Capítulo 29

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Quando ele se foi, já era tarde, então eu fiquei mexendo no celular por mais um tempo até que me trouxeram mais remédios, trocaram a minha bolsa de soro e ajeitaram o quarto para que eu dormisse. Já havia dormido por muito tempo, não queria ter que dormir tão cedo, mas os remédios que me entregaram deveria ter algum relaxante muscular já que eu comecei a pegar no sono pouco tempo depois.

Naquela noite, eu durmo realmente de fato.

Logo cedo, acordei com uma luz em meu rosto, quando abri os olhos as cortinas estavam abertas e a luz do sol entrava diretamente no quarto, aquecendo o ambiente. Quando me virei, vi uma senhora sentada concentrada em um livro, ela tinha os cabelos curtos pretos e percebi os traços muito parecidos com o de Taek.

Quando me movi na cama para sentar, ela percebeu que eu estava acordada e fechou o livro e sorriu.

- Finalmente acordou.

Eu dei um sorriso tímido e quis saber se ela era realmente a mãe de Taek, então perguntei.

- Sieomeoni? – Ela começou a rir.

- Vocês jovens são rápidos mesmo. Pode me chamar de Jo-eun, sou a mãe do Taekwoon.

- Não sei sobre o que a senhora está falando. – disse tímida e a cumprimentei. – É um prazer conhece-la.

Taekwoon, então esse era o nome dele.

- Finalmente podemos nos conhecer. Desde o dia que você cuidou da saúde do meu filho fiquei curiosa em conhece-la. Claro que ele falava bastante de você e chegou a mostrar algumas fotos sua, mas você é bem mais encantadora pessoalmente.

- Obrigada. – Meu rosto estava quente.

- Não precisa agradecer. Como você está?

- Estou bem, só com um pouco de dor no corpo, mas nada insuportável.

- Imagino, você deu um baita susto na gente.

- Desculpa se estou atrapalhando vocês, eu não queria...

- De forma alguma, fazemos com maior prazer. Para a minha myeoneuli estou totalmente a disposição.

Não havia entendido o que ela quis dizer, então apenas sorri. Ela era tão doce quanto o seu filho.

Não deu muito para conversarmos mais, já que naquele momento um fisioterapeuta bateu na porta e se apresentou. Disse que como fiquei muito tempo parada, tinha que fazer exercícios para que meus músculos se fortaleçam novamente e não houvesse danos. Agora entendia o motivo pelo o qual eu não conseguia manter minhas pernas em pé ou segurar alguma coisa por muito tempo e com muita firmeza.

Boa parte da manhã foi com exercícios de fortalecimento, depois um belo café da manhã, comi como se não fosse amanhã.

Quando a mãe de Taekwoon saiu, aproveitei para entender a conversa de mais cedo e joguei no google tradutor o que estava escrito em seu contato em meu celular e o que ela havia falado.

Meu coração quis pular do meu peito e com certeza eu estava vermelha feita pimenta já que dizia "Sogra e nora" na tradução. Eu quis morrer, não acredito que havia a chamado de sogra. Inocente eu era. E para piorar ela ainda me chamou de nora, como eu olharia na cara dela? Queria cavar um buraco e enfiar a cabeça lá.

Mas a merda já estava feita, o que eu podia fazer agora era fingir que nada havia acontecido. Só não poderia cometer o mesmo erro novamente.

Os dias foram se passando, a Senhora Jo-eun me fazia companhia maior parte do dia, mas quando a noite caia eu insistia para que fosse para casa, já que não era nada confortável dormir naquelas poltronas. Quando ela partia, eu ligava para a minha mãe e sempre a acalmava e a situava sobre as minhas condições. Os médicos estavam chocados com a minha rápida recuperação, eu já conseguia dar algumas voltas pelo o quarto e até mesmo tomar banho sozinha, o que foi a minha maior vitória, já que não queria ninguém fazendo isso por mim, ou o terror que era para usar o banheiro, não queria nem lembrar.

Apesar de me sentir bem, os médicos ainda queriam que eu ficasse de observação e todos os dias tirasse um raio-x do crânio e passasse no psicólogo para ter alguma mudança da minha amnesia, mas ao contrario de todo o resto, não havia progredido nada.

Em uma das noites enquanto passava pelos os canais, cai em um programa que me chamou atenção. Apesar de nunca ter muita vontade de ter filhos, me peguei assistindo um programa que o foco era crianças, The Return of Superman. As crianças eram deixadas com os pais sozinhos, sem as mães por 48 horas, me peguei gargalhando algumas vezes com algumas cenas. A fofura de cada uma das crianças me fez questionar se eu não deveria ter uma.

Antes de dormir, Taekwoon que já sabia exatamente o horário, me enviava uma mensagem perguntando como eu estava, como havia sido o meu dia e dizendo que faltava muito pouco para retornar para a Coréia. Eu o tranquilizava dizendo para não ter presa e curtir a sua turnê, eu estava bem e não teria o porquê tamanha preocupação. Apesar dele sempre dizer que iria tentar, na noite seguinte era a mesma coisa. Eu sempre sorria quando chegava sua mensagem. Perguntei-me se deveria ligar para ele, perguntar também como ele estava, como estava a viagem, mas me senti insegura demais para isso e deixe de lado.

Havia passado um pouco mais de uma semana, eu estava entediada, mesmo fazendo os exercícios que o fisioterapeuta havia passado. Enquanto estava sentada de frente para a janela olhando para o jardim do lado de fora com um elástico na mão estendendo e flexionado o joelho. Fiquei me perguntando quando poderia finalmente ir para fora e respirar um ar puro, já que não aguentava mais o cheiro de hospital.

Uma batida na porta atraiu minha atenção, quando me virei para olhar, uma das enfermeiras estava lá com uma cadeira de rodas, ela sorriu e disse:

- Que tal sair um pouco?

- Você só pode ter lido a minha mente. – disse rindo.

Ela me ajudou a sentar na cadeira e antes de sair do quarto, prendi o meu cabelo em um rabo de cavalo alto para que escondesse a falha da cirurgia. Não queria sair daquele jeito. Guiando-me pelo o hospital, levo-me até a parte de trás do hospital e me deixou na varanda sozinha, eu respirei fundo o ar da liberdade.

Do nada, um buque de flores tampou a minha visão, quando olhei de onde estava vindo, Taekwoon estava lá com o seu sorriso tímido estendendo o buque para mim, eu a peguei e cheirei o seu delicioso perfume.

- Obrigada. – disse por fim.

- Tive que implorar para deixarem você sair um pouco.

- Como você sabia que eu não aguentava mais ficar no quarto?

- Minha mãe disse que você sempre observava o lado de fora, além que você está pálida demais. – Ele apertou de leve minha bochecha. – E além do mais você tem visita!

- Quem mais além de você poderia me visitar?

- O que você quer dizer com isso? – Um grupo de rapazes surgiu de dentro do hospital. 

Eternity  ✩ VIXXOnde histórias criam vida. Descubra agora