CAPÍTULO 1 - KAROL

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Karol Costello não estava nada animada com o retorno das aulas. Naquele momento, no início da noite do último sábado antes das aulas começarem, ela estava de frente para o computador olhando para o e-mail que a escola mandara. O texto na mensagem eletrônica era tão animador que ela até se permitiria se sentir animada se já não tivesse estudado lá por dois anos seguidos.

Conseguir a bolsa de estudos naquela escola sempre fora uma das melhores oportunidades que Karol já recebera; mas ser uma garota negra e pobre no meio de um monte de garotos brancos e riquinhos mudava a perspectiva de todo o fator "grande oportuni...

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Conseguir a bolsa de estudos naquela escola sempre fora uma das melhores oportunidades que Karol já recebera; mas ser uma garota negra e pobre no meio de um monte de garotos brancos e riquinhos mudava a perspectiva de todo o fator "grande oportunidade de ensino". Nos últimos anos Karol tivera que lidar com os olhares atravessados das outras garotas, as ofensas racistas muita vezes disfarçadas de humor e por fim o fato de que os alunos começaram a fingir que ela não existia após a equipe pedagógica resolver fazer uma semana especial de combate ao preconceito — Karol sinceramente preferia que eles fingissem que ela não existia, e também as coisas não eram tão ruins porque ela tinha Hugo ao seu lado, mas o fato de acharem que eram melhor que ela ainda a incomodava mais do que ela gostava de admitir.

Ela fechou o computador e andou até a sala de casa onde a mãe assistia a um programa de culinária.

Ela fechou o computador e andou até a sala de casa onde a mãe assistia a um programa de culinária

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— Ei, que cara é essa? — Sua mãe perguntou quando ela se sentou ao seu lado no sofá.

— É o último final de semana antes do retorno das aulas.

— Olha querida — ela se mexeu no sofá se sentando de frente para Karol. — Eu sei que é difícil estudar em uma escola em que você é uma das poucas pessoas negras nela. Mas você está fazendo história, você tá seguindo seus sonhos, você está mostrando a eles que o medo que eles sentem da cor da nossa pele não poderá nos parar. Continue se esforçando como você sempre fez, construa um ótimo currículo, entre em uma ótima faculdade e seja o que você quiser ser. Você se lembra do que o seu pai sempre dizia?

Karol balançou a cabeça dizendo que sim. E na mesma hora a imagem do seu pai invadiu seus pensamentos.

— Nós sempre podemos ser o que quisermos ser. — Ela repetiu a frase, assim como o pai dizia sempre que via a necessidade de animá-la.

— É isso aí. E lembre-se, eu não estou dizendo que você tem que gostar da sua escola, apesar que seria muito bom se você gostasse porque afinal é o último ano. Eu estou dizendo que você tem que se lembrar que está fazendo isso por si mesma, e não por eles!

— A senhora é como a minha mestre Jedi! — Karol brincou e a mãe a beijou na testa antes de voltar a atenção para a TV.

Karol se levantou e caminhou em direção à cozinha para beber algo quando o telefone tocou em seu bolso. Ela pegou e viu que era uma mensagem de Hugo. Após ler ela gritou para a mãe:

— Vou sair pra me encontrar com o Hugo!

SUPER-KATY: QUEBRANDO TUDO!Onde histórias criam vida. Descubra agora