Capítulo 37 - Confirmação

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        Sem mencionar mais nenhuma palavra, Maks desceu para a Batcaverna. Imediatamente, após chegar no espaçoso andar inferior, começou a extravasar sua indignação com inúmeros socos no saco de pancadas; desta vez, com mais vigor, com a raiva e a frustração crescente o motivando.

      Aleksei entendia como Maks se sentia e foi doloroso ser o porta-voz inicial daquela decisão. Quando Dmitri usou aquela cena simulada do topo do prédio, ele quis ter se manifestado em favor do amigo, de alguma forma. Mesmo que não mudasse a decisão, pelo menos, demonstraria que estava do lado dele.

      Mas não o fez e acabou se sentindo culpado pelo desfecho. O restante do grupo também se sentiu mal pela decisão tomada, até que Ly tentou reconfortá-los, dizendo que não tinham escolha.

      Aleksei ainda tentou entrar em contato mental, mas Maks o avisou que acabara de captar a presença de um Nômade a leste dali. Acrescentou que deveriam ir logo, pois estava no limite de seu Radar. Depois disso, ficou em silêncio. Relutantes, eles saíram.

      Ly desceu para uma nova tentativa de comunicação, mas ele limitou sua fala durante a conversa, mais preocupado em distribuir seus fortes socos, deixando claro que preferia ficar só. Percebendo isso, ela subiu novamente. Se precisasse de qualquer coisa, era só chamá-la, pois ainda permaneceria ali por mais algum tempo.

      Após incontáveis minutos golpeando o saco de pancadas, o Caçador excluído foi dominado pelo cansaço, sendo obrigando a se sentar para descansar um pouco. Seus punhos estavam vermelhos e doloridos; seus braços, pesados.

      O tempo passava de forma bem lenta, enquanto sua angústia aumentava e sua paciência diminuía. Ansiava pelos resultados da pesquisa sobre Kihara.

      Logo um chamado mental o fez se levantar e ficar ainda mais apreensivo: era Misaki.

      "Olá, Maks. Foi difícil essa internet estabilizar, mas consegui. E encontrei coincidências interessantes na pesquisa."

      "Então, fale de uma vez!" — O pedido foi feito de forma grosseira devido a sua raiva ainda presente. E logo sentiu uma ponta de arrependimento pela sua atitude, afinal de contas, Misaki não tinha nada a ver com o que aconteceu; além de o estar apenas ajudando.

      Mas não chegou a pedir desculpas. Manteve-se quieto, se limitando a forçar a Conexão, tomando posse também da visão de seu amigo brutamontes, passando a observar, junto com ele, as informações que passavam pela tela do computador.

      "Durante o primeiro ataque, quatro meses atrás, ele esteve fora do país. Ficou na Espanha por quatro dias, em Valência. Isso foi difícil de dar certeza. Tive que procurar por outras fontes, mas já confirmei." — Misaki prosseguiu, os olhos correndo pela tela.

      "OK. Mas não precisa dar detalhes. Diga só o que eu pedi." — Forçosamente, o tom de voz se tornou mais amistoso.

      "Certo, então. Durante o segundo ataque, uma semana depois do primeiro, ele permaneceu o dia todo em casa. Quando não havia nada agendado, significava que ficava em casa, descansando. Ele nunca foi muito de sair à noite quando se dava uma folga. Era bem caseiro." — afirmou Misaki, os dados sobre a informação relatada aparecendo de maneira clara diante de seus olhos. De ambos.

      "Nessa época, Ayumi já morava com ele?"

      "Sim. O segundo ataque ocorreu alguns dias depois que ela foi adotada. — Foi quando Misaki chamou a atenção para um detalhe. — E é exatamente a partir daí que começam as coincidências: durante todos os ataques seguintes, ele esteve sempre em casa. Desde o segundo, até o último. Todos aqueles Surtos de Violência dos Nômades coincidiram com os dias de folga dele."

Legado da Destruição 2 - Poder DespertoOnde histórias criam vida. Descubra agora