Capítulo 36

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O seu beijo me pegou despreparada, com a guarda abaixada. No primeiro instante, eu fiquei em choque, mas quando me acalmei e senti a maciez dos seus lábios quentes, o toque dos seus dedos em meu rosto, me amoleci inteira. Meus olhos se fecharam e minhas mãos automaticamente repousaram na sua cintura. Ele passou a sua língua pelos meus lábios pedindo passagem, claramente eu dei. A sua língua percorria pela a minha boca, travando uma guerra com a minha. O seu beijo se tornou mais feroz, ele me pressionou mais contra a parede e roçava o seu corpo no meu, era possível senti-lo rígido. A minha respiração descompassou junto com o meu coração.

Sentia como se fosse a coisa certa, a coisa mais certa do mundo.

Estava perdida em algum lugar do espaço, cheia de alegria e felicidade. Não era uma sensação nova. Era antiga. Eu já conhecia o seu beijo, os seus toques. Eu já o tinha desejado antes. Porém, eu queria mais.

Eu soltei uma das minhas mãos para segurar a maçaneta e abrir a porta e continuássemos ali dentro, mas rapidamente ele se afastou. Seu olhar era de desejo, sua respiração estava tão ofegante quanto a minha. Eu o olhava confusa, mas ele apenas beijou a minha testa e foi para o seu quarto em passos rápidos e largos e fechou a porta atrás de si.

Eu bufei e percebi que não sentia minhas pernas, então me arrastei para o quarto e me joguei na cama sentindo aquela adrenalina consumir o meu corpo. Minhas mãos tremiam, meu coração batia forte, minha respiração ofegante e eu sentia que a minha calcinha estava úmida.

"Mas que merda." Murmurrei sozinha.

Aquele homem tinha mais controle do meu corpo do que eu mesma.

Fiquei ali feito estatua esperando o efeito passar, não pensei em nada, já que se eu tentava pensar, a sua expressão vinha na mente e me causava tremores.

Quando estava consciente novamente, troquei a minha roupa e coloquei o meu pijama favorito, minha garganta estava seca então resolvi sair para beber agua. Quando terminei de beber quase uma garrafa inteira e a encher novamente, com passos cuidadosos retornei para o meu quarto, mas antes de entrar percebi que a luz do quarto dele estava acesa, meu coração começou a vacilar novamente, entrei correndo no quarto e me tranquei ali. Deitei na cama e percebi que sorria sem parar.

Cobri o meu rosto e me esforcei o máximo para conseguir dormir.

Na manhã seguinte acordei com o despertador tocando, não lembrava de te-lo ativado, eu o desliguei e sonambula levantei e sai do quarto. Tudo parecia quieto, a luz do sol iluminava todo o apartamento dando certo conforto. Depois de bocejar várias vezes, espreguicei-me e depois de arrumar a cama e tomar um banho, resolvi que iria preparar o café. Até aquele momento, não havia sinal de Taekwoon. Quando pensei em seu nome, meu corpo esquentou.

Chegando à cozinha, percebi que havia um post it colado na porta da geladeira.

"Bom dia. Espero que tenha dormido bem. Tive que sair cedo, mas seu café da manhã já está feito, não demore muito para comer se não irá esfriar. Esteja pronta às 7 horas, um carro irá te buscar. E não coma nada antes, iremos jantar fora."

Coloquei o post it de volta a geladeira e sorri olhando a sua caligrafia, quando um cheiro invadiu o meu nariz tirando a minha concentração. Ali logo na mesa havia um pano cobrindo algo, quando o retirei havia as coisas mais gostosas para comer. Não demorei muito em acabar com o que estava ali. Com a louça lavada, rondei a casa procurando algo para fazer, mas não havia nada.

Liguei a tv e jogada no sofá, comecei a entrar nas minhas redes sociais para fuxicar. Meu facebook estava repleto de mensagens da família comentando sobre o corrido e desejando melhores etc, era engraçado que boa parte daquelas pessoas não entravam em contato há séculos, nem lembra que tinha adicionado. Mas como uma garota fiz uma pequena "nota" sobre o meu estado e resolvi entrar agora no instagram.

