PARTE 10

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Estava ajeitando algumas coisas na minha bicicleta, quando David se aproximou de mim, estranhei um pouco.

- Olá Ashley. - Ele falou e eu sorri.

- Olá David. - Falei lançando um olhar bem alerta.

- Vai fazer algo hoje? - Ele perguntou. E eu não entendi ontem ele estava me dizendo que nada podia acontecer entre a gente e hoje ele está me chamando para sair, esse garoto é muito estranho.

- Vou para casa da minha avó. - Falei me sentando na bicicleta.

- Ah ok então. - Ele falou meio desapontado.

- Você quer vim? - Perguntei. - É que eu vou ajudar a minha avó a organizar algumas coisas no porão e eu vou precisar da ajuda de um homem! - Falei o olhando, mordi os lábios e dei um sorriso malicioso.

- Não deixa para próxima. - Ele falou, e eu já sabia que ele não ia aceitar.

- Tudo bem então, mas qualquer coisa se quiser me encontrar, é só passar na rua 148 que você com certeza me acha. - Falei e comecei a pedalar.

O vento batia no meu cabelo e os suspendia no ar, era tão bom receber aquela fresca no corpo, me sentia livre. Cheguei à casa de minha avó, ela estava na cozinha lavando alguns pratos, me aproximei dela e dei um beijo no seu rosto.

- Oi meu amor. - Ela falou.

- Oi vó, vim te ajudar com o porão. - Falei.

- Sério? Ainda bem, pois seu pai me enrola com isso faz tempo. - Ela falou e eu ri.

- Então vamos ao trabalho? - Falei.

- Vamos sim. - Então nós descemos para o porão, estava tudo cheio de poeira e muito bagunçado.

- Vou ter muito trabalho aqui. - Falei.

- Eu te ajudo! - Ela falou e eu comecei a rir.

- Não vó, você vai fazer um suco bem gostoso para mim e só isso. - Falei, ela fez uma careta e desceu.

Comecei a olhar um armário que estava bem destruído, e não entendia por que ela ainda guardava aquilo. O abri, e havia uma caixa dentro dele, peguei - a e coloquei no chão, me sentei e comecei a olhar alguns objetos que haviam ali dentro. Eram fotos de um homem, ele estava com roupa de militar, e era bem bonito, minha avó chegou bem na hora que eu tinha pegado uma foto desse homem com ela.

- Ele era seu avô. - Ela falou se aproximando.

- Nossa, ele era bem bonito. - Falei me levantando.

- Era sim, o mais bonito. Todas as mulheres o queriam, mas eu o peguei primeiro. - Ela falou e eu dei risada.

- Safadinha. - Falei fazendo um pouco de cosquinhas nela.

- Ele sempre foi um grande homem. - Ela falou e eu vi uma lágrima escorrer pelo o seu rosto.

- O que aconteceu com ele vó? - Perguntei.

- Ele morreu em uma batalha. - Ela falou.

- Nossa. - Coloquei a mão na boca, um pouco surpresa.

- Prometemos que morreríamos juntos, mas ele foi primeiro e é isso que me dói até hoje. - Ela falou e eu fiquei emocionada.

- A senhora o amava muito né? - Perguntei.

- Muito, ele foi o meu primeiro e ultimo homem. - Aquelas palavras realmente me tocaram. - Posso te dá um conselho? - Ela falou se sentando numa cadeira velha.

- Pode sim. - Falei me sentando no chão perto dela.

- Quando resolver se casar, escolha uma pessoa que você tenha certeza que ela será inesquecível na sua vida, mesmo que o relacionamento de vocês dure pouco. Que daqui a 50 anos você ainda saiba o nome dele e que você lembre-se de todas as vezes que ele te fez sorrir. Que na sua memória, tão congestionada - e no seu coração - tão cheio de marcas e poços - Ele possa ocupa um dos lugares mais bonitos. - Ela falou e eu apenas dei um leve sorriso. Nossa minha avó é uma pessoa tão legal, não sei como perdi tanto tempo sei conhece-la de verdade, espero de verdade poder recuperar o tempo que perdi. Sentei no colo dela e dei um longo abraço, estava muito emocionada.

