Capítulo 37

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Eu sorri e segurei o seu braço. Ele me guiou pelo o salão do restaurante até uma mesa em um canto mais reservado, ele se adiantou e puxou a cadeira para mim, eu agradeci e me sentei. Logo ele estava sentado a minha frente. Observei o salão que não estava muito cheio, talvez por conta do dia da semana. Depois de admirar toda a beleza do lugar, direcionei o meu olhar para Taek que me encarava, sorri envergonhada.

- O que foi?

- Vamos pedir?

Eu concordei e ele chamou o garçom, escolhemos os pratos e ele anotou o pedido.

- Alguma bebida? – O garçom perguntou e eu ia responder quando Taekwoon me atravessou.

- Não, obrigada. Um suco seria melhor. – Eu o olhei confusa. – Prefere do que? – Perguntou a mim.

- Morango.

- Dois de morango então.

O garçom anotou e se retirou.

- Suco?

- Você não pode beber nada alcoólico.

- Tudo bem, mas você pode.

- Não seria justo apenas eu beber.

- Não quero que se prive só por minha causa.

- Não é nenhum esforço, acredite. Prefiro beber o mesmo que você.

- Certeza?

- Quando você estiver melhor, saímos apenas para beber se assim preferir. – Eu comecei a rir.

- Tudo bem.

Respirei fundo e comecei a observar a vela que estava acesa na mesa, ela queimava lentamente, eu sentia o seu calor apenas de observa-la. O mesmo calor que sentia quando olhava nos olhos de Taek. Meus olhos desceram mais um pouco e encontraram o seu lábio, fazendo com que me lembrasse da noite anterior, meu rosto esquentou assim como a parte entre as minhas pernas.

Sacudi a cabeça tentando afastar aqueles pensamentos. As flores que ele havia me dado estava em cima da mesa ao meu lado, eu mexi em uma pétala sentindo a textura dela. Uma musica soava tocava no ambiente, porém a única coisa que eu escutava com nitidez eram as batidas do meu coração. Eu respirei fundo e disse:

- Então, estou pronta. – o olhei e ele parecia confuso.

- Certeza?

- Claro. Como nos conhecemos?

- Quer a minha versão?

- Tem outras?

- Tem.

- Eu acho que a sua deve ser mais confiável.

- Talvez seja. – Ele mexeu no pano da mesa impaciente.

- Então?

Ele respirou fundo, olhou ao redor e então olhou para mim enquanto repouso as costas no encosto da cadeira.

- Há um tempo, um pouco mais de um ano, o grupo foi para o seu país, pela segunda vez depois de muito tempo fazer uma apresentação. Tudo tranquilo e normal como deveria ser. No dia da nossa volta, estávamos no aeroporto, tínhamos acabado de chegar e todos estavam muito cansados por conta do fuso horário. Enfim, no meio do caminho, eu te vi. Você estava longe e vi pouca coisa, mas conforme ia se aproximando. – Ele suspirou e continuou: - Não estava com uma das suas melhores expressões, parecia triste. E eu não conseguia tirar os olhos de você.

- Eu estava tão horrível assim? – Franzi o cenho e ele riu.

- Claro que não, pelo o contrário. Queria ter ido falar com você, mas era impossível. Pelo menos para mim, naquele momento.

- Até você é idol.

- Exatamente. Só que você distraída demais, para variar.

- Ei.

- Desculpa, você estava parecia perdida e vinha em nossa direção. Pensei em fazer algo, mas enfim, você se esbarrou e acabou trocando sua mochila com outra pessoa.

- Em quem?

- Ninguém importante. – Ele revirou os olhos e eu quis rir, mas segurei. – Depois de um rolo todo ai, descobrimos que você estava procurando emprego, já que havia um currículo seu, havia uma foto sua nela. Eu usei um tradutor para entender o que havia ali e quando entendi, pensei que talvez fosse a minha chance de vê-la novamente. Porém, alguém foi mais rápido que eu.

- Você deu a ideia então de me trazer para cá.

- Em tese sim, mas não fui eu que fiz isso. Às vezes por amizade, fazemos algumas besteiras que nos arrependemos.

- Que tipo de besteira?

- Abrir a mão de você.

Meu coração disparou. Eu olhei para o espaço vazio que antes ficava uma aliança.

- Eu ia casar com ele, não é?

- Eu desejava que não. Quis me manter longe, Hakyeon me segurava para não ir atrás de você quase todos os dias. Tinha que me controlar estando perto de você e vê-los juntos, era uma tortura.

- Por que nunca me disse nada?

- Eu disse. Fazia muita merda escondida de você, só que eu não era a pessoa que devia jogar tudo no ventilador, do meu jeito tentei te conquistar, estava funcionando, até você levar em consideração mais o seu relacionamento do que ao que estávamos sentindo.

- Parece que não fiz a escolha certa, não é? – disse desapontada comigo mesma.

- Só você pode dizer isso.

- Está meio obvio, essa pessoa não está aqui, está? Eu nem mesmo lembro-me dele. Ele sequer me visitou alguma vez?

- No dia do acidente, foi ele que acionou a ambulância e foi com você até o hospital, mas depois, ele se recusava te ver. De qualquer forma, eu não o deixaria entrar.

Um sentimento de abandono me assolou, meu coração estava apertado e eu queria arranca-lo fora.

- Obrigada! – disse com a voz embargada.

- Pelo o que?

- Por não ter me abandonado, mesmo quando eu fiz uma escolha errada.

- Te abandonar, seria o mesmo que abandonar o meu próprio coração.

Taekwoon estendeu a sua mão para mim, eu a segurei e ele a apertou levemente.

- Taek, - encarando a mesa, respirei fundo. – Quem é? Ele?

- Acho que agora não importa quem seja.

- É. Talvez não importe.

Com a nossa conversa, nem reparei que a nossa comida havia demorado um pouco mais para sair, mas logo estava ali. Comemos em silêncio, enquanto mastigava, digeria junto o que havia ouvido.

No final da sobremesa, ele se levantou e pagou a conta, com o buque em mãos a observei por vários minutos. Quando ele retornou, segurou em minha cintura e fomos até a saída. Ele se soltou de mim para ir para o estacionamento, mas eu o segurei o impedindo. Com um olhar confuso ele me olhou.

- Eu te amava?

- O que você acha? – Ele perguntou com um leve sorriso nos lábios.

- Que sim. 

Eternity  ✩ VIXXOnde histórias criam vida. Descubra agora