Capítulo 9

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Mateus

Um silêncio muito abrangedor toma conta do interior do carro. E eu não podia agradecer menos. Eu preferia a calma, quando estava de saco cheio. Olho para Isabella, que está no outro extremo do banco traseiro. Ela tem a cabeça encostada na janela e o olhar longe. Bom, o melhor é deixar ela quieta e calada em seu canto, pois tudo que sai da boca dessa garota tem o poder de me irritar. E hoje ela tinha atingido toda a cota do limite da minha paciência.

Desvio meu olhar dela, aproveitando para olhar pela minha própria janela. O trânsito hoje não está caótico e flui muito bem, um milagre considerando que estamos em plena São Paulo. Alberto cruza a avenida Rebouças com tranquilidade até entrar na rua Lisboa, onde fica localizado meu apartamento. O prédio de infraestrutura e engenharia moderna, é chamativo, principalmente por suas faixada em tom de concreto e janelas em vidro. Ok, que sou um apaixonado por construções de todos os tipos, mas eu com certeza optei morar aqui, pela tranquilidade e paz que o bairro proporciona. Sem falar, que fica próximo a construtora. O que é bom para que eu não me atrasar muito nas noites em que eu decidia deixar toda minha devassidão aflorar.

O motorista estaciona em uma de minhas vagas. Saio e deixo a porta aberta para que a garota saia. Mas eu estava sendo tolo, ao acreditar que ela agiria conforme eu esperava. Porém, eu não faço bem o papel de bobo e muito menos sou conhecido pela serenidade. Em minha vida, assim como nos negócios sou conhecido pela minha intolerância e imparcialidade. Então como eu vejo esse casamento como um acordo comercial, agirei do mesmo modo que me comportaria em uma reunião prestes a fechar um contrato milionário para a construtora.

Assumo minha postura obstinado. Abaixo um pouco e tenho visão da insolente. Firmo meus olhos duros nela, que me devolve um revirar de olhos. Ela vai além ao sorrir e me desafiar, levantando sugestivamente as sobrancelhas. Rapidamente a irritação corre em meu sangue e faz eu ferver. Respiro fundo, mas a calma não me atingi. Parece que Isabella não conhece a palavra limite e ultrapassa o meu.

- Desça agora mesmo desse carro. - dito firme. - Temos assunto sérios a serem tratados. Seu atrevimento não vai adiantar de nada, pois só permitirei que vá embora, quando terminamos.

- Por que não deixa de ser babaca e vem abrir minha porta? - sua voz sai arrogante. - Com certeza é o que a sociedade esperaria de um noivo muito apaixonado por sua noiva. Assim trabalhamos sua imagem, de cavalo para cavalheiro. Se bem, que é impossível mudar seu DNA, mas você pode fingir que não tem ferraduras e muito menos solta coices.

Rosno e aperto minhas mãos em punho.

O que eu disse sobre mantê-la quieta e calada?

São desses momentos sem filtros de boca e insanidade mental que eu me referia. Cansado demais para revidar ou entrar em uma briga sem fim com Isabella e causar tumulto na garagem do prédio, dou a volta no carro e abro sua porta. Ela desce como se não tivesse feito nada e começa a caminhar em direção ao elevador.

Eu bato a porta com força. Então peço para que Alberto descarregue o carro e suba com as sacolas para o apartamento. Bem, tínhamos conseguido trazer uma parte das compras do guarda-roupa novo de Isabella, infelizmente o restante seria buscado depois, mas o bom era que algumas peças já poderiam ser colocadas em seu novo closet da suíte que ela ocuparia em breve.

Sigo até onde a garota está parada. Evito o contato visual, para não acentuar ainda mais minha irritação. Acesso o painel e digito o código que nos levará até minha cobertura. Como é um elevador privativo, rápido as portas da cabine de aço estão se abrindo, faço com sarcasmo o gesto para ela entre primeiro. Ela se acomoda em um canto, enquanto eu fico de costas.

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