PARTE 15

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Estava chovendo muito, e eu estava com aquela preguicinha. Prefiro ficar aqui na cama e dormir mais, mas infelizmente não dava. Me arrumei e coloquei um casaco super fofo que eu comprei no bazar, quando o vi me apaixonei. Peguei minhas coisas e antes de ir para a escola passei no quarto de Juliano e ele estava dormindo, quando ia fechar a porta , ele me chamou.

- Achei que estava dormindo! - Falei me sentando na cama.

- Não consegui dormir a noite toda, eu vou ter que ir embora dessa casa. - Ele falou e uma lágrima surgiu.

- Você não pode ir, não me deixe outra vez. - Falei entre as lágrimas.

- Eu queri ficar, mais nossos pais não me aceitam. - Ele falou.

- Mais eu te aceito Juliano, eu te aceito. - Falei e ele me abraçou, eu não conseguia parar de chorar. Ele não podia simplesmente ir embora. - Tenho que ir para a escola, mais você fica aqui! Não vai embora antes de eu chegar. - Falei e sai do quarto.

Estava chegando na escola, e resolvi passar na sala dos professores para ver o David, já estava com saudades, mas quando olhei para dentro da sala, Maria estava lá e David estava acariciando o rosto dela e os dois riam. Não pude segurar as lágrimas, minha vontade era de ir lá e agarrar o cabelo daquela piranha,mas eu só conseguia ter forças para chorar. Fui para o meu refugio naquele colégio de merda (o banheiro), me sentei no chão mesmo e chorei muito.

- Como ele pôde fazer isso comigo, estávamos bem, o nosso final de semana foi maravilhoso. Ele tinha que ser honesto comigo, ele não podia ter feito isso, não podia. - Afundei meu rosto entre meus braços, e continuei a chorar.

Meu telefone tocou, e era David perguntando onde eu estava, era aula dele hoje na minha sala. Levantei e fui para a sala, me sentei no fundo e não prestei atenção em nada do que ele falava. A aula acabou e quando eu ia saindo,ele me puxou.

- O que foi? Por que está triste? - Ele perguntou e eu queria esfregar na cara dele o que eu vi hoje, mas preferi ficar calada.

- Tá acontecendo algumas coisas na minha família, só isso. - Falei tentando sair da sala.

- Posso ajudar? - Ele perguntou, e o jeito que ele falava era tão carinhoso, porque tinha que ser assim, seriamos perfeitos juntos.

- Não se preocupa, eu vou resolver. - Falei friamente.

- Qualquer coisa me fala! - Ele terminou de falar e me abraçou. E as lágrimas começaram a cair e molhar todo o meu rosto, era difícil pensar que tudo tinha acabado, e que a culpa era dele, só dele.

- Tenho que ir David! - Falei.

- Por que você está chorando? - Ele perguntou,mas não respondi, sai da sala e fui para a casa da minha avó. Ela abriu a porta, e eu cai sobre os seus braços e não conseguia parar de chorar.

- Acho que nunca chorei tanto na minha vida! - Falei comendo um pedaço de bolo.

- Dizem que o melhor remédio da alma, são as lágrimas. - Ela falou e finalmente um sorriso surgiu no rosto.

- Tá difícil,foi horrível vê os dois juntos, eu achei que ia ser para sempre. - Falei.

- E você já conversou com ele? - Ela perguntou.

- Não tive coragem de falar, mas eu vou. - Falei limpando os cantos da boca.

- É o melhor! - Me despedi dela e fui para casa, chegando lá Juliano estava descendo com as malas.

- Pra onde você vai? - Perguntei o ajudando!

- Vou fica no apartamento de um amigo, deixei o endereço em cima da sua cômoda, vai me visitar! - Ele falou e eu o abracei. - Calma pequena, ainda vamos nos ver.

- Eu sei, mas eu queria que você ficasse! - Falei.

- Eu volto. - Ele falou e o táxi chegou. - Tchau. - E ele se foi. Subi e estava indo para o meu quarto, quando ouvi o choro da minha mãe.

- Por que a senhora está chorando? Está arrependida do que falou? É só chamar que ele volta mãe. - Falei me aproximando dela.

- Não estou arrependida de nada, estou chorando por que eu não aceito, o que eu fiz de errado meu Deus? Eu não quero um filho Gay.- Ela falou e eu fiquei revoltada.

- Como você pode falar uma coisa dessa? - Sai e fui para meu quarto, bati a porta para que ouvissem o quão revoltada eu estava.

Hoje o dia estava horrível, perdi meu namorado, perdi meu irmão, descobri que minha mãe é uma preconceituosa maluca, o que falta mais?- Acho que nem deveria ter perguntado -.

David invadiu o meu quarto, e eu quase morri com o susto.

- O que você está fazendo aqui? - Perguntei.

- Vim te ver. - Ele falou e estava difícil olhar para a cara cínica dele.

- Cansou de Maria? - Perguntei e ele fez uma cara como se não entendesse o que eu estava falando.

- Não vejo Maria há muito tempo. - Ele falou e eu senti uma pontada no meu coração.

- Seja sincero comigo pelo menos uma vez porra, eu vi você com ela hoje, quase se beijando. Você só precisava ser sincero comigo seu idiota. - Falei quase batendo nele.

- Desculpa, ela ainda mexe comigo, e hoje ela veio me pedindo desculpas. - Ele falou depois de um longo suspiro.

- Até imagino como foi as desculpas, "Tô com as pernas aberta para você, como antigamente". - Falei tentando imita-la .

- Desculpa Ash, juro que isso não vai acontecer de novo. - Ele me abraçou, mas eu não o abracei e logo o afastei.

- Eu tenho pena de você, vai levar outro chifre seu otário, e quando você estiver chorando por causa disso, lembre quem foi que te ajudou a passar por isso tudo pela primeira vez. Mais dessa vez você não vai ter a mim para te ajudar, vai ficar sozinho. - Falei.

- Ash. - Ele tentava falar.

- Você é estupido, ridiculo. Perdeu uma mulher que te amava de verdade, que nunca te trairia pois ela não tinha olhos para outro. Uma mulher que ia ficar do seu lado para sempre, mesmo quando não quisesse. Essa mulher seria eu pena que você perdeu. - Falei e eu pude ver as lágrimas nos seus olhos,ele se jogou no chão e agarrou as minhas pernas. - Agora vai embora e não me procure nunca mais.

- Ash, por favor não me deixa. - Ele falou.

- Quem me deixou foi você. - Eu falei e as lágrimas estavam secas.

Ele se foi, e eu senti como uma parte de mim tivesse ido também, estava tão confusa, como um amor desse começou e acabou tão rápido?.

Meu Professor Gato Onde histórias criam vida. Descubra agora