- Te amo vó. - Falei em meio ás lágrimas.

- Também te amo, mas porque você está chorando?

- Por que eu fui uma neta horrível, nunca estive do seu lado. - Falei limpando o rosto.

- O que importa é que você está aqui. - Ela falou. Jonathan interrompeu aquele momento único entre eu e minha avó.

- Desculpa por interromper, mais é que tem um homem lá embaixo chamando a senhora Dona Serena.

- Tudo bem meu filho. - Ela se levantou e desceu. Limpei meu rosto novamente e coloquei a caixa de volta no armário, acho melhor não mexer nessas lembranças.

- E você o que veio fazer aqui? - Perguntei a Jonathan.

- Soube que você estava aqui, e vim saber como estava! - Ele falou, o seu sorriso era tãolindo e inocente.

- Eu tô bem, mas vou ficar melhor se você me ajudar a arrumar isso aqui. - Falei e ele fez uma careta, mas depois cedeu e me ajudou a arrumar todo o porão.

Ao terminar o trabalho no porão, me surpreendi com o resultado, estava tudo brilhando, minha avó chegou e ficou super feliz com o resultado.

- Nossa tá tudo muito lindo! - Ela falou, eu peguei o retrato que tinha minha avó e meu avô e mostrei a ela.

- Vó, posso ficar com esse retrato? - Perguntei.

- Pode sim, é bom você ter um retrato de nós dois. - Ela falou e eu sorri.

- Em falar em fotos, vamos tirar uma agora para guardar de lembrança. - Jonathan falou.

- Não, eu tô horrível. - Falei

- Você tá linda. - Minha avó falou e então eu resolvi tirar a foto. E ai eu me lembrei que não tinha foto nenhuma com ela.

Eu e Jonathan estávamos sentados na varanda comendo um lanche que minha avó tinha feito.

- Isso aqui tá muito bom. - Falei devorando o último pedaço do sanduíche.

- Eu sempre venho comer aqui, ela faz comidas maravilhosas. - Ele falou eu sorri.

- Você é muito ligado a minha avó né? - Perguntei limpando a minha boca.

- É sim, eu perdi minha mãe recentemente e sua avó me ajudou bastante a passar por tudo isso. - Ele falou.

- Ela é muito especial. - Falei. Um carro parou em frente a casa de minha avó, era o carro de David, ele saiu do carro e estava muito bêbado.

- David. - Falei o segurando.

- Olá. - Ele falou e desmaiou em seguida.

Colocamos ele no quarto de hospedes, e esperei até que ele acordasse. Minha avó fez café e deixou em cima da banquinha.

- O que aconteceu? - David perguntou ainda despertando.

- Você bebeu e veio parar aqui. - Falei pegando o café.

- Eu lembro que bebi, e estava voltando para casa, mas ai eu lembrei que você vinha para casa de sua avó e resolvi passar aqui. - Ele falou e eu estava surpresa.

- Por quê? - Perguntei o fitando.

- Não sei, senti vontade de te ver. - Ele falou e eu tive vontade de abraçá-lo.

- Mais dá próxima vez, apareça sã. - Falei levantando da cama.

- Desculpa. - Ele falou e eu sai do quarto.

Ele vestiu a roupa e nós fomos embora, quando o carro parou eu ia saindo, e ele me puxou de volta.

- O que foi? - Perguntei.

- Você desistiu de mim? - Ele perguntou e eu respirei fundo.

- Não desisto fácil do que eu quero, mesmo você não querendo. - Falei o olhando. Ele se aproximou de mim e me deu um beijo, estava eletrizada, todo o meu corpo tremia de emoção, era o nosso primeiro beijo de verdade.

- Eu espero que você não desista de mim, por que eu sou um cara muito complicado. - Ele falou e eu não acreditava que aquilo estava acontecendo.

- Pode deixar. - Falei e eu não queria sair dali mais a porta da minha casa abriu, e eu pulei do carro para que meu pai não me visse com David.

Meu Professor Gato Onde histórias criam vida. Descubra agora