Capítulo 25

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-Ele tá aqui na frente. - Davi falou sério.

-Ele quem? - Falaram os jovens em uníssono.

-O monstro grande e azul que vocês viram.

-Eu cuido dele. - Falou Renato tomando a frente.

-Mas você está muito mal. Vai morrer. - Falou Cláudia preocupada.

-Eu aprendi uns truques durante o tempo que eu fiquei aqui...

Renato se afastou um pouco e ele começou a brilhar. Era um brilho forte e amarelado. A luz ia tomando conta dele até que se tornou apenas uma luz de forma humanóide.

A luz ficou aos poucos foi diminuindo até que um Renato sem arranhões e nem hematomas apareceu.

-Agora estou pronto!

Todos o olharam boquiabertos pelo que aconteceu.

-Meu Deus! - Falou Davi, ainda incrédulos.

-Vamos deixar de conversas. Temos que sair daqui. - Foi a vez de Ricardo tomar a frente. - O submarino está naquela direção. Você tem que distrair ele até chegarmos lá.

-De lá vamos dar um jeito de não termos mais problemas com eles. - Falou Davi. - Agora fique com isso pra gente se falar. - Falou Davi entregando um comunicador para Renato.

-Certo! Agora se me dão licença eu tenho que bater em um monstro azul e grande.

Todos foram para trás de Renato e esse correu até a porta e a tirou da parede, indo parar na cabeça do monstro, que desmaiou.

-Vão!

Os quatro sem poderes correram em direção ao submarino.

No corredor da cela de Renato a criatura azul acordava. Ele ainda estava tonto, mas ele estava irritado e isso muda qualquer um. Ele tentou socar Renato, mas esse usou a sua super velocidade e se esquivava de cada soco.

A criatura ia se endurecendo ainda mais. Renato estava mais confiante, mais focado e ainda por cima, com o apoio de todos que ele ama.

-Chega! - Esbravejou uma loira.

A criatura para ao ouvir a voz da chefe do local e Renato a observa. Ela tinha cerca de 40 anos. Era loira e seus cabelos eram curtos. Ela tinha trajes militares e um passo firme.

-Vejo que você conheceu nosso melhor agente... - ela fala se aproximando de Renato. Ficando a alguns centímetros de distância do garoto. - Esse é o plano 25, ou como ele gostava se ser chamado, o seu pai. - Fala a loira e dá um sorriso de canto de boca.

Renato vai pra trás e está com uma face perplexa, seus músculos tensionados em uma expressão de descrença, perplexidade e raiva.

-O que vocês fizeram com ele?

-Nada, apenas terminamos o que ele não teve coragem de terminar.

-Vocês o transformaram em um monstro!

-Jamais! Esse era o projeto de melhoramento dele. Apenas demos continuidade...

-NÃO!! VOCÊS O TRANSFORMARAM NUM MONSTRO!!

Renato partiu pra cima da loira, mas a criatura azul ficou na frente e absorveu todo o impacto.

-Ele foi programado para me proteger e seguir todas as minhas ordens.

-Pai...

-Não adianta. - Falou a loira com um sorriso sarcástico. - Seu pai já morreu a muito tempo. Ele é só um monte de carne, um monte de carne que recebe todas as minhas ordens. E vai ser a última coisa que você vai ver.

-Não!

A criatura azul partiu pra cima de Renato. Que apenas se esquivava, com um pouco de olho em suas lágrimas. A criatura, que antes era seu pai, ia dando goles ao ar, golpes que faziam o ar se cortar. Renato usava sua velocidade pra se esquivar de cada um.

-Desista. Ele não vai parar até lhe matar, ou no mínimo, lhe desacordar.

-Renato? - Falaram três vozes em sua orelha.

-Estou um pouco ocupado...

-Não, você não está focado! - falou Ricardo.

-Você acha que ele ainda pode ser salvo. Mas ele não pode ser salvo. - Falou Cláudia.

-Ele está assim a muito tempo, ele não pode mais ser salvo. Ele não tem volta. Você precisa aceitar que ele não é mais seu pai. Ele não está ali. - Fala Bárbara.

-Mas ele era! Ele precisa ainda ser!

-Essa é a questão. Ele era, não mais. Ele deixou de ser seu pai quando ele foi obrigado a terminar sua pesquisa. - Fala Davi.

-Não é possível! Não é justo! - Fala Renato chorando e se esquivando de mais um golpe.

-A vida não é justa, mas ela pode ser mudada. Ela pode ser mudada com o que você faz com o que acontece com o que a vida faz com você. - Fala Bárbara.

-Então, o que você vai fazer? Você vai continuar preso em algo ou vai fazer algo diferente? - Fala Cláudia.

-Você vai ficar aí ou vai vir até nós? - Fala os três em uníssono.

-Eu vou aí!

Renato para e quando a criatura azul ia lhe dar um soco, a mão de Renato o para.

-Você era meu pai, agora não é mais. Agora você é só alguém que está no meu caminho. E você não vai ficar no meu caminho.

Renato pegou a mão da criatura e o jogou para longe. A criatura foi parar no final do corredor. Ele se levantou e foi correndo até Renato. Renato foi correndo até a criatura. Quando os dois iam se chocando Renato pula até o teto e passa por cima da criatura azul. Renato chegou nas costas da criatura e deu uma joelhada em suas costas. Depois ele desce ainda mais e chega até o chão e dá chutes em cada joelho, fazendo a criatura cair de joelhos no chão.

Então Renato começa a dar socos nas costas da criatura. Ela urrava de dor. Os golpes iam ficando cada vez mais rápido. Depois de alguns minutos golpeando a criatura cai desacordada no chão.

Renato se vira e encontra a loira. Ele vai até ela, andando calmamente.

-Essa é a última vez que você vai me ver.

Renato então vai correndo até chegar no submarino em que os seus salvadores estavam.

-Flávia, pode atirar!

Assim que Renato entra no submarino vários mísseis são lançados na base militar, a explodindo, e a destruindo. Os metais sendo retorcidos pelo calor....

No submarino todos olhavam reticentes a ilha sendo consumida pelo fogo. Aos poucos o submarino vai se distanciando e submergindo...

∆∆∆

Os quatro jovens chegam cansados no quarto onde deveriam ficar. Renato se jogou no chão do quarto e começou a chorar.

-Eu matei meu pai! Eu matei ele!

-Não, você não matou. Ele não estava mais vivo. Aquilo não era ele. - Falou Ricardo

-Como eu posso saber? Ele não falava, ele apenas obedecia a ordens. Ele era um robô!

-Por isso mesmo ele não era mais seu pai. - Falou Cláudia. - Ele era apenas um robô, uma arma daquela mulher.

Renato ficou em silêncio, ainda estava atordoado com isso. Ele precisava pensar e ficar sozinho. Todos entenderam isso e saíram do quarto.

O resto da viagem foi com um ar melancólico e sepulcral.

Internato Damian (Concluído) [Revisado!]Onde histórias criam vida. Descubra agora