Quando chegamos minha avó estava assistindo a novela - como sempre - Fui até ela e a abracei, e ela apenas sorriu. Quando meu pai se aproximou dela, ela ficou super feliz.- Família completa! - Ela falou.
- Ainda falta eu! - Minha mãe falou.
- Nem sei quem é você!- Minha avó falou e eu comecei a rir.
- Vó não fala assim com minha mãe. - Falei me ajeitando no sofá.
- Deixa essa mal agradecida, nem deveria ter feito bolo para ela. - Falou minha mãe colocando o bolo de laranja sob a mesa.
- Eu não vou comer esse bolo, você quer me matar mais rápido. - Minha avó falou.
- Então não come, você vai morrer de qualquer jeito. - Minha mãe falou e o clima esquentou.
- Olha que sua mulher tá falando filho. - Ela falou e meu pai se levantou, e falou algo no ouvido de minha mãe e ela sorriu.
- Desculpa velha.- Minha mãe falou e eu me surpreendi.
E tudo voltou a ficar em silêncio de novo, estávamos um bom tempo só assistindo TV, quando meu pai teve a ideia de comermos o bolo ai a briga começou de novo, resolvi sair um pouco, pois nem queria ouvir as ladainhas das duas.
Quando estava aqui na casa de minha avó, eu quase nunca saia para olhar a rua, pois nunca encontrei nada de interessante por aqui. Estava andando tranquilamente pelas ruas vazias, quando um carro passou em alta velocidade perto de mim, fazendo com que eu caísse.
- Está tudo bem com você? - Falou um rapaz que saiu do carro, ele era lindo, olhos azuis, cabelos bem negros, pele branca como uma neve. Ele me segurou e me ajudou a levantar. - Tá tudo bem com você?- Ele perguntou de novo.
- Sempre sou atropelada por carros já estou acostumada. - Eu falei e nós rimos.
- Desculpa, ter te atropelado. - Ele falou e eu notei que havia me machucado no cotovelo.
- Ai! - Dei um leve grito quando ele tocou no ferimento.
- Isso tá feio, deixa eu te levar para a minha casa e eu te ajudo com isso. - Ele falou, e eu nem percebi que estava hipnotizada com aqueles olhos.
- Não, deixa eu ir para casa. - Falei.
- Então eu te levo até lá. - Ele falou.
- Não precisa, é logo ali. - Falei apontando em direção a casa da minha avó.
- Ah você deve ser a neta da Dona Serena. - Ele falou e eu fiquei curiosa.
- Você conhece minha avó? E como sabe que eu sou a neta dela? - Perguntei enquanto andávamos.
- Sua avó é uma pessoa muito legal, sempre conversamos muito. E ela me disse que você vinha visitá-la, ela fala muito de você. Mais eu nunca vejo você por aqui! - Ele falou e um olhar vazio surgiu em mim.
- É que eu sempre fui muito afastada da minha avó. - Falei
- Por quê? - Ele perguntou. Boa pergunta a dele, eu nunca entendi por que nunca fui tão ligada a ela, sempre quis vim visitá-la, mas minha mãe nunca deixava.
- Não sei. - Falei parando em frente a casa dela.
- Posso te pedir uma coisa? - Ele falou e eu sorri.
- Depois de ter me atropelado, pode pedir tudo. - Falei e nós dois rimos.
- Vem visitá-la mais, ela gosta muito de você e ela fica tão sozinha aqui, eu nem sempre posso tá aqui. - Ele falou e uma lágrima surgiu no canto dos meus olhos, mas eu a limpei rapidamente. Estava me sentindo culpada por não ser uma neta de verdade, ele me deu um beijo no rosto e foi saindo, mas eu lembrei que não sabia o nome dele.
- Ei, qual é o seu nome?- Perguntei.
- Jonathan.- Ele falou.
- O meu é Ashley. - Eu falei e ele sorriu.
Quando entrei, meu pai já estava se despedindo da minha avó.
- Vai se despedir da velha. - Minha mãe falou. Me aproximei de minha avó e abracei como nunca tinha feito.
- Eu prometo que vou ser a melhor neta que já teve. - Falei e ela me olhou sem entender. Saímos de lá e seguimos para casa, já era muito tarde, a noite estava muito fria. Quando chegamos em casa, notei que David estava sentado nos degraus da sua escada, olhando para o céu, me aproximei.
- Acordado até a essa hora? - Perguntei, enquanto colocava uma mecha do cabelo para trás da orelha.
- Tô sem sono e você ? - Ele perguntou.
- Vim da casa da minha avó. - Falei. Percebi um olhar triste em David.
- Você vai encontrar uma mulher que realmente te mereça, você é um cara especial e merece ser feliz. - Falei pousando a minha mão nos braços dele e dando um beijo no seu rosto.
- Onde tá essa pessoa? - Ele perguntou.
- Talvez bem perto de você. - Falei e fui para casa. - Espero que um dia ele descubra que essa garota sou eu e só assim vamos poder transar loucamente. - Pensei e comecei a rir. Me joguei na cama, apertei meu travesseiro e fiquei olhando para o céu.
- Eu te amo quando considerar errado amar . Eu te amo quando for proibido, quando me deixarem, quando você quiser e principalmente quando não quiser e precisar . Quem sabe você precise do meu amor tanto quanto eu preciso te amar .- Pensei. - Espero um dia poder tê-lo aqui do meu lado.