Capítulo 5

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Mateus

Saio do banheiro, respirando fundo e aliviado.

Afinal, eu tinha conseguido uma noiva, insuportável e de língua solta, mas ainda assim uma noiva.

Porra!

Eu ainda não fazia ideia onde minha cabeça estava quando deixei Victor me convencer que minha única saída era propor que Isabella aceitasse se casar comigo. Que ela era perfeita, por ter o principal requisito que papai pedia, pois segundo ele, a menina jurou nunca ter namorado para o médico e até mesmo ficou incomodada ao ser questionada sobre isso. Uma virgem, singela e sem um passado. Sem falar que era uma maneira excelente em demonstrar para o ditador Ávila, que eu era um homem melhor, que não estava mais sendo seduzido por peitos, bundas e corpos espetaculares. Ou talvez, que seu jeito simples instigava que agora eu preferia uma mulher que não fosse tão vulgar e fútil. Que ela é completamente diferente das mulheres com quem fui visto ou associado, principalmente, as mais recentes.

Isso eu concordava, pois não tinha costume de sair com nenhuma louca. Mas, com frustação, tinha que dar ao braço a torcer pelas as outras questões. Isabella parecia ser modesta e pura. Uma garota que estava longe de ter os atrativos que me chamavam atenção. Seu rosto é pálido demais, com olheiras profundas, parecia que nunca soube o que é dormi, talvez alguma maquiagem possa fazer algum milagre. Seus cabelos longos e volumosos, poderia ser cortado e cuidados por um especialista. Seu corpo magro demais, poderia ser melhor vestido por uma personal stylist, que não reclamaria, pois com certeza era o tipo ideal para ela, mas não podia dizer que era o que eu preferia, eu gosto que as mulheres com quem eu saio, tenha mais curvas. Então, poderia apresentar um educador físico para ela. A exceção, o que pode ser considerado extraordinário nela, são seus olhos verdes, grandes e cintilantes, que de alguma forma pareciam me deixarem detento deles.

Bufo contrariado.

Pois, agora o que importa não é o que eu prefiro, mas o que eu preciso.

E com dor, tenho que admiti que preciso de Isabella.

Mas isso não importa. Afinal, nosso envolvimento seria todo falso e não tinha pretensão nenhuma de fugir disso.

Com um gemido ajeito meus cabelos que estiveram sujeitos aos meus acessos de raiva, para enfrentar o poderoso Ávila.

Ao primeiro passo, já posso avistar papai na minha sala. É nítido que Victor, tenta o entreter, mas ele não presta muita atenção no que meu amigo fala. Pelo contrário, olha par minha mesa e sacode algumas vezes a cabeça. Se bem o conheço, deve estar recriminando minha ausência e a pouca bagunça de papeis que está em minha mesa.

— Que visita ilustre — digo, firme ao me aproximar ainda mais — Que honra ter em minha humilde sala o senhor Damião Ávila.

Meu tom festivo, parece não contagiar ao homem, que me olha com expressão rígida. E imediatamente, sei o que ele veio fazer aqui. O que eu podia jurar que não ficaria pior, acaba de chegar ao top de um dia frustrante. Agora, passo a desconfiar se chegarei vivo e são ao final do dia.

— Mateus — sua voz soa grossa e com animosidade — Pela sua expressão, eu diria que não gostou da minha visita.

— Longe disso, papai — vou até onde está parado e lhe estendo a mão, que ele aperta forte. —Fico feliz que esteja aqui. Em que posso lhe ajudar?

Com agilidade, vou até a minha cadeira e sento-me. Respiro fundo e encarro papai, que continua com os olhos azuis em fúria e presos em mim. Então ele coloca seus ombros para traz, um gesto que conheço bem, ele está preparando-se para discutir.

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