Capítulo 13

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A partir do momento em que você se declara e expõe seus sentimentos para outra pessoa, você espera duas reações dela, aquela que não é recíproco e ouve as seguintes palavras "Me desculpe, eu não sinto a mesma coisa por você, vamos ser apenas amigos." ou aquele que é recíproco "Eu também te amo.". Mas Park não estava demostrando nenhuma dessas reações, estávamos nos olhando há cerca de oito minutos e aquilo estava me deixando constrangida.

Sim, eu contei por que tinha um relógio na sua parede fazendo tic tac sem parar, ao menos ele está funcionando. Eu acho.

— Por favor... Fale alguma coisa. — Murmurei sentindo um nó em minha garganta.

O medo de não ser correspondida estava me deixando apavorada. Eu sabia que poderia ter essa possibilidade, mas eu não conseguia me ver mais sem ela, mesmo com tão pouco tempo em minha vida, até meu modo de pensar, ela conseguiu mudar, eu não era mais aquela capitã do time de lacrosse que agia como uma idiota, mesmo depois de ter me dado muito mal nos estudos e ter ficado de banco, estou pagando por tudo, principalmente por ter a feito de idiota, eu estava começando por ela.

— Você quer... Que eu vá... Embora? — Perguntei não sabendo mais o que fazer.

— Não! — A vi pela primeira vez reagir desde que eu havia me declarado.

— Está tudo bem, Chaeyoung... — Falei soltando um suspiro, quando ela permaneceu em silêncio. — Sei que chegar assim em sua casa e falar tudo isso, poderia te assustar. Eu só queria que soubesse, que eu nunca quis te magoar e nem mesmo te enganar... Por mais que não tivemos a oportunidade de nos conhecermos em um encontro como pessoas normais, sinto que a cada segundo que passei ao seu lado ou até mesmo pensando em você, foi umas das coisas que eu mais amei sentir. Seu sorriso acabou sendo o meu refúgio, mesmo que eu tente as vezes desvendar o seu olhar, eu ainda gastaria os últimos segundos de minha vida apenas olhando para eles.

E foi naquele momento, que senti o sentimento ruim voltar novamente. Ver aquela pequena lágrima percorrer por sua bochecha, seguido por um soluço e mesmo que eu não soubesse mais o que fazer ou até mesmo o que dizer, eu apenas a abracei... Abracei como se não quisesse que nada de ruim acontecesse com ela.

— Eu também estou apaixonada por você, Jisoo...

Com o seu rosto mergulhado em minha jaqueta, sua voz trêmula e falha, eu ainda tinha conseguido ouvir aquelas palavras. Aquelas palavras que tiveram efeito imediato em minha barriga fazendo sentir um frio inexplicável e uma fraqueza percorrer por todo o meu corpo.

— Repete... — Pedi com a minha voz falha, quase não havia som naquela palavra.

Meu corpo começou a ser empurrado não tão forte para trás e quando senti a cama, me sentei e Chaeng se sentou em minhas pernas, segurou em meu rosto com as suas duas mãos e não me atrevi em desviar de seus olhos.

— Não sei te dizer se foi destino ou algum outro clichê, alguma coisa dentro de mim dizia que a gente ficaria juntas... tentei fugir dos sinais, mas algo me dizia que já era tarde demais... eu estou apaixonada por você, Kim Jisoo.

— Acho que já ouvi essa música... — Fiz uma careta, Park riu beijando meu rosto e me fazendo rir junto a ela.

— Eu te amo, idiota.

Ouvir aquelas palavras saindo da boca da garota que em tão pouco tempo fez o meu mundo virar de ponta cabeça, me deixou totalmente desnorteada por alguns segundos e foi ali que entendi a sua reação de minutos atrás.

Grudei nossos lábios sentindo que pela primeira vez, aquele beijo era verdadeiro, não que das outras vezes não fossem, mas aqueles estávamos tomadas por puro desejo sexual e esse era uma mistura de todos os sentimentos que estávamos sentindo de verdade uma pela outra, era recíproco.

Apertei sua cintura, enquanto suas mãos foram para o meu coro cabeludo fazendo cada pelo de meu corpo se arrepiar e a maciez de seus lábios carnudos me fazendo arfar a cada segundo que eu sentia eles. Grudei minha testa na sua, assim que nos separamos por falta de ar, meu sorriso completava o seu, enquanto nossos peitos subiam e desciam freneticamente. Alisei seu lábio inferior com a ponta de meus dedos apenas para certificar que aquilo não era um sonho.

— Tenho que ir embora. — Falei depois de alguns minutos em silêncio, eu estava hipnotizada demais em seu belo rosto.

— Por favor, fique comigo essa noite. — Falou contra os meus lábios. Sua respiração quente tão perto de meus lábios. Aquilo estava me deixando fraca.

— Irei fazer as provas amanhã. — Passei meu polegar sobre a sua bochecha. — Eu queria muito passar essa noite com você, mas você não faz ideia do quanto mexe comigo.

— Você não irá dormir mesmo que queira, Jisoo. Eu também não. — Fiquei olhando para aqueles olhos escuros que estavam mergulhados em um brilho intenso.

Oh, deus... Como negar alguma coisa para está mulher?

— Não faça isso comigo... — Falei quando vi seus lábios se curvarem e seu olhar ficar baixo. — Então vamos fazer o seguinte, eu fico... — Seu sorriso apareceu, fazendo minha pose de durona durar pouco tempo. — Mas iremos dormir, tudo bem? — assentiu.

Mal nos declaramos uma para outra, e ela já sabe meu ponto fraco. Como Lisa disse mais cedo, Rihanna do céu.

Mesmo sentindo minha sanidade por um fio quando Chaeyoung passou a ponta de sua língua na pontinha de minha orelha e depois chupou fazendo um estralo no final, eu consegui sobreviver o resto daquela noite. Por incrível que pareça.

Não dormir é claro, mas cochilei por alguns minutos e quando senti o meu celular vibrar por conta do alarme que eu tinha colocado para sair de manhã, suspirei triste por ter que deixá-la.

Chaeyoung estava com suas mãos juntas debaixo de seu rosto. Tinha dito que não iria dormir, mas quando vi seus olhos piscarem lentamente várias vezes, comecei a fazer carinho em seu cabelo a fazendo dormir.

Nesse exato momento ela estava com os seus lábios levemente abertos enquanto sua respiração estava calma e alguns fios de cabelo em seu rosto delicado. Sorri quando suas pálpebras tremeram. Depositei um beijo em sua testa e sai de sua cama fazendo o mínimo barulho possível, calcei meu tênis e abri a janela com cuidado, antes de colocar todo o meu corpo para fora, fiz questão de fechar as cortinas e dei uma última olhada para aquela garota que parecia um anjo.

Com um pouco de dificuldades, consegui abaixar a vidraça para não entrar vento no quarto dela. Fiz o mesmo esquema de ontem, desci devagar e sai andando pelo gramado. Minha bicicleta continuava encostada na árvore, como eu havia deixado e antes que eu seguisse o meu destino de volta para a minha casa, olhei para a sua janela e não contendo segurar o meu sorriso.

— O que você fez comigo, Park Chaeyoung? 

Uma Idiota Completamente ApaixonadaOnde histórias criam vida. Descubra agora