Capítulo 28

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Ele me olhou e deu um leve sorriso enquanto acariciava as costas da minha mão com o seu dedão.

- Poderíamos ter ido, mas você não quis.

- Não quis? – Ao julga-lo, ele não parecia o tipo de pessoa que eu não quisesse.

- Não esquente com isso agora. Foque em melhorar, espero que recupere as suas memórias, caso não as recupere, terei que reconquista-la mais uma vez. – Eu senti o meu rosto esquentar, ele se levantou e beijou a minha testa. – Vou avisar ao resto do pessoal que você acordou.

Eu apenas concordei e ele saiu já com o celular em mãos. Fiquei ali apenas me perguntando o porquê eu sentia algo forte em relação a ele. Tentei puxar e puxar da minha memória até que eu lembrei de que enquanto eu dormia, a sua voz suave, o seu toque quente, o príncipe dos meus sonhos. Era realmente ele.

Acabei rindo sozinha, ele era muito mais bonito do que eu havia imaginado em minha cabeça. Enquanto estava sozinha, alcancei o controle da tv e fiquei passeando pelos os canais sem nada atrair minha atenção.

Quando ele retornou, se sentou no banco e bocejou, ele claramente estava muito cansado.

- Por que não vai para casa descansar? – Perguntei sendo contagiada pelo o seu bocejo.

- Aqui é meio do caminho para o aeroporto, fica mais fácil ficar aqui do que ir para o dormitório. E daqui poucas horas vou ter que ir, deixo para descansar no avião.

Eu o olhei em silêncio enquanto ele respondia algumas mensagens no celular, meu coração doía e não sabia o porquê. Quando ele passou o seu olhar para mim, desviei o meu olhar.

- Tudo bem ficar sozinha essa noite? Minha mãe não vai conseguir vim agora.

- Não precisa se preocupar, eu vou ficar bem. – Ele riu.

- Ela virá logo cedo ficar com você.

- E você? – Acabei perguntando sem querer e ele sorriu mais uma vez.

- A turnê está no fim já, vamos para mais dois países, então menos de uma vez eu estarei de volta.

- Ah.

- Prometo que voltarei o mais rápido que puder. – Ele se levantou e mexeu em um dos armários que havia ali. – Se precisar, você pode me ligar.

- Mas eu não sei o seu numero, seu nome ou nem sei onde pode estar o meu celular. – disse como se fosse a coisa mais obvia.

- Você acha que não pensei isso? – Então ele tirou uma sacola de dentro do armário e me entregou.

Desconfia, tirei a caixa que estava dentro da sacola, era um aparelho de celular.

- Eu não posso aceitar isso. – Eu tentei entregar a ele, mas ele recuou.

- O seu celular infelizmente não está mais em uso. Você estava com ele na hora do acidente, ele caiu e a caminhonete passou por cima. Eu ainda tentei levar em algum lugar para consertar, mas sem jeito. Não se preocupe que é o mesmo modelo de antes.

- Não seria muito certo eu aceitar. – Insisti.

- Você aceitou o anterior. – Ele se sentou novamente e me observou enquanto observava a caixa. – Abra.

Não poderia ser tão cabeça dura com tanta gentileza, então abre a caixa e peguei a aparelho. Era lindo e delicado. Comecei a mexer nele, as configurações eram totalmente estranhas para mim, eu tentei colocar os meus dados, mas falhavam.

- Eu não me lembro do meu email. – disse derrotada.

- Não?

- Eu devo ter criado um novo quando mudei de aparelho.

- Cria um novo novamente, quando se lembrar do antigo, você volta para ele.

- É uma boa, mas eu perderei tudo. Contatos, fotos, vídeos, conversas. Vendo as coisas poderia me ajudar.

- Vai com calma, se preocupe com isso depois, sério. – Ele se aproximou e estendeu a mão. - Posso? – Então lhe entreguei o aparelho.

Ele se sentou e ficou ali por um tempo mexendo no celular, pacientemente eu esperei.

- Pronto. – Ele disse me devolvendo. – O seu numero ainda é o mesmo. Eu acrescentei o numero da sua mãe e irmãs na agenda, também coloquei o meu e da minha mãe. Acho que por enquanto são os números que você precisa. Não tenha pressa em lembrar do que aconteceu, as coisas acontecem por um motivo.

- Não é legal ficar com parte da memoria falha. – disse revirando os olhos.

- Mas eu acho que se você se lembrasse de tudo, iria esquecer tudo. De alguma forma.

- Por que diz isso?

- Eu não sou a pessoa certa para te dizer isso, vou a deixar decidir quando fará isso. – Ele voltou em seu relógio e suspirou. – Eu tenho que ir agora. Liga para a sua mãe, ela está preocupada com você e qualquer coisa não hesite em me ligar, estarei com o celular em mãos o tempo todo. – Ele mostrou o seu aparelho em mãos e sorriu. – Não se esforce demais. – Ele colocou a sua jaqueta, um boné e tirou de trás do banco uma mochila que logo estava nas suas costas. Ele se aproximou, segurou a minha mão mais uma vez e com os olhos fixados no meu, sorriu. – Você não sabe o alivio que estou ao vê-la acordada. – Ele beijou a minha testa e foi em direção a saída, mas antes que sair pela a porta, deu uma última olhada para trás, eu acenei me despedindo e ele saiu sorrindo.

Assim que ele se foi, peguei o meu novo aparelho celular e mexi nos contatos, vi o contato da minha mãe e irmãs, um contato escrito sieomeoni, como eu não sabia muito coreano, eu não tinha ideia do que significava, talvez fosse a mãe dele e por fim, o seu contato, eu cliquei e o seu nome estava lá, "Taek" acompanhado com um coração. Eu dei risada, como era abusado esse cara. 

Eternity  ✩ VIXXOnde histórias criam vida. Descubra agora