Capítulo 6

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Isabella

Sorrio ao perceber o cavalo pai ficar abismado e me encarar confuso. Eu com certeza não passei pelo seu detector de qualidade. Tenho até medo de como possa estar estranha toda molhada. Pelo seu semblante mortificado, só posso está parecendo a Medusa, com cabelos feitos de serpente, prontas para atacar o homem a minha frente, com olhar petrificante, que deixou ele em modo estatua, de pele escamosa e pegajosa, como uma sereia feia e amaldiçoada pela deusa Antenas. Também pudera, estou toda molhada e parecendo um monstro descendente de seres de vida marinha.

Até mesmo sinto a água escorrem em meu ombro e descer por todo meu corpo até molhar o lindo estofado luxuoso. Mas logo deixo meu mundo fantasioso e gemo ao senti Mateus quase esmagar meus dedos. Eu tento puxar minha mão de seu domínio, mas as ferraduras deles não permitem.

Tudo isso, por que quis lavar seu banheiro?

Ah, tenha paciência.

Ele deveria era está me agradecendo, pois foi a única maneira mirabolante que arrumei para que seu pai não percebesse o estado simples e pobre de minhas roupas. Esse idiota mesmo que pediu para eu dar um jeito de aparecer mais apresentável. Ele não deveria levar em consideração os meios. Afinal os fins justificam os meios. Eu só que tive que derramar alguns de seus produtos, estragar algumas de suas camisas caras, entupi a pia e quebrar o registro da torneira.

Mas caramba. Foi para seu próprio bem.

Olho bem para Damião, parado em nossa frente, o coroa usa um terno preto que parece ter sido feito para ele. Os sapatos escuros limpos e muito lustrados. De longe eu conseguia me enxergar neles. Nunca ia imaginar que era moda sapatos feitos de espelhos. Mas eu não era a melhor acompanhante da moda. Em seu rosto a expressão séria demonstra que deve ser um homem muito intransigente. Mas também pudera. Quem hoje em dia obrigava o próprio filho a casar?

Observando bem, o cavalo filho é cuspido e escarrado do pai. A mesma altura, os mesmos olhos, a mesma postura de poderoso e intenso. E mesmo não querendo, tenho que admitir. Os dois tem a mesma beleza. Beleza essa, que é capaz de deixar qualquer mulher babando e admirando por horas, dias, meses ou anos. Espera, deixa eu refazer minha frase. Qualquer mulher que não seja eu. Pois no dia que eu babar e admirar Mateus, pode me internar que estou louca.

Estico-me um pouco e deito minha cabeça no ombro largo de Mateus. Os olhos azuis do meu sogro quase saltam da caixa craniana. Não quero nem imaginar qual careta ele faria se ele ouvisse a ameaça que está prestes a deixar meus lábios:

— Se Você apertar mais uma vez minha mão, juro que cortarei um-a-um, seus dedos fazendo picadinho deles e depois farei uma sopa para você beber de canudinho — sussurro, o mais baixo que consigo no ouvido dele, que sensatamente solta minha mão.

— Desde quando tem uma noiva? — A voz austera do elegante papai, soa novamente e me ajeito, olhando para o que o filho vai falar. Mateus engole em seco diversas vezes. Aproveito e uso a toalha macia que ele trouxe para mim. Começo enxugando meu rosto e um pouco dos cabelos que escorre, depois o pescoço e braços, para logo voltar a cobrir minhas pernas molhadas com o pano macio.

— Não faz muito tempo — O cavalo selvagem responde, firme depois do que me pareceram longos minutos — Mas eu já planejava apresentar Isabella no próximo final de semana, agendaria um jantar para toda família e compartilharia essa maravilhosa novidade, não contava que o senhor nos pegaria de surpresa assim.

Eu sorrio alto. E Mateus rapidamente me fuzila com os olhos.

— Querido, acho que não é isso que seu pai quer saber — emito, passando um dedo por sua bochecha quente. Mateus treme e respira fundo, então viro-me para o homem, que parecer ainda não acreditar no que está vendo — Somos noivos desde hoje.

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