Nalla caminhava lentamente com o nascer do sol. Ele esperava que hoje seria o dia que poderia sair do deserto que para ele, era o próprio inferno. Ele caminhava com um cajado de madeira, que outrora era de um marrom-claro, hoje era completamente vermelho de todas as suas batalhas.
Nalla não carregava mais duas espadas. Com o passar dos meses, ele notou que, armas, assim como cultivadores, tinham níveis, os quais ele ainda não tinha conhecimento. Reunindo todas as informações que ele tinha agora, Nalla ponderou.
"Já sei que, no mundo de Saktir, existe magia, mas até o momento, aqueles que mais vi, são cultivadores marciais, assim como eu. A diferença é a profundidade de cultivo, e de apenas um nível para o outro, é gigantesca."
Nalla parou um pouco, respirou fundo, se apoiou no cajado, e voltou a andar.
"Após meu sonho, aprendi que um verdadeiro cultivador não cultiva artes marciais, e sim medita em leis universais, descobre mistérios ocultos e usa isso ao seu favor, e aumenta seu poder de combate. Cultivar o caminho do Dao, esse é o caminho de um verdadeiro cultivador. " Nalla disse enquanto caminhava.
Ele pensou um pouco e chegou a uma conclusão:
"Minha mãe e aquelas pessoas que atacaram a cidade Árida, obviamente, não eram cultivadores. Minha mãe sempre falava que a energia que existe nesse mundo se chama mana, contudo, no meu sonho, uma das poucas coisas que aprendi, é que a energia que aquelas existências usavam eram Qi. Será que existe mais de uma gama de poder? Se existe animais nesse deserto que se equiparam a mim em poder, que outras coisas mais existe nesse mundo que não existiam na terra? Como diabos esse mundo pode ser tão complexo e perigoso?!" Disse Nalla se descontrolando por poucos segundos.
Logo após, ele se recompôs e voltou a caminhar. Nalla abriu seus olhos rapidamente para vê se o cenário a sua frente havia mudado, mas a única coisa que ele ainda via, era areia. Por sua visão ser bastante limitada, ele culpava seus olhos por seu péssimo senso de direção. Contudo, a verdade era que mesmo quando ainda estava vivo na Terra, sua facilidade de se perder desafiava a lógica.
Ele também chegou a conclusão que, os cultivadores não eram os únicos seres humanos poderosos nesse mundo. Após folhear algumas páginas do livro que sua mãe o deixou, ele notou que, além da escrita ser completamente diferente do que ele já havia aprendido, aquilo não lembrava nem um pouco técnicas marciais.
"Talvez feiticeiros? Magos? Paranormais? *suspiro* Quanto mais penso nisso, menos me aproximo de uma resposta lógica. Se bem que nem respostas ilógicas são tão ilógicas depois que vim parar nesse mundo. Nada faz sentido!"
Depois de estar só por tanto tempo, dias de fome e sede, Nalla sentia sua sanidade se esvair. Porém, quando estava cultivando, ele se sentia completo. Os sentimentos de; alegria, satisfação e esclarecimentos estavam sempre com ele enquanto parava para cultivar. E sempre treinava suas técnicas de ataque.
Outra noite havia chegado, Nalla encontrou algumas ruínas, entrou em uma delas e se sentou na posição de lótus. Mas antes de começar a cultivar ele falou para sim mesmo: "Agora que penso nisso, aquela voz inconveniente não me disse o nome dessa técnica de cultivação. Sem problemas, eu mesmo dou um nome a ela! Deixe-me ver... já sei! Lótus invernal!"
Esse nome não foi sem sentido. Como Nalla só cultivava a noite, ele esteve sempre absorvendo Qi Yin, assim como a voz o ensinou. E sempre que cultivava, Nalla sentia um Qi gelado invadir seu corpo. Seus ossos, medulas músculos e vasos sanguíneos. Todos pareciam congelar enquanto cultivava. Apesar do desconforto gerado por ser congelado de dentro para fora, algo rompia o Qi gelado, e logo após o processo continuava, de novo e de novo.
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God of the winter war
FantasyNalla Tyler, filho de dois viajantes, é abandonado no sul da Rússia aos doze anos de idade, adotado por um homem, ingressa em uma organização não governamental, e suas missões sempre eram de assassinato! Aos vinte e dois anos, Nalla está perseguindo...