Estava varrendo a frente da minha casa, quando David se aproximou, eu tentei fugir,mas ele não deixou.- Desculpa por ontem! - Ele falou.
- Desculpar pelo o quê? - Perguntei.
- Pelo beijo, aquilo era errado e eu prometo não fazer mais isso. - Ele falou e uma tristeza invadiu o meu corpo.
- Mais nós dois quisemos! - Eu falei.
- Mais é errado, você é minha aluna, isso não pode mais acontecer. - Ele falou e uma lágrima escorreu pelo o meu rosto, eu a limpei rapidamente. - Tenho que ir, me desculpa. - Ele saiu e as lágrimas surgiram como uma enxurrada, Bruno veio correndo na minha direção e me abraçou.
- Por que você está chorando? - Ele perguntou e eu não conseguia responder. David o chamou, e ele foi até ele,mas antes ele me deu um beijo no rosto, eles entraram no carro e saíram.
Fui para o quarto e eu não parava de chorar. - Eu sabia que não ia dá certo, então por que estou chorando? - Pensei. Fiquei um tempo no meu canto, pensando um pouco.
Me arrumei , e resolvi andar um pouco, liguei para Charles e marcamos de nos encontrar num bar perto da casa dele. Chegando lá, tinha muitas pessoas e logo avistei Charles, ele estava sentando no bar.
- Olá - Falei enquanto o abraçava.
- Oi princesa.- Ele falou. - O que lhe deu para vim aqui hoje? Você nunca gostou desse lugar. - Ele continuou.
- E eu não gosto, tem muita criança aqui fingindo ser adolescente. - Nós dois rimos. - Mais eu precisava me distrair. - Continuei.
- Eu entendo. - Ele falou. - Então bebe algo? - Ele perguntou.
- Uma dose de vodka! - Falei e dei um leve sorriso.
Ficamos ali bebendo, até que resolvi ir para a pista dançar, pois estava tocando uma das minhas músicas favoritas. Charles também entrou no agito e já foi para a pista pegando uma garota, estava dançando só , quando chegou um moreno dos olhos verdes que me encantou, ele me puxou para mais perto dele e começamos a dançar grudadinhos.
- Qual o seu nome? - Ele perguntou.
- Você não precisa saber! - Falei terminando o quinto copo de vodka.
- E o que eu preciso saber? - Ele perguntou.
- Que eu quero te beijar. - Nós dois rimos e ele me beijou. Ele me segurou pela cintura, o beijo estava intenso, mas eu não conseguia parar de pensar em outra coisa a não ser em David.
- Desculpa! - Falei parando o beijo.
- Tava ruim? - Ele perguntou.
- Não, é que eu não tô bem, desculpa. - Eu falei e o deixei sozinho. Estava saindo do bar quando Charles me puxou pelo braço.
- Aonde você vai? - Ele perguntou.
- Vou para casa, eu não tô bem! - Falei com a visão um pouco embaçada.
- Tudo bem, eu te levo! - Ele falou e eu concordei,não tinha condições de voltar para casa sozinha.
(...)
Chegando em casa, eu avistei David e então sair do carro e fui até ele, estava meio tonta, mas tinha força para falar o que eu queria.
- Por quê em? - Ele me olhava sem entender. - Poderíamos casar. Não chegaríamos sequer perto do exemplo de família perfeita. Teríamos um apartamento, quem sabe uma casa com jardim e um cão com pelo brilhante. Improvável. Tomaríamos café as cinco da tarde. Você reclamaria o fato de eu ligar o chuveiro horas antes de ir para o banho. Eu, por você ter arranhado meu cd de jogo favorito. Eu não admitiria o quanto você fica bonito quando bravo e você não diria que lembra da cor do sapato que eu usei quando nos vimos pela primeira vez. Discordaríamos quanto a cor das cortinas. Não arrumaríamos a cama diariamente, beberíamos juntos em algum club no final de semana. A geladeira seria repleta de congelados e coca-cola, o armário, de porcarias. Adiaríamos o despertador umas trinta e duas vezes só para ficarmos horas na cama enrolando e falando qualquer besteira. você me ensinaria alguma coisa sobre futebol, e eu te convenceria a assistir aquele filme no cinema. Sentaríamos na sala de pijama e pantufas, você iria direto para o caderno de esportes no jornal e eu comentaria alguma notícia qualquer. Você saberia o nome do meu perfume, eu saberia onde você largou a última edição da revista de música. Sairíamos pra jantar em algum dia de chuva e não nos importaríamos em chegarmos encharcados. Dormiríamos com o computador ligado. Nos beijaríamos no meio de alguma frase. Você pegaria no sono com a mão no meu cabelo e eu, escutando sua respiração. Eu riria sem motivo e você perguntaria porque, eu não responderia. Saberíamos. Poderíamos casar...
- Ashley o que você está fazendo? - Charles perguntou. - Vamos sair daqui! - Ele me segurou pela cintura e foi me levando para casa, as lágrimas desciam e uma dor enorme surgia no meu coração. - Por que você fez aquilo? - Ele perguntou, enquanto eu me jogava na cama e colocava o travesseiro no meu rosto.
- Eu o amo Charles, e ele nem sabe. - Falei.
- Mais acho que agora ele já sabe, sua louca. - Ele falou e o meu rosto estava encharcado.
- Eu sei. - Charles deitou na cama e me abraçou, e eu não conseguia fazer outra coisa a não ser chorar. Estava dificil para mim, por que resolvi me apaixonar por um professor, pelo meu professor, esse amor nunca vai poder acontecer.
Charles me deixou depois de um tempo, e eu terminei pegando no sono. Quando acordei de manhã, já estava atrasada, nem me arrumei direito,coloquei um óculos para esconder os olhos inchados.
Estava com a cabeça baixa e passei toda a aula assim. David me interrompeu e a única pessoa que eu não queria ver hoje era ele.
- Você está bem?- Ele perguntou.
- Tô ótima. - Falei e preferi não o encarar.
- O que você quis dizer com aquilo ontem? - Ele perguntou e eu sorri.
- O que eu falei, dava para entender. - Falei. - E você sabe exatamente o que eu sinto! - Continuei.
- Mais ashley... - Ele começou a falar, mais eu o interrompi.
- Eu já sei, você é o meu professor e não vai dá certo. - Ele abaixou a cabeça. - Mais eu não vou desistir de você! Agora deixa eu ir, que tenho aula. - Falei, me levantei e nem olhei para trás. Fui para o banheiro e me tranquei lá por toda manhã.