Capítulo 11

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Espalho sobre minha mesa do meu escritório, esboços de um possível projeto da construção de um novo restaurante conceitual na zona leste de São Paulo. Segundo a minha agenda e lembrete de minha assistente, ao meio-dia teria uma reunião com os administradores do empreendimento para o negócio ser fechado. Então queria está preparado para que obtivesse sucesso na transação. Olho o desenho do prédio e plantas do local, a proposta dos proprietários é bem simples e de fácil execução. Eles apenas queriam um prédio solido e esteticamente diferente. Feito de tijolos e janelas de vidros. Um conceito de ambiente familiar, que deslumbrasse à primeira vista, que fosse convidativo e confortável para qualquer ocasião, de almoços a eventos grandes e corporativos. Um restaurante coringa para diversos clientes, a nova moda das empresas para não ir à falência por apenas ter um público-alvo.

Tudo isso pode não fazer sentido para você, mas para mim é tão natural como respirar, eu vejo um projeto e já o materializo em minha mente, pois é isso que eu admiro e amo fazer há três anos. Trabalhar duro, fechar negócios, erguer edifícios, casas, empresas, gerar empregos diretos e indireto, é a minha vida. É aqui, na construtora, que esqueço toda minhas raivas e frustações.

Bem, era.

Pois agora, por mais que tente analisar o projeto, minha mente trabalha ao contrário, fazendo-me relembrar os acontecimentos de ontem à noite. Rosno e tento respirar fundo, mas a gravata parece travar minha garganta e impedir que o ar chegue até meus pulmões. Contrariado, levanto da minha cadeira e retiro a peça azul marinho a atirando em cima dos papeis espalhados. Aproveito e tiro o paletó escuro jogando na mesma direção.

Por que resolvi beijar aquela louca?

Precisávamos de preparação, sim. Não podíamos parecer querer arrancar um a pele do outro em pleno jantar de noivado. Seria no mínimo estranho, ter um casal à beira do casamento e não ser possível identificar uma ligação nítida. Foi por isso, foi para nossa encenação parecer mais verdadeira e inquestionável. Nenhum casal que demonstra amor, é duvidoso, pois a sociedade gosta de se iludir com esse sentimento.

Porém, eu que esperava encontrar lábios duros e secos, fui recebido por uma boca macia e delicada. Supus que a tocaria e sentiria o frio em sua pele, mas fui surpreendido por tatear seu corpo terno. De todo modo não foi ruim, não podia comparar aos milhares de beijos que já tinha espalhados por aí. Ela ainda precisava de mais algumas aulas até poder corresponder de forma adequada e apaixonada. Isso significava que seria necessário de mais treinos.

Tudo o que eu não queria. Porra!

Sentindo-me agitado, começo a caminhar de um lado para o outro. Mas sou impedido de continuar meu acesso de irritação, quando meu telefone toca. Respiro fundo antes de atender.

— Diga, Sara. — sento-me em minha cadeira.

— Senhor Mateus, sei que tinha pedido que não fosse incomodado — minha assistente, soa baixo. Provavelmente querendo não irritar ainda mais a fera que tinha acordado em meu corpo hoje — Mas o senhor Victor Alvarez, está aqui querendo entrar em sua sala.

— Vou atendê-lo, mande-o entrar — peço, desligando o telefone em seguida.

Segundos depois, Victor está adentrando minha sala.

— O que está fazendo aqui? — questiono de imediato — Além do mais, por que pediu para ser anunciado, já que sempre não faz questão de ao menos bater em minha porta quando vem me visitar?

— Olá, para você também, amigo — se aproxima da minha mesa. — Quanto tempo. Eu estou bem, obrigado por perguntar.

— Não estou no clima.

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