Está tudo bem, Aleksei — ela disse, se aproximando dele. — Não tem nenhum problema em...
— Sobe, Ly, por favor. — O pedido desta vez foi feito em um tom mais alto. Os olhos ainda mantidos fixos em seu descontrolado amigo.
— Aleksei, por favor, está tudo bem. Não precisa ser assim. Podemos...
— Ly, por favor, faça o que estou pedindo: vai lá para cima.
E, desta vez, ela sentiu a urgência naquele terceiro pedido. Sua intenção era permanecer ali exatamente para provar que Maks não era tão perigoso quanto Aleksei temia.
Mas lá no fundo, ela mesma já duvidava disso.
Embora ainda tenha hesitado, Ly acabou retornando; e traçou um caminho em que, instintivamente, evitou se aproximar de Maks, contornando o mais longe possível dele, até chegar às escadas, por onde subiu. Segundos depois, já na segurança da Mansão Wayne, passou a caminhar de um lado para o outro, apreensiva pelo que aconteceria lá embaixo.
Maks havia virado o rosto para trás e acompanhado a subida dela com um olhar preocupado.
E não parava de pensar na besteira que quase fez. Ele quase a agrediu. Quase acertou um soco naquela pessoa que apenas o ajudou desde que a conhecera. E não seria apenas uma agressão.
Um de seus socos poderia matá-la...!
Ciente desta perda de controle, ele levou as mãos à cabeça e suspirou.
Mas na sua mente, apenas uma coisa importava: fazer Kihara pagar.
Porém, ainda havia a promessa feita a Ayumi e isso complicava tudo. De qualquer forma, aquele monstro não poderia sair impune. Ele precisava ser... punido!
De algum jeito.
— Me deixa ir, eu vou ficar bem — Maks pediu mais uma vez, com os olhos fechados.
— Ah, claro que você vai ficar bem. — o outro ironizou. — Está bem claro em suas ações. Você reduziu o carro a uma pilha de aço retorcido, quase esmurrou a Ly e está tremendo mais do que vara verde!
— Eu estou bem...
— Não! Você não está! O que aconteceu!? Pensei que éramos um time! — Havia agora em sua voz uma preocupação que quase beirava o desespero em saber a motivação daquele descontrole todo. — O que está acontecendo com você?! Maks, pelo amor de Deus, fala com a gente! Explica o que está acontecendo! Não somos seus inimigos, droga! Queremos te ajudar! Confie na gente!!
Maks manteve os olhos fechados, naquela tentativa eterna de se acalmar. E as palavras que ouviu pareceram acionar o botão que ligava a sensação de arrependimento. Realmente, deveria confiar mais nos seus amigos.
— Eu nunca disse que eram meus inimigos. — murmurou, a voz soando melancólica. Uma vez mais, aquela vontade de partilhar o que sabia começava a ganhar espaço dentro dele. A idéia de ter ajuda para garantir a segurança da menina agora amadurecia como a melhor decisão. — Não são meus inimigos. Pelo contrário. — Até que aquela idéia foi, mais uma vez, sufocada pelo receio de não acreditarem. E se isso se confirmasse, era Kihara quem conseguiria aliados. Então, pela milésima vez, tomou a decisão de que precisava resolver aquilo sozinho. — Mas eu preciso ir. Por favor, Aleksei...!
— E o que digo aos outros quando eles voltarem e você não estiver mais aqui?
— Diga a eles que eu volto quando estiver pronto para ajudar novamente. Só assim eu vou retornar.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Legado da Destruição 2 - Poder Desperto
AventuraCinco estrangeiros sem memória unidos numa missão de caça. Uma legião de criaturas assassinas vagando livres pelas ruas. Um departamento de polícia covarde e manipulador. Uma cidade assolada pelo medo. Em meio a esta realidad...