Capítulo 28

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Rosé até tentava não demonstrar seu nervosismo, era uma mistura de ansiedade e medo. Ela sabia que sua namorada iria gostar, mas ainda assim, queria que tudo corresse perfeitamente perfeito.

A neozelandesa nunca se importou como que as pessoas iriam pensar ou achar sobre ela, o que realmente importava era apenas seus estudos, queria entrar em uma boa faculdade de artes e se não desse certo, correria para o seu segundo plano, ser médica. Sempre teve uma fascinação em ajudar pessoas. Esses eram os seus planos até que se esbarrou em Kim Jisoo.

Roseanne conhecia muito bem, Kim Jisoo, ah... E como conhecia.

Toda vez que seu pai falava sobre o time de lacrosse, ficava cheio de elogios para capitã do seu time, sua melhor jogadora, a qual teria uma carreira incrível no esporte. Podia se dizer que Rosé criou um certo ódio pela garota que não conhecia pessoalmente, mas sabia que seu pai a idolatrava e tinha um certo orgulho demais. Quando viu a capitã do time de lacrosse logo em seu primeiro dia, se sentiu traída pelo próprio destino. Tantas pessoas, ela tinha que se esbarrar, logo com a idiota que seu pai vivia falando e esbanjando orgulho?

"Maldito destino, de qual lado ele está?" — Pensou Park.

No começo lutou com todas suas forças para não se encontrar com a capitã, mas era tanto esbarrões, perseguições, magicamente aulas juntas e por fim, amigas em comum. Era uma verdadeira falha de fulga para longe da capitã. Então... optou em tratá-la com frieza, iria fazer de tudo para se afastar da garota, mas Kim Jisoo era insistente.

Jamais em toda a sua vida ela conheceu uma pessoa tão insistente quanto Kim Jisoo, quanto mais patada ela dava, mas Jisoo sorria, aquele maldito sorriso que ela não conseguia odiar e quando achou que seu plano de ignorar a garota tinha dado certo, Park se via estranha quando não via mais o rosto de Kim lhe atormentando com piadinhas idiotas, com aquele sorriso idiota.

Rosé suspira alto enquanto pensa em como ela poderia ter tentado seguir outro caminho a não ser o seu destino? Estava tão óbvio naquele momento que seus caminhos já estavam entrelaçados.

— Está pronta, querida?

— Sim, mas estou um pouco nervosa. — Rosé morde o canto do seu lábio inferior olhando através do espelho para sua mãe.

Era nítido o seu nervosismo.

— Não é como se fosse a primeira vez que irá jantar com a sua namorada, certo? — Sorriu pegando uma escova para escovar o cabelo da filha.

— Com a Jisoo é diferente, mamãe... Eu não quero que nada dê errado, ela é tão perfeita para mim. Ela é toda romântica, preocupada comigo, carinhosa, ela é incrível, não quero desapontá-la.

— Oh meu Deus, essa garota é realmente especial para você, não é mesmo? — Pergunta e Roseanne assente sem pensar duas vezes enquanto tenta segurar o seu sorriso bobo de apaixonada. — Não vai dar nada de errado. Pelo pouco tempo que passei com ela, foi o suficiente para perceber que se vocês passassem um tempo apenas vocês duas, Jisoo ficaria feliz. Estou mentindo? — Rosé nega sorrindo nostálgica ao se lembrar de seus momentos com sua amada e sua mãe tinha razão, Jisoo já admitiu várias vezes que o que ela mais gosta, é passar um tempo apenas entre elas duas. Onde ela podia ser ela mesma sem medo. — Isso foi de sua vó, seu pai me deu quando o contei que estava grávida de você... Estávamos passando por dificuldades na época. Alice estava morando com a sua avó naquela época e quando soube que estava grávida de você, fiquei com medo de seu pai desistir da nossa família e ir embora, mas ao contrário disso... Ele me olhou nos olhos e disse que poderíamos passar todas as dificuldades do mundo, mas jamais iria desistir da nossa família.

— É tão lindo, mamãe. — Rosé pegou o bracelete banhado a ouro todo delicado, seus olhos brilhavam e seu sorriso cresceu ainda mais ouvindo a estória linda que tinha por trás daquele objeto. Seus olhos se encheram d'água lembrando de sua estória com Jisoo, ela de algum jeito sentia que elas estavam a destinadas a ficarem juntas para o resto de suas vidas e até além. Roseanne nem ao menos tentava esconder que estava apaixonada por sua garota e sua mãe estava feliz de presenciar aquele momento. — Obrigada mamãe.

— Eu te amo, querida.

— Eu também te amo, mamãe. Obrigada... Por tudo.

...

Rosé cutucava suas unhas conforme se aproximava da casa de sua namorada, ela poderia sentir milhões de borboletas voando loucamente em sua barriga. Ao fazer ligação com a namorada, Jisoo pôde sentir algo estranho em sua voz, mas não questionou muito, já que ela queria apenas matar a saudade que sentia de sua amada.

— Filha...? Posso entrar? — O homem um pouco mais alto, de cabelos pretos e com seu sorriso aconchegante entrou no quarto após ouvir um 'sim' de sua filha. — Sua mãe pediu para avisar que eles já estão chegando.

— Só estou fechando... O meu... Órtese. Isso aí, perfeito. — Jisoo sorriu orgulhosa e desviou o olhar de seu imobilizador de joelho para o seu pai ao ouvir sua risada alta, ela não tinha entendido muito bem o que tinha acontecido. — O que foi pai?

— Por que vocês insistem em crescerem tão rápido? Qual o motivo de quererem sair voando quando criam asas? — Jisoo arqueou suas sobrancelhas em confusão, não estava entendo por que ele estava tão emotivo assim tão de repente. — Parece ter sido ontem. Não fazia nada, estava sempre gritando por mim ou por sua mãe para pegar sua escova de dentes da pia do banheiro, eu tinha que pagar todo mês uma janela nova para os vizinhos por quê minha espoletinha não conseguia ficar quieta, estava sempre acompanhada com o seu taco de lacrosse em todos os lugares que ia e para tirar de você era uma luta... No começo eu odiava aquele taco, mas você sempre o amou... — Seu pai falava nostálgico, seus olhos estavam nitidamente banhados em lágrimas, o brilho deles estava evidente, Jisoo se arrastou até seu pai e o abraçou, sentindo seu peito doer, ela também não queria crescer, mas não era como se tivesse controle sobre aquilo.

— Vocês cuidaram de mim, pai. Agora é a minha vez de cuidar de vocês e dar orgulho... Eu sou realmente muito sortuda em tê-los como meus pais e se pudesse, eu também pararia o tempo e seria nesse exato momento. Eu te amo, pai, obrigada por tudo.

— Eu te amo, filha.

Uma Idiota Completamente ApaixonadaOnde histórias criam vida. Descubra agora