Capítulo 19

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— Só estou dizendo que é estranho isso para quem gosta de flores. — Rosé comentou enquanto estávamos na mesa de jantar.

— Roseanne, uma coisa não define a outra.

— Eu concordo plenamente, olha só um exemplo aqui na mesa. — Alice falou todos os olhares da mesa para si.

— Está falando do papai e da mamãe? — Rosé perguntou.

— Não estava, mas é um belo exemplo também. Temos três exemplos aqui, papai e mamãe, eu e você... Você e Jisoo. — Engasguei ouvindo meu nome, eu não estava esperando por aquilo.

— Co-como?

— Você joga lacrosse e Roseanne chatinha desenha e toca piano, uma coisa não define a outra.

O garfo estava parado na altura de minha boca, mas eu não tinha reação alguma, engoli em seco quando ouvi o treinador, quero dizer...

Senhor Park...

Senhor Park respirar fundo, ele claramente não tinha gostado do rumo daquela conversa.

— Roseanne chatinha será meu soco na sua cara garota! — Rosé rosnou para sua irmã, tive que morder meu lábio inferior para não rir, ela tinha se levantado, mas peguei no seu pulso a fazendo se sentar novamente. — Por que não me deixa em paz?!

— Porque assim sua vida seria mais chata que você mesma. — Sorriu debochada para sua irmã.

Rosé estava com suas mãos fechadas em punhos, estava irritada, se fosse em outra ocasião, sem a presença dos pais dela de preferência, estaria beijando seu belo rostinho para acalmar a fera. Mas eu apenas levei minha mão para sua coxa e alisando ali, tentando de alguma maneira fazê-la ficar mais calma.

— Chega Alice, para de atormentar sua irmã, quando ela ir para faculdade, você irá chorar por sua ausência. — Rosé mostrou a língua para a irmã ouvindo as palavras do pai, ouvi Alice resmungar.

— Roseanne... — Sua mãe cerrou seus olhos com a filha.

Claramente deu para perceber quem era a protegida de quem aqui, e não era surpresa alguma Chaeyoung ser a protegida do senhor Park.

...

O jantar percorreu bem, não aconteceu todo aquele clima que achei que iria acontecer, tipo em filmes que o sogro pega uma faca do tamanho do seu braço e enfia bem no meio do peru olhando para o genro. Eu tive esse tipo de pesadelos, toda hora que eu cochilava enquanto tentava fazer a tarefa de filosofia.

— Está brincando com a minha cara? Isso não foi falta. — Senhor Park se levantou do sofá irritado, estávamos na sala assistindo tv e obviamente estava no canal de esportes, onde passava lacrosse.

— Foi combinado treinador, o camisa 13 piscou para o 8. — Falei o vendo me olhar surpreso por ter falado pela primeira vez desde aquele jantar.

— Mas o oito é do outro time. — Ele se sentou frustrado passando a mão sobre o rosto.

— Exato, quanto mais o time demonstrar rivalidade mais será a emoção, muitas vezes no campo, são contatos visuais. Eles só querem render um bom jogo.

— Eu sou um treinador e para te lembrar, seu treinador.

— E-eu sei, pode ter certeza disso... mas é que o senhor não está  dentro do campo, só está fora dele gritando e dando ordens.

Ele me olhou por alguns segundos e respirou fundo assentindo, parecia ter concordado com a minha opinião, ele se sentou novamente e voltamos assistir o jogo. O time Ohio Machine estava com dois pontos na frente, era notável o quão eles eram bons, talvez pelo fato deles serem o novo time da casa e ter uma áurea juvenil e isso não agradava o treinador, já que ele sempre falava que eles apenas querem marketing e não tinha amor de verdade pelo esporte.

— Não! Não... por Deus, não os deixem fazer o gol! — O treinador se levantou não acreditando quando viu o gol do time Ohio Machine marcar o gol. — Esses merdas estão na final. — Ele disse frustrado.

— Sinto muito, quem sabe um dia nosso time não os derrote. — Falei dando de ombros.

— Quem sabe. — Ele desligou a tv. E contínuo em sua poltrona. — Mas está longe de ser possível, já que ultimamente, você não se demostra ter interesse.

— Eu amo lacrosse senhor Park, e isso não vai mudar.

Ele assentiu e me chamou para segui-lo, nos sentamos na escadaria da varanda. Fiquei em silêncio esperando que ele falasse alguma coisa, mas nada falou, então resolvi começar.

— Eu a amo treinador. Sei que lhe decepcionei, mas precisamos errar para amadurecer e sua filha foi o motivo para eu ser uma pessoa melhor. Eu não a vejo como uma garota qualquer, eu a vejo como uma mulher, com pais incríveis e uma irmã maravilhosa, assim como ela. — Ele continuou em silêncio, mesmo com as minhas mãos trêmulas, eu não queria correr, eu estava disposta a ter a benção dele e se eu não tivesse, iria provar a ele que eu seria digna de namorar a sua filha. — Ela é incrível, eu realmente estou feliz por tê-la conhecido, não me vejo mais sem ela. — Finalizei.

— Por que não me contou?

— Juro que eu não sabia que ela era sua filha e posso jurar que eu nunca a desrespeitei. Nem mesmo quando invadi sua casa. — Ele negou com a cabeça rindo fraco, eu meio que não tinha entendido.

— Eu sabia que era você, eu vi sua jaqueta, mas Roseanne lutou tanto para esconder aquilo, que eu pensei... Ela deve realmente gostar dela. — Eu senti meus olhos embaçarem, ouvir aquelas palavras do pai da garota que eu estava apaixonada, era realmente importante. — Eu juro que se você machucar a minha menina, eu te busco no inferno e acabo com a sua vida com as minhas próprias mãos, Jisoo. Nunca a faça derramar uma sequer lágrima se você realmente ama sua vida. Pode apostar que irei estragar a sua vida e isso quer dizer nunca mais pisar em qualquer campo desse mundo.

— Não irei magoá-la. Se um dia eu a magoar, irei ser mulher suficiente e assumir meus atos senhor. — Falei firme mesmo depois de ter sentido segundos atrás o pavor de ouvir suas ameaças.

Se eu tivesse um pênis, com certeza ele iria ameaçar de arrancá-lo, por isso acho aceitável ele ameaçar de quebrar as minhas pernas.

— Realmente espero, Kim. Tem a minha benção. — Não pude conter o meu sorriso, mas logo desfiz quando vi seus olhos cerrados.

— Obrigada, senhor... aproveitando já a amizade quase aceitável, quero lhe fazer um pedido. Só irei fazer com a sua permissão.

— Que seria...?

Uma Idiota Completamente ApaixonadaOnde histórias criam vida. Descubra agora