é, já chega! Eu não resisto. - AH MEU JESUS, É AGORA, se controla, Marisa. Magda... no caso, eu, sorrio vitoriosa e ele, me puxa pela cintura para mais perto dele, o que me fez sentir muitos arrepios.

E enfim me beija. E pior que, da minha parte, senti coisas tão.... estranhas. Dói admitir, mas eu estava com saudades desses beijos do Falabella.

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Durante o beijo, ambos pensavam, e tentavam não admitir a si mesmos que estavam com saudades um dos lábios do outro. E sim, foi um beijo cheio de desejo e saudade. Ah, não. Imagina. Isso foi estritamente profissional. E por favor me digam que acreditam nessas palavras. Pareceu até que o tempo parou, mas Miguel infelizmente lembrou que ele tinha que tirar os dois de cena.

-Agora, vamos. Aqui temos platéia. - a pega no colo e sai de cena. Ela desce do colo dele atrás do cenário improvisado, e ficam ouvindo os aplausos e as gritarias. E isso porque eram só os diretores e o povo da Globo. Imagine no dia da estréia!

Se olharam por bastante tempo. Até Tom chegar e quebrar o silêncio.

-A gente arrasou, véi. - bateu nas costas de Miguel. -Fiquei feliz por ter voltado, Marisa. - e sorriu pra ela.

M.F

-Eu também. - Orth o respondeu com um sorriso nos lábios, e tento ao máximo não reparar nesse maldito sorriso.

-MARISA, MINHA PRINCESA! - Aracy entra já abraçando Marisa.

-Fala, minha rainha! - Marisa beija a testa de Aracy.

-Alá, começaram. - Tom revira os olhos rindo. -Bora conversar, cara. - e me puxa para um sofá.

-Que beijo técnico, hein! - Tom ri, irônico.

-Cala a boca, Tom. - reviro os olhos. -Mas o que mais poderia ser? Foi estritamente profissional! - falo arrumando minha gravata e tentando ignorar que, pra mim, esse negócio de "profissional" pareceu mais uma mentira.

-Tá. Pode me falar qualquer coisa, mas técnico aquilo não foi. - deu de ombros.

-Como não, cara? Aqui é tudo técnico. - dei de ombros também.

Eu Odeio Te AmarOnde histórias criam vida. Descubra agora