Capítulo 47

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Taekwoon me levou para diversas escolas, ele tentou me levar para conhecer faculdades, mas eu insisti para que não por enquanto. Pensaria nisso depois. Quem sabe quando eu tivesse condições de pagar.

Quando saímos da última escola eu estava matriculada em duas diferentes, em uma eu estudaria coreano para melhorar a minha escrita, leitura e fala, seria praticamente a semana inteira, com poucas horas de duração. Na outra escola, maquiagem. A técnica e até mesmo as maquiagens na Coréia do Sul eram diferentes do Brasil, se eu iria trabalhar no ramo, eu precisava me especializar nas coisas daqui.

Os meus dias começariam a ser corridos, estranhamente era o Taekwoon não queria, talvez me convencer a fazer muitos cursos era um jeito de impedir que eu trabalhasse. Porém, nada mudaria a minha cabeça.

Aproveitamos para almoçar em algum lugar e depois finalmente fomos para a consulta. Ambos estavam ansiosos para saber o meu progresso. Eu só queria ouvir que eu estava liberada para tudo. E sabia o que Taekwoon queria que o médico liberasse.

A minha primeira consulta foi com o psiquiatra, como a minha memoria não teve quase nenhuma mudança, ele acabou aumentando a dose do meu medicamento, eu já o achava forte, agora seria mais ainda. Eu só me sentia desconfortável com os efeitos colaterais.

Saindo do psiquiatra, a sala seguinte foi para o psicólogo, conversamos por quase uma hora. Ele quis saber tudo o que aconteceu desde que havia saído do hospital e como me sentia com tudo. Afinal, uma pessoa que perdeu a memoria e estava em um ambiente e com pessoas que não se lembrava não era fácil, mas ele dizia que meu coração e minha mente se lembravam, mesmo que o meu consciente não, por isso me sentia bem apesar de tudo.

Próxima parada, fisioterapeuta, eu dei risada quando vi Taekwoon com o boné cobrindo o rosto, provavelmente tirando um cochilo, já que estava tomando muito tempo todas àquelas consultas. O fisioterapeuta me deu alta dos meus exercícios já que estava já com a amplitude dos movimentos de volta e não estava mais com as articulações rígidas. Segurei para não sair dando pulos, já que não gostava dos exercícios.

Alguns exames foram feitos e finalmente a consulta esperada, eu entrei primeiro sozinha, o médico analisou todos os resultados dos exames feitos, ele parecia preocupado já que meu sangue estava um pouco alterado, mas depois de ver os remédios que eu tomava, ele ignorou. Taekwoon entrou na sala depois, tiramos todas as nossas duvidas e eu sorri satisfeita para Taekwoon quando o médico disse que eu poderia voltar a minha rotina de trabalho desde que eu não me forcasse demais, ele por sua vez, fez cara feia.

Sem perder mais tempo, ele chegou ao ponto que queria, ele foi tão direto na pergunta que eu com certeza era um pimentão de tão vermelha de vergonha. O médico claro que disse que estava liberado, porém deveríamos no proteger ao máximo já que os remédios que eu tomava anulava os anticoncepcionais, não precisei nem olhar para Taekwoon para saber que seu sorriso ia de orelha a orelha.

- Precisava ser tão direto? – Perguntei assim que saímos da sala.

- Queria que eu perguntasse como?

- Não tão diretamente.

- Vou ser mais discreto na próxima vez. – Ele sorriu e passou o braços em meus ombros me abraçando.

- Espero não ter uma próxima vez.

- O importante é que conseguimos o que queríamos você pode trabalhar assim como queria e eu... – Ele me olhou com os olhos serrados e um sorriso de predador.

- Vamos com calma. – Eu o empurrei. – Parece que vai me atacar aqui mesmo.

- Vou tentar me conter. – disse me abraçando mais uma vez. – O que acha de sairmos para jantar fora hoje?

- Perfeito.

A lua surgia quando finalmente chegamos em casa, por ter ficado um bom tempo em um hospital, tomei outro banho e coloquei uma roupa limpa. Separei um dos vestidos novos e um sapato de salto alto, sentia falta de andar com um, sentia-me uma anã andando ao lado de Taekwoon maior parte do tempo, com um salto poderia ficar mais a sua altura e caso nos beijássemos, não precisaria acabar com o arco do meu pé de ficar tanto tempo nas pontas dos pés.

Enquanto passava uma locação corporal em meu corpo na frente do espelho apenas de lingerie reparei que eu havia ganhado peso, eu estava sem controle em relação à comida, na bula dizia que era oito ou oitenta, poderia tanto não sentir fome ou sentir muita fome. Para minha tristeza, a fome me ganhava. Eu ainda tinha sorte das minhas roupas ainda servirem.

Quando sai do quarto, Taekwoon estava a minha espera e quando ele me viu, ele suspirou.

- Você está linda!

- Obrigada. – disse sem jeito. – E você está incrível.

E ele realmente estava eu ainda ficava na duvida se ele ficava mais irresistível em roupa casual ou social. Naquele momento, social o deixava incrivelmente sexy.

Taekwoon já havia feito uma reserva, então quando chegamos nos levaram até a nossa mesa, o lugar parecia bem movimentado e bem mais chique do que o anterior. Mais uma vez, pedimos suco ao invés de algo alcoólico, ele era teimoso demais para me ouvir e ignorar a minha restrição e ele pelo menos tomar.

Enquanto o nosso pedido não chegava, senti-me incomoda com algo, sentia um olhar sob mim, Taekwoon me olhava, mas não era ele que estava me incomodando. Tentei ignorar, mas estava me sentindo ansiosa.

- Aconteceu alguma coisa? – Ele perguntou quando percebeu minha inquietação.

- Pode parecer loucura, mas eu sinto como se alguém estivesse me fuzilando em algum lugar.

- Você acha que alguém está te olhando demais?

- Talvez.

Passei os olhos pelo o salão em busca de alguém que pudesse estar me julgando com o olhar. Talvez fosse da minha cabeça, por estar usando um vestido diferente do que costumava eu achava que as pessoas estariam me julgando, o que acontecia na maioria das vezes na minha cabeça.

Deixei para lá quando um par de olhos castanhos se encontraram com o meu, não era da minha cabeça, tinha uma pessoa me encarando, um homem e era Hongbin.

Eu engoli seco. Era coincidência demais ele estar ali também. 

Eternity  ✩ VIXXOnde histórias criam vida. Descubra agora