Capítulo 38

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- Bom, devia ter dito isso antes, poderia ter feito mais. – Ele sorriu e foi buscar o carro.

Não demoramos muito para chegar em casa, o caminho foi quieto, um silêncio reconfortante. Ainda estava um pouco em choque ao saber os sentimentos de Taek. No fundo, eu sorria. Eu só não sabia o que fazer com aquelas informações.

Eu coloquei as flores em um jarro com água e levei para o meu quarto, em um lugar que de dia pudesse receber sol, mas também que ficasse a minha vista. Andando pelo o quarto, encontrei mais uma vez a nossa foto, só podia imaginar tudo o que se passava ali. Quantos beijos de tirar o folego ele havia me dado?

Se eu não lembrava, teria que começar do zero.

E até o momento, apenas um.

Com os meus remédios em mãos, fui até a cozinha para bebê-los. Taek estava sentado na sala assistindo alguma reprise de jogo de futebol. Quando estava ingerindo o último comprimido, ele pareceu ao meu lado me dando um susto e quando me fazendo engasgar.

- Que susto, merda. – resmunguei recuperando o folego.

- Está tomando seus remédios corretamente?

- Sim, estou. Só não precisa me assustar, né.

- Desculpa.

Olhamo-nos por um tempo em silêncio, ele então acariciou o meu cabelo.

- Não tem mais nenhuma pergunta?

- Você ainda me ama? – A pergunta saiu sem querer. Ele começou a rir.

- Se eu dizer que sim, você vai fugir?

- Talvez sim, talvez não.

- Você ainda tem duvidas? Achei que tinha deixado claro.

- Dá um desconto, eu bati a cabeça lembra? Estou um pouco devagar.

- Você é sempre devagar com os seus sentimentos. – Ele beijou a minha bochecha de leve, fazendo minha pele toda arrepiar. – Só não demora dessa vez, não vou aguentar esperar tanto dessa vez.

Os seus dedos subiram pela a minha nuca e me puxou para mais perto, eu ergui um pouco os meus pés para tentar ficar mais próxima da sua altura e fechei os olhos, esperando o seu beijo.

Quando ele estava muito, muito, muito próximo, a campainha soou nos assustando.

- Está esperando alguém? – Perguntei me afastando envergonhada.

- Não.

Ele foi até a porta para ver quem era, logo em seguida um grito de criança veio de lá.

- Tiooooo! – Ele gritou.

Meus olhos se arregalaram, só podia ser alguém da família dele. Eu ajeitei a minha roupa e meu cabelo e corri para o sofá. Não sabia o que fazer, mesmo que já conhecesse a sua mãe, não era a mesma coisa, a ocasião era diferente.

Quando ele retornou estava com um garotinho no colo, ele sorriu nervoso.

- Esqueci que tinha prometido para minha irmã que ia cuidar dele essa noite.

- Tudo bem. – Sorri e me aproximei.

Ele era tão tímido que escondia o rosto, eu ri porque o seu rosto vermelho lembrava muito do seu tio.

- MinYeol, essa é a Alexia. – Taekwoon disse para o garoto que demorou muito para finalmente me olhar.

- Oi, MinYeol. – disse com o meu melhor sorriso.

- Está com fome? – Taekwoon perguntou para Minyeol e ele fez que sim. – Vou preparar algo para você.

Ele o deixou na sala com a tv ligada em um canal infantil o que o distraiu rapidamente. Eu quis ajudar Taekwoon na cozinha, mas ele me dispensou, minha única saída foi ter que ir para a sala e me aproximar de Minyeol.

Tentei me lembrar da época que trabalhei na minha escola no período da tarde, onde havia muitas crianças pequenas e eu costumava brincar com elas e com o que eu lembrava comecei a puxar assunto com ele e não demorou muito para nos aproximarmos. Nunca me gabaria, mas eu tinha talento com crianças, eu me considerava uma, até ter que me tornar uma adulta de verdade e trabalhar.

Quando Taekwoon terminou de preparar um lanche para Minyeol, se chocou com a cena de nós dois ofegantes de tanto correr. Por que tive a ideia de brincar de pega-pega em um apartamento? Era uma vantagem para ele, porém uma desvantagem para mim porque conseguia me pegar com mais facilidade.

Ele se acalmou e comeu tudo que estava no prato, assim que deixou o prato de lado, puxou eu e Taekwoon para brincar com ele. Não havia passado nem duas horas e ele já me chamava de tia, não me incomodei já que todas as crianças me chamavam assim.

Taekwoon e Minyeol jogaram vídeo game por um tempo e eu fiquei no sofá os assistindo, depois mais uma dose de corrida de um lado para o outro. Ele havia me dado tanta energia que Taekwoon teve que chamar minha atenção já que eu não devia estar fazendo metade do esforço que estava fazendo. Sentiria no dia seguinte.

Focamos em jogos mais tranquilos, claro que deixamos Minyeol ganhar a maioria. E eu deixava Taekwoon ganhar outras.

Era quase uma da manhã quando Minyeol quis assistir um filme, eu já estava cansada e me retirei para o meu quarto. Troquei a minha roupa, tirei toda a minha maquiagem e quando estava pronta para me deitar, uma batida na porta.

- Tia. – A vozinha de Minyeol soou do outro lado da porta.

Levantei-me e quando abri a porta, ele já estava com o seu pijaminha, no seu rosto uma expressão de sono. Eu sorri.

- Que foi?

- Vem ficar com a gente. – Ele pegou a minha mão e me puxou de volta para a sala. Chegando lá percebi que um enorme colchão cobria o chão, cheio de travesseiro e cobertores.

- Ele não queria que você ficasse no seu quarto sozinha. – disse Taekwoon se sentando no colchão, vestindo o seu pijama. Tentei o máximo não observar o seu corpo pelo o tecido do pijama que o deixava, na verdade, me deixava sem folego vê-lo assim.

- Vem. – Minyeol me puxou e me levou até o colchão.

Eu fiquei em uma extremidade do colchão, Taekwoon do outro, Minyeol ficou no meio sentado olhando fixamente para televisão enquanto rodava um desenho de um ônibus, por algum motivo me lembrou de Thomas e seus amigos, mesmo não tendo nada a ver.

Passado alguns episódios, percebi que Taekwoon dormia profundamente no seu lado, eu ri ao vê-lo de tal jeito. Minyeol bocejava, mas tentava se manter acordado.

- Por que não dorme? Você está morrendo de sono. – Acariciei os cabelos de Minyeol e ele balançou a cabeça que não. – Tá tarde. Amanhã assistimos mais, está bem?

Ele pensou um tempo e concordou. Ele se deitou e eu o cobri.

- Bons sonhos, Minyeol.

- Tia, você é namorada do meu tio? – Criança quando quer direta, ela é direta e reta.

- Não. – Eu disse rindo nervosa.

- Que pena, queria que fosse. Assim você nunca iria embora.

- Eu não vou pra lugar nenhum, pode dormir tranquilo. – Eu baguncei de leve o seu cabelo. Ele dormiu em segundos.

Não me sentia a vontade de dormir ali, com passos silenciosos voltei para meu quarto, mas antes de conseguir entrar, alguém puxou a minha blusa, quando me viro, Taek com os cabelos bagunçados e olhos entreabertos me encarava.

- Você disse que não iria para lugar nenhum. 

Eternity  ✩ VIXXOnde histórias criam vida. Descubra agora