Prólogo

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Mateus

- Mais de uma hora de atraso, Mateus. Eu já estava sem desculpas para explicar para toda a família o porquê de o jantar não começar. Espero que você tenha uma explicação digna!

Assim que passo pelo o umbral, dou de cara com o senhor Damião, ele tem a expressão fechada e tensa. Os olhos azuis, que herdei, estão sem brilho algum. Isso não é um bom sinal. Os cabelos pretos salpicados de fios brancos estão com seu costumeiro penteado contido, nenhum fio fora do lugar. A boca retorcida em contrariedade e os punhos fechados em cada lado do corpo.

Sim, papai está irritado.

- Damião.... - Mamãe chama baixo, tentando livrar minha pele como sempre.

- Basta, Marta - ele levanta a mão - Ele tem que aprender que os compromisso assumidos tem que ser cumpridos, que um homem tem que segui sua palavra. Que suas atitudes de moleque não podem continuar e que isso só suja ainda mais o sobrenome que ele carrega e faz questão de menosprezar, dia após dia.

- Papai, tive um imprevisto - interrompo seu acesso de sermão. - Eu vou me explicar e desculpar-me com todos. Agora vamos, para não atrasar ainda mais.

Ele sacode a cabeça, abre e fecha a mão algumas vezes e respira fundo. Ele parece não ter aceito minhas desculpas. É nítido que, pelo momento, ele segura-se para não discuti. Pois se eu conheço bem meu pai, eu sei como ele não deixará isso esquecido. Contudo, hoje eu não queria discutir com ele.

Por isso, desvio o olhar para a elegante figura ao lado. A senhora Marta Ávila, minha mãe. Ela não está irritada, mas tem a expressão frustrada e decepcionada. Bem sei que ela deveria estar segurando a explosão do meu pai e tentando defender-me a todo custo. Para ela, tudo era uma fase e que com brigas eu não mudaria. E ela estava mais que certa. Eu não mudaria, pois não estava fazendo nada de errado.

Olho mais atentamente para bela mulher, que usa um vestido no tom bege e sapatos na mesma tonalidade, jamais aparenta ter a idade que tem, quem a ver ao meu lado, pensa que é minha irmã mais velha. Dou um passo e já tenho ela em meus braços, beijando seus cabelos escuros da mesma cor que o meu. Ela também me aperta forte, como se fosse uma reprimenda, mas logo está alisando minhas costas com suas mãos para cima e para baixo. Isso parece irritar ainda mais o senhor Ávila, que branda forte:

- Eu fui um pai relapso. Eu deixei isso rolar por muito tempo. Mas isso acaba hoje mesmo - Senhor Damião diz e sai a passos duro e decidido rumo a sala de jantar.

Eu fico somente olhando na direção, eu nunca o vi tão irritado assim, mas eu podia bem desconfiar que isso tudo tinha a ver com a última fofoca que saiu sobre mim. Mas eu podia provar que era tudo uma mentira. Uma jogada de uma garota interesseira, aquelas que caçam a fortuna de homens ricos como eu, mas ela não sairá ganhando nessa. Eu vou mostrar a ela, que comigo não se brinca. Ela vai aprende que nunca devem me enganar e muito menos me enfrentar.

- Ele só quer o seu bem, entenda seu pai - mamãe, pede ainda em meus braços. Apenas assinto com a cabeça. Eu sei o que ela quer dizer, afinal eu passei minha vida toda sobre essa "pressão ", uma consequência dura de ser filho único, eu carrego comigo a obrigação de ser perfeito. Afinal, sou o primeiro herdeiro. Aquele onde cai sobre nas costas toda responsabilidade.

Contudo, eu sou jovem. Hoje pleno sábado. Onde eu poderia estar indo para alguma balada ou encontrar alguma mulher da lista de "Excelentes para foda" para ter uma movimentada noite, mas não. Estou aqui na casa da minha família. Papai inventou um jantar de negócio misturado com um encontro familiar, que eu apostava que seria um porre. Eu até poderia ter inventado alguma desculpa, eu era bom nisso. Com tudo, dizer não para o velho Damião era quase impossível, ainda mais se ele estivesse colado em seu pé, como um bom cachorro que fareja alguma mentira ou vexame.

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