Nada muito diferente do que costumava ser antes. Respondi algumas mensagens do direct e percebi que eu seguia cada um dos meninos do grupo. Olhei os seus perfis, o mais engraçado era que Hongbin e o Taek eram os mais ausentes, Ravi ao contrario, parecia bem ativo.

Resolvi ver o meu próprio perfil e vi algumas fotos que eu não me lembrava delas, havia foto de um cara ocidental e uma garota coreana ao meu lado, nós três ostentávamos um kit de maquiagem aparentemente caríssimo. Outras fotos eram de paisagens, várias outras de croquis, mais teve algumas que me atraiu a atenção. Havia uma foto da minha mão segurando a mão de outra pessoa, a foto de um pinguim de pelúcia e uma em especifico que me assustou. Nesta, eu exibia uma aliança em meu dedo direito. Aquilo era uma aliança de noivado. Olhei para a minha mão e não havia nada ali. Tentei procurar algum indicio de quem seria aquela pessoa que parecia parcialmente nas minhas fotos, qualquer coisa, mas nada.

Não havia qualquer indicio, comentário, marcação, nada. Claro que nas curtidas, apenas Taek não a curtia. Ele curtia outra qualquer, mas não a que envolvia a pessoa misteriosa.

Tentei revirar na minha cabeça quem poderia ser a pessoa, mas pouca vinha. Nada relevante. Frustrada, coloquei o aparelho de lado e fiquei apenas vendo o tempo passar enquanto tentava refazer todos os meus passos. Eu não conseguia nem me lembrar como vim parar tão longe de casa.

Quando o sol começou a se por, eu estava sentada na sala, já arrumada para o jantar com Taekwoon. Não sabia o que vestir, ele não havia dito que tipo de lugares iriamos, normalmente os meus exs no Brasil me levava em um shopping qualquer da cidade para comer Mc Donalds. Então apostei em um vestido simples, porém muito bonito e um sapato baixo. Bati o pé contando os segundos quando o interfone tocou. O motorista havia chego.

Sai do apartamento e desci na velocidade da luz, tirando a parte do elevador, ai tive que ir à sua velocidade. Um carro preto me aguardava na porta do condomínio, o motorista abriu a porta do banco de trás para mim e eu entrei. No caminho, tentei descobrir onde estava me levando, mas o motorista era quieto demais.

Percebi que ele estacionou o carro e saiu, finalmente havíamos chego. Ele abriu a porta para mim e quando desci Taekwoon me esperava do lado do restaurante. Ele parecia distraído e sério, mas quando os seus encontraram os meus, ele sorriu e eu sorri tímida. Ele estava tão lindo que eu quis morrer por estar tão simples.

- Se você tivesse me falado para onde me traria teria vindo mais elegante.

- Você está linda desse jeito. Não se preocupe.

- Fala isso porque você está maravilhoso. – Revirei os olhos e ele riu sem graça.

Percebi que ele mantinha os braços para trás do seu corpo. Ele percebeu o meu olhar e estendeu seu braço que carregava um buque de flores.

- Sempre te dou essas flores, mesmo não sabendo se gosta destas.

- Eu já reclamei algumas vezes?

- As que você sabia que eu tinha comprado, não.

- Então. Eu iria gostar até de dente de leão se fosse que me desse. – Eu peguei o buque e dei o meu melhor sorriso. – Obrigada, Taek.

Percebi o seu rosto ficar vermelho e ele desviou o olhar, mexendo em seu cabelo perfeitamente arrumado para trás.

- Por que tudo isso? – Perguntei curiosa.

- Não queria saber de como nos conhecemos? – Ele estendeu o braço e sorriu. – Estamos aqui para isso e para comemorar a sua recuperação. 

Eternity  ✩ VIXXOnde histórias criam vida. Descubra agora