CAPÍTULO 2 - BOLA DE FOGO DESCENDO DO CÉU

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Karol estava ansiando por um lugar vazio para que ela pudesse gritar com Hugo por tê-la arrastado até aquela festa.

Quando Hugo finalmente se desprendeu de um dos seus colegas insuportáveis da escola, ela o segurou pelo braço e o puxou em direção a porta dos fundos da casa.

— Hugo, por que a gente tá aqui? — Ela disse quando eles chegaram aos fundos da casa, e embora quisesse gritar havia vários casais ali se pegando e ela não estava nem um pouco afim de fazer uma cena. Adolescentes ricos costumam ser mais fofoqueiros que os outros adolescentes.

— É uma festa, oras! — Ele disse com o costumeiro sorriso brincalhão no rosto. — Foi você que disse que queria sair.

— Sim, para ir ao cinema ou atazanar o Steven na loja de gibis

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— Sim, para ir ao cinema ou atazanar o Steven na loja de gibis. Não para vir a uma festa cheia de adolescentes brancos riquinhos!

— Qual o problema? São os nossos colegas!

Quando conseguiu a bolsa para estudar na mesma escola em que Hugo estudava — diferente dela, a família dele tinha bastante dinheiro para custear — ela nunca pensara que o preço pelo ótimo aprendizado seria aguentar adolescentes ricos e esnobes.

— Sim, e eu consegui passar mais de dois meses longa deles e não gostaria de vê-los dois dias antes do retorno das aulas!

— Não precisa ser tão dramática, até que eles não são tão ruins assim. — Hugo ainda sorria, ás vezes o eterno bom humor do amigo deixava Karol um pouco estressada.

— Hugo, nós estamos na casa do Frederico Norton! Ele praticamente enfiou sua cabeça na privada.

— Praticamente, mas não completamente. — Quando ele disse isso Karol levantou as mãos para cima e saiu andando em direção à cerca viva na lateral da propriedade e Hugo começou a segui-la. — Você não acha que seja um ótimo motivo para estarmos aqui? Não fomos convidados, não trouxemos nada e estamos usufruindo das bebidas e comidas que o Frederico comprou sozinho.

Inevitavelmente Karol soltou uma risada.

— Como se isso fosse pesar no bolso dele.

No mesmo momento os dois se viraram, uma enorme bola brilhante cortou o céu e caiu no meio da mata fora da propriedade da família do Frederico Norton.

Karol e Hugo olharam um para o outro e então saíram correndo, pulando por cima da cerca viva. Eles se apressaram pela mata, levantando os braços para que os galhos das árvores baixas não acertassem seus rostos.

Antes de ver o que caíra do céu, eles encontraram um pequeno incêndio em volta da mata e Karol se apressou para arrancar o galho de uma das árvores e bater contra o chão para apagar o fogo. Logo depois eles seguiram até uma clareira.

— Pelas barbas de Merlin! — Hugo disse quando eles avistaram a estrutura de metal azul e vermelho que estava em um buraco aberto pelo impacto da queda. — Isso parece uma daquelas naves das minhas HQs.

— Quem é que usa essa expressão hoje em dia? — Karol disse e começou a se aproximar.

Hugo seguiu dando a volta na bola de metal, e Karol caminhou em direção ao que deveria ser a parte da frente.

— Tem um buraco enorme aqui atrás! — Hugo gritou. — De onde será que essa coisa veio?

Karol percebeu que na parte da frente havia um vidro grosso, como um para-brisa de carro forte, mas estava muito embaçado. Ela sentia o calor emanando do objeto, mas decidiu esticar o braço em direção ao vidro.

— Será que é radioativo? — Ela gritou para o amigo.

— Espero que não, eu acabei de tocar no metal.

Assim que Karol colocou os dedos sobre a nave, a parte de vidro começou a se movimentar. Ela só conseguiu ver o que parecia uma jaqueta marrom sobre uma pilha de rochas quando uma luz amarela chegou aos seus olhos e uma explosão a lançou para longe.

Antes mesmo de cair no chão ela começou a escutar um ruído que parecia cortar sua cabeça. Ela abriu seus olhos e tudo estava muito embaçado. Ela ouviu Hugo se aproximando e chamando seu nome, mas sua voz parecia distante.

— Me ajuda... — ela conseguiu dizer e o amigo a puxou, a colocando sentada.

— Você se machucou? — Ele perguntou, preocupado.

— Não, acho que só bati a cabeça. — Agora ela parecia estar recobrando todos os sentidos.

Ela ficou olhando para a bola de metal até que uma voz cortou a noite: "Processo de autodestruição iniciado. Dez, nove, oito...".

— Nós precisamos sair daqui! — Hugo disse.

— Vamos nessa! — Ela concordou e se levantou rapidamente.

Eles saíram correndo e ao invés de voltarem para a casa do colega, seguiram em direção à rua. Quando chegaram à calçada, ouviram a explosão. E sem dizer mais nada, saíram correndo novamente.

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