Capítulo 15

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ISABELLA

Eu estou entre edredons de plumas e travesseiros de nuvens, tenho tudo para estar flutuando em sonhos, mas ainda assim não consigo dormir. Em minha mente ansiosa, penso no que vai acontecer mais tarde. O noivado. A primeira vez que irei conhecer toda família de Mateus, todos de uma única vez, eu já tivera a chance de esbarrar com o pai, um homem bem autoritário e muito, muito rico. Seu porte de poderoso e compostura elegante, era quase como esfregar na cara de todos sua fortuna. E se um mais um, são dois. É fato que o restante da parentada deveria ser da mesma classe.

Caramba!

Eu estou preocupada sim. Preocupada com o que vão achar de mim e de como eu vou proceder diante disso, pois com o todo poderoso, eu tinha armado uma cena confusa e por incrível que pareça, tinha me saído bem, diria até que tinha ganhando uns pontos com o coroa, mas agora eu teria bem mais plateia. Teria até mesmo cobertura televisiva. Eu não queria nem dar um passo errado, sendo que tudo isso poderia atrapalhar o cavalo. E por mais que ele fosse um selvagem, tinha um contrato assinado por mim, concordando em ajudá-lo, ser o que ele precisava e além do mais, agora me sentia com uma certa dívida junto dele.

Pego meu celular no criado mudo. Verifico as horas, e vejo que não passa das três da madrugada. Sacudo a cabeça, além de ser possível eu pagar um micão, ainda teria uma cara de zumbi para assustar todos em pleno noivado, é pouco? Levanto, quem sabe se eu não tomar um copo de leite eu não consiga descansar. Sim, estou seguindo o mito das avós, mães ou ancestrais. Quem quer que tenha criado isso. O jeito é eu tentar. Vai que cola.

Ligo a lanterna do meu telefone e saio do quarto. Em frente minha suíte, vejo a de Mateus. Sem perceber, me aproximo da porta trancada, encosto meu ouvido na madeira, mas nenhum barulho sai de lá. Tento uma última vez antes de seguir, porém é melhor não o acordar. O dia todo de ontem foi muito puxado para nós dois, já que eu podia imaginar que é complicado para ele receber uma total desconhecida em sua própria casa, ainda mais tentar ensinar por horas seguidas uma chula aos bons modos de etiquetas. Imagine, para quem está acostumada a comer apenas de colher, aprender os milhares de tipos de talhares e sem contar as diversidades de taças. Isso mesmo, foi muito cansativo. Mas depois de tanto esforço, aprendi pelo menos a segurar o garfo e faca e a pegar corretamente na taça. Segundo ele, isso por enquanto serviria. Contudo, eu não estava livre das aulas etiquetas. Reviro os olhos e volto a caminhar, quase nas pontas dos dedos.

Chego na cozinha. Acendo apenas as luzes do balcão, deixando o ambiente a meia luz, para que eu não possa esbarrar ou quebrar nada. Desligo minha lanterna, então fico olhando por alguns segundos para tudo. Não estou familiarizada com nada aqui, por isso começo a procurar nos armários algum copo. Mexo em todos até achar algumas xícaras, bom, deve servir. Abro a geladeira, e começo a procurar a caixa de leite. Aqui todos os compartimentos estão lotados de comidas, tão igual ao do apartamento onde está minha família. A única diferença é que aqui a geladeira é maior.

Encontro o leite e sirvo-me de leite. Sento-me em um os bancos do balcão. Então começo a beber gelado mesmo. Tomo o último gole, de repente, sinto uma mão pesada em meu ombro. Então sobressalto e solto a xícara, fazendo um barulho que ecoa por todo lugar.

— O que está fazendo acordada a essa hora? — a voz, grossa devido ao sono de Mateus soa alto.

Respiro fundo, antes de responder.

— Só não conseguia dormi... — Viro-me, para lhe olhar. Mas assim que meus olhos batem nele, começo a torci. Talvez tenha me engasgado com o ar.

— Tudo bem? — pergunta, seu rosto sonolento dando lugar para a preocupação.

Não respondo, apenas abro a boca, tentando fazer a respiração entrar no lugar certo. Ele se aproxima. Ficando em minha frente. O peito grande e forte brilhando na meia-luz. Digno de um torso de um Deus grego ou para combinar com seu apelido, com um de um garanhão puro sangue. Largo, muito largo, diria que dar o tamanho de meu braço. Senhor, ele sempre escondeu isso por debaixo de um terno?

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