Capítulo 12

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— Ela não quer falar comigo. Você quer que eu faça o que?

— Vai simplesmente desistir dela? — Lisa pergunta sentada do outro lado do meu quarto onde fazia suas lições. Dei de ombros. — Ah por Deus, Kim Jisoo... mesmo com tudo indo contra, eu não desisti da Jennie, mesmo quando ela estava com o aquele babaca.

Acabei rindo quando senti um certo rancor dela mencionando o ex de Jennie. Ela tem razão, mas não mudaria o fato de eu ter pisado na bola. Lisa nunca errou com Jennie, já eu... tinha agido como uma idiota desde o início com a Park. Sei que mudei minhas atitudes depois, mas não acho que ela me perdoaria facilmente depois do que aconteceu.

— Rihanna do céu... — Lisa jogou seu caderno ao lado me fazendo a olhar um pouco preocupada, Rihanna? — Você não desistiu quando Amber errou o passe e acabou torcendo o tornozelo no meio do jogo e muito menos quando Jeongyeon levou cartão vermelho por ter xingado o juiz. Mesmo assim você mostrou para o seu time que não desistiria. Perderam naquele dia, mas não para a sua escola, não para todos que estavam ali, torcendo por vocês até o último segundo. E agora você vai desistir da sua garota, só porquê ela não quer falar com você?

Lisa tinha razão, não desisti daquele jogo, mesmo sabendo que o juiz estava roubando para o outro time e com duas jogadores a menos. Não desisti e não irei desistir agora.

— Onde você vai? — Lisa perguntou me vendo ir até o meu armário e pegar a minha jaqueta.

— Não vou desistir!

Lisa sorriu me dando um abraço, esfregou meus braços passando algum tipo de coragem ou até mesmo sorte e me acompanhou até a garagem onde peguei minha velha bicicleta que a muito tempo não usava. Jennie me ajudou por mensagens passando o endereço da Park.

Engoli em seco assim que li aquele endereço, era do outro lado da cidade, levaria uns quarenta minutos, mas não me importava em atravessar a cidade. Eu só queria vê-la, não queria pensar nas consequências.

Não por agora.

E foi assim que eu fiz, pedalei e pedalei sem parar até o meu destino, era realmente um longo caminho, mas cada vez que eu visualizava a Park em minha cabeça, era como combustível para as minhas pedaladas, seus sorrisos, seu olhar quando era direcionado... tudo aquilo valia a pena, ela era tudo que eu precisava no momento. Quando parei na frente de uma casa de dois andares da cor cinza com branco. Encostei minha bicicleta em uma grande árvore e andei pelo gramado olhando para aquela casa e vendo que só tinha uma luz acessa no segundo andar. Senti meu celular vibrar e olhei aquelas palavras que fizeram meu sorriso receoso aparecer.

"O quarto de Chaeyoung é no segundo andar. Última janela à esquerda... Boa sorte Jichu, beijinhos."

Guardei meu celular e suspirei, eu poderia tocar a campainha, mas por ser tarde e quase todas as luzes estarem apagadas, deduzi que todos estariam dormindo, menos ela, por sua luz ainda estar acessa.

Dei meus primeiros passos olhando em volta novamente, tendo certeza que ninguém estava olhando. Pigarrei limpando minha garganta e esfreguei minhas mãos sobre a minha roupa para limpar o suor. E lá estava eu bem abaixo de sua janela, não era muito alto, mas ainda assim não parecia fácil escalar até lá, eu poderia jogar pedrinhas na vidraça de sua janela, como filmes clichês, mas era certeza que ela iria jogar um balde de água fria, não que eu não merecesse, mas não estou afim de tomar um banho agora, então...

— Okay, não deve ser difícil escalar...

Respirei fundo e me posicionei em frente uma grade, onde tinha várias flores que chegava até a sua janela, facilitaria bastante, porém, eu não queria ser presa por vandalismo as plantas.

Olhei para cima e não pareceu tão alto, esfreguei minhas mãos e comecei a subir com cautela, tomando muito cuidado com as plantas e com a grade para não quebrar, demorei cerca de dois minutos, subindo devagar. Tomei coragem e bati fraco no vidro de sua janela, rezando para que aquela grade não desabasse, ou não ser presa, ou qualquer coisa que eu não sairia muito bem dali.

Não pude deixar de sorrir quando a vi se aproximar, mesmo com o seu cenho franzido tentando entender o que estava acontecendo.

— O que você está fazendo aqui? — Sussurrou assim que abriu a janela.

— Podemos con-conversar.

— Não poderia ter esperado até amanhã? — Neguei com a cabeça sentindo dificuldade em me segurar por mais alguns minutos na grade.

— Por-Por favor... — Supliquei sentindo minhas pernas tremerem por conta do esforço.

Ficar sem jogar não foi uma boa ideia.

— O que deu na sua cabeça? Acha que pode vir aqui, escalar minha janela e por isso vou deixá-la entrar? Jisoo!

Park gritou assim que me viu escorregar para baixo, sua mão estava apertando a minha assim que consegui segurar na janela para não terminar de cair, com dificuldade, ela me ajudou a entrar e assim que consegui passar pela janela, cai por cima de seu corpo, quase grudando nossos rostos e ficamos ali nos olhando, minha respiração estava pesada, a sua não estava diferente, talvez seja pelo susto, mas tenho quase certeza que era por conta de estarmos muito perto uma da outra, mas até alguém bater na porta a chamando. Sem falar nada, sai de cima dela e me arrastei para debaixo da cama e vi seus passos indo em direção a porta.

— Desculpe papai, tive um pesadelo. — Falou assim que abriu a porta.

— Um pesadelo? — E foi ali que senti a morte de perto, os passos de seu pai passando ao redor da cama e parando bem em frente ao meu rosto, engoli em seco quando um silêncio se estendeu por alguns segundos. — Feche essa janela filha, irá pegar um resfriado e já está tarde. Me chame se caso não consiga dormir, tudo bem?

— Sim papai... não se preocupe, durma bem e boa noite.

Após escutar a janela ser fechada e em seguida a porta ser trancada, soltei o ar de meus pulmões, fechei meus olhos por alguns segundos tentando me recuperar, quando escutei a voz da Park me chamando por um sussurro, me arrastei fora daquela cama.

— O que você pensa que está...

— Me desculpe. — A interrompi seguindo o seu tom de voz. — Sei que fui uma idiota desde o início e não me orgulho disso. Eu não consigo me controlar quando estou com você e quando não estou com você, penso em você e isso está me deixando louca, e-eu não sei o que fazer ou pensar quando se trata de você... estou apaixonada por você, Park Chaeyoung.

Uma Idiota Completamente ApaixonadaOnde histórias criam vida. Descubra agora