Capítulo 27

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Tentei me levantar, mas enquanto procurava algo firme para me apoiar, um médico acompanhado de duas enfermeiras vieram correndo até a porta me viram caída no chão, logo as enfermeiras estavam ao meu lado me colocando em pé, o rapaz de antes estava ali também, ele se aproximou tão rápido quanto ele havia sumido antes, seu olhar era de preocupação, quando me deitaram novamente na cama, ele colocou as mãos em meu rosto e parecia verificar cada poro do meu rosto.

- Você está bem? – Eu o afastei devagar e olhei para o médico.

- O que aconteceu? Por que eu estou aqui?

- Alexia, eu sou o Dr. Kim, você poderia me informar qual é a sua última lembrança?

Enquanto eu tentava puxar na memória a última coisa, as enfermeiras cuidavam dos ferimentos que sangravam por eu ter arrancado os tubos de mim.

Tudo era muito nublado.

- Eu não tenho certeza.

- Você sabe onde está? A data aproximadamente?

- Coréia do Sul, mas eu não sei a data. As únicas que eu lembro era de ter vindo para cá, ter estudado coreano e ter trabalhado em uma espécie de produção, mas só.

- Você se lembra de mim, certo? – O rapaz falou e eu apenas neguei com a cabeça.

- O que aconteceu? – Perguntei mais uma vez para o médico.

- Bom, Alexia, você sofreu um grave acidente, você se machucou muito e principalmente bateu a cabeça com muita força, tivemos que fazer uma cirurgia de emergência para estancar o sangramento no seu cérebro, você ficou em coma por dois meses.

- Tudo isso? – Perguntei desnorteada.

- Estava quase sem esperança que você ia voltar. Até que duas semanas depois do acidente, você esboçou emoção. Isso deu esperanças que você poderia voltar algum momento.

- Eu poderia ter morrido?

- Você foi atropelada por uma caminhonete com muita força, foi arremessada e a sua cabeça acabou atingindo o chão primeiro, foi nossa maior preocupação. A sua perda de memória é mais que compreensível, estou surpresa que ainda consiga lembrar-se de alguma coisa.

Eu estava em choque demais para questionar qualquer outra coisa.

- Você deve ficar aqui no hospital por mais algum tempo, precisamos garantir que não tenha a afetado mais nada além da sua memória, além de examinar e analisar sua amnesia com mais cuidado. E fico feliz que tenha acordado, todos estavam muito preocupados com você.

Tentei respirar um pouco mais forte e senti uma dor no meu tórax, eu resmunguei e coloquei a mão aonde doía.

- Vou pedir para aumentarem a dose do analgésico. Descanse e não se esforce, está bem? Mais tarde eu venho ver como está. – Dr. Kim saiu da sala e as enfermeiras colocaram o soro de volta em meu braço.

- Você vai precisar tomar um banho. – Uma das enfermeiras disse enquanto me analisava suja com o próprio sangue.

- Vai ser maravilhoso. – disse já pronta para me levantar, quando elas me impediram.

- Infelizmente, não poderá se levar por enquanto. Nós lhe daremos o banho.

O meu rosto ficou vermelho na hora, o rapaz viu a minha expressão e eu o vi rindo, o olhei com a cara feia.

- Eu vou esperar lá fora. – E ele saiu e as enfermeiras começaram a me limpar. Por sorte não foi um banho completo, eu morreria se fosse.

- Você tem muita sorte. – Uma das enfermeiras disse enquanto me ajudava a trocar a minha roupa.

- Com certeza. – disse pensando como eu poderia estar morta naquele momento. – Acho que nasci de novo.

- Ah sim, isso também.

- O que era a outra coisa?

- Ele ficou aqui praticamente todos os dias, passava a noite aqui e não se desgrudava por nada.

- Sério?

- E olha que ele está em plena turnê, não sei como ele está se aguentando.

Eu as ignorei e tentei me lembrar de algo, mas eu forcei tanto que a cabeça começou a dor mais ainda, depois que reclamei, elas me deram um novo medicamento e me deixaram sozinha.

Não sabia o que fazer, então fiquei apenas em silêncio, elas me aconselharam a tentar dormir, mas eu já havia dormido por muito tempo. Enquanto encarava o teto, tentando não pensar em nada.

Uma batida na porta me despertou da minha viagem no nada.

- Posso entrar? – Ele perguntou e assenti. – Como está se sentindo?

- Bem, eu acho. – Ele puxou a cadeira para mais perto e se sentou. Olhando-o mais de perto, vi bolsas embaixo dos seus olhos, as olheiras eram bem nítidas e mesmo com uma expressão suave era possível ver o cansaço em seus olhos.

- Você não se lembra de nada?

- Acho que nada de importante.

- Bom, você se lembra como falar coreano, mesmo que seja bem básico, isso é importante.

- É, deve ser. – Forcei um sorriso e desviei o olhar.

- Sabe, quando você chegou aqui eu não era o melhor no inglês, mas eu tentei estudar o máximo para conseguir me comunicar com você.

- Por que faria isso?

- Quando a gente gosta de alguém, é normal fazer essas coisas. – Senti o meu rosto esquentar e tentei mudar de assunto.

- A minha família. Elas sabem o que aconteceu?

- Sim, sabem. Só que elas não conseguiram vim ainda, mas eu garanti a sua mãe que eu cuidaria muito bem de você.

- Desculpa se eu estou causando problemas para você, mas não precisa se preocupar comigo, não quero incomodar.

- De forma alguma, prometi a você, a sua mãe e a mim mesmo que iria cuidar de você o tempo todo.

- Eu ouvi as enfermeiras falando que você está em turnê.

- De certa forma sim. Entre um país e outro temos uns dias para descansar, normalmente conhecemos o lugar, mas eu decidi que nesse intervalo voltaria para ficar com você. – Ele se aproximou e segurou a minha mão, o seu toque e a sua voz me fizeram lembrar. Era ele.

- Eu sinto muito se eu não lembro mesmo de você, mas a gente tinha alguma coisa? 

Eternity  ✩ VIXXOnde histórias criam vida. Descubra agora