Passados alguns minutos de meio-dia, Maks acordou com o cheiro do almoço que vinha da cozinha e invadia todos os cantos da Mansão Wayne. Inspirou profundamente enquanto apertava o local onde fora chutado pelo Nômade. Doeu um pouco, mas parecia bem. Após se levantar, caminhou diretamente para a cozinha, para conferir de perto o que teriam para o seu desjejum. A refeição estava sendo preparada especialmente por Kaneda, que ficava capengando de um lado para o outro com os pés enfaixados. Estava caprichando, pois queria deixar um inesquecível almoço de despedida.
Como Maks já esperava, todos pegaram no seu pé por se levantar exatamente na hora do almoço, que naquele momento, já estava sendo posto na mesa. Aproveitaram para perguntar se ele havia lembrado de alguma coisa da noite anterior e a resposta continuou sendo a mesma: nenhuma lembrança.
Foi até o banheiro, tomou um banho rápido e colocou sua roupa civil, que era basicamente uma calça jeans, uma camisa azul de manga comprida e um par de chinelos. Mal via a hora de sentar à mesa e saborear a deliciosa lasanha que ainda fumegava, exalando um cheiro de abrir o apetite e parecia chamá-lo para ser devorada.
Enquanto caminhava para a mesa, sentiu-se estranho, como se algo começasse a se embaralhar em sua mente, terminando numa fortíssima dor de cabeça: uma dor quase insuportável, como se uma lança atravessasse seu crânio. Um estridente grito de dor ecoou por todo apartamento, enquanto levava as mãos à cabeça, perdendo parcialmente o equilíbrio. Suas pernas amoleceram e ele só não foi de encontro ao chão porque suas costas encontraram a parede, ao mesmo tempo em que começava a sangrar pela boca e nariz. Sua visão ficou turva, permitindo que visse apenas vultos em sua frente. E até mesmo o som lhe foi roubado de seus ouvidos.
Seus amigos, em meio ao desespero perguntavam o que havia de errado, ao mesmo tempo em que tentavam se aproximar, porém, Maks esticou o braço na direção deles, num gesto para que todos se mantivessem afastados.
Aos poucos, sua audição e visão retornaram, assim como as forças de seus músculos. Segundos depois, endireitou o corpo, ainda com as costas apoiadas na parede, respirando forte.
Os olhos arregalados de Yelena expressavam muito bem a preocupação de todos. — "O que foi isso?!" — Insistindo na aproximação, ela venceu a distância que ele queria manter de todos e tocou na face do Caçador, deslizando os dedos até a testa, para verificar a temperatura. — "Você está bem!?"
— Sim, estou bem. Isso não foi nada. — Maks ainda respirava ofegante, enquanto respondia, mantendo um estranho sorriso nos lábios. Passando uma das mãos sobre o rosto, retirou um pouco do sangue abaixo das narinas. — Foi só uma lembrança que voltou.
— Quê?!? — Dmitri se assustou com aquela declaração. — Lembrança?!? É assim que se lembra das coisas agora?! Cara, na boa, não devia forçar tanto a cabeça para puxar uma lembrança!
— Eu preciso ver o Misaki. E é importante. — A afirmação foi feita depois de alguns segundos em silêncio, com uma expressão pensativa. Yelena não saía do seu lado.
— Nada disso! — Aleksei discordou. — Vou te levar para a clínica. A Ly vai te examinar e ver se está realmente bem. Isso que acabou de acontecer pareceu bem sério. — E ao perceber um olhar de discordância por parte de Maks, enfatizou: — Eu não estou perguntando se você quer ir ou não. Você vai e ponto final! Só depois disso poderá falar com o Misaki. Entendido?
Mantendo a atitude austera, Aleksei nem esperou a resposta e caminhou até a parede perto do armário de armas, onde as chaves do veículo eram deixadas. Mas Dmitri já caminhava em direção às escadas, rodopiando o molho de chaves no dedo.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Legado da Destruição 2 - Poder Desperto
AventuraCinco estrangeiros sem memória unidos numa missão de caça. Uma legião de criaturas assassinas vagando livres pelas ruas. Um departamento de polícia covarde e manipulador. Uma cidade assolada pelo medo. Em meio a esta realidad...