— O que você acabou de falar? — Karol perguntou deixando o telefone cair sobre a cabeça de Hugo e logo se apressou a pegá-lo novamente.
"Eu sou uma almante, nós geralmente possuímos o corpo das pessoas para usarmos nossas habilidades especiais".
— Vocês possuem? Isso parece uma história saída de Supernatural!
"Não terei o trabalho de acessar suas memórias para saber o que é isso, mas geralmente só possuímos os seres que permitem que façamos isso, não sei como eu vim parar dentro do seu corpo".
Enquanto a voz falava, Karol dava batidinhas no rosto de Hugo tentando fazer o amigo acordar.
— Eu não acredito que isso está acontecendo.
"Eu preciso saber sobre a esfera de energia que estava comigo na cabine" Atyori falou, sua voz deixando transparecer ansiedade e preocupação. "Eu entendo que Globular não estava na nave, já que ela se partiu ao meio, mas posso ter fé de que a queda o matou." agora ela parecia estar mais pensando do que falando com Karol. "Mas a esfera é importante, se ela cair em mãos erradas pode ser o fim do seu planeta".
— Calma aí garota, você tá me deixando louca! — Karol disse, Hugo parecia estar acordando.
"Você não tem interesse em saber o que aconteceu com a gente? O motivo de eu ter conseguido entrar em seu corpo?".
— Porque você não começa me contando exatamente quem é você?!
"Tudo bem". Atyori falou.
Ela então contou que fazia parte da Patrulha Galáctica que tinha o trabalho de evitar que grandes criminosos saíssem pelo universo fazendo as piores atrocidades possíveis. Atyori contou que estava em uma missão para levar Globular, o pior dos vilões a surgir nos últimos anos, até um presídio de segurança máxima do outro lado do universo. E também tinha o trabalho de levar a esfera de energia de Centurião Norte, que faria com que o presídio conseguisse manter sua energia por centenas de anos à frente. Ela também contou que a destruição da nave com certeza havia feito com que o seu rastreador se perdesse completamente, mas que ela precisava montar um novo para que a Patrulha pudesse encontrá-la.
— Isso não pode ser real! — Karol falou incrédula.
Ela ajudou Hugo a se sentar, ele parecia meio tonto.
— O que não pode ser real? — Ele questionou.
"Eu posso provar!". Atyori falou, e no mesmo momento imagens começaram a surgir na cabeça de Karol, lembranças de momentos que ela nunca havia presenciado, mas que surgiam como se tivessem acontecido com ela. Um hangar com naves que ela nunca havia visto nem mesmo em filmes de ficção científica, um homem rosa que a passava instruções sobre uma missão — a mesma missão que a voz em sua cabeça acabara de lhe contar.
— Meu Deus, é verdade! — Ela disse em voz alta porque precisava se certificar de que estava realmente acordada.
— O que é verdade? — Hugo perguntou novamente, ele a encarou. — Não consigo acreditar que eu vi seu cabelo mudando de cor sozinho na minha frente!
— A voz na minha cabeça, ela é uma alienígena. E está dentro de mim! — Karol falou e o amigo a encarou com os olhos arregalados.
Karol explicou toda a história que acabara de ouvir, e o amigo parecia ficar mais surpreso a cada palavra dita.
— Isso é muita loucura! — Hugo disse se esforçando para ficar de pé.
"Peça ao seu amigo que me arrume um aparelho de comunicação que eu posso modificar e me comunicar com ele sem que você precise dizer tudo o que eu digo." Atyori falou.
— Hugo, ela quer um telefone velho seu para que possa fazer um treco pra conversar com você também!
Hugo demorou cinco segundos para entender o que foi pedido, mas logo correu até o lugar onde guardava todo o material eletrônico que não utilizava mais e encontrou um iPhone velho. Ele o entregou a Karol e a garota não sabia o que fazer, mas de repente o seu corpo começou a se mover sozinho até a mesa de trabalho do amigo.
Karol se assistiu abrir o telefone e começar a mexer no sistema dentro dele, tirando algumas partes e ocasionalmente pedia algo que Atyori solicitava — ou o que fosse mais perto do que ela queria, a maioria dos objetos Karol precisava traduzir para as coisas que existiam na terra.
Por fim ela pediu um "plugue de conexão para as orelhas" e Karol falou para que Hugo arrumasse fones de ouvidos. Karol conectou os fones no telefone modificado e o ligou, uma luz azul surgiu na tela e ela colocou o fone na orelha direita.
— Ai! — Disse quando sentiu um leve choque dentro do ouvido.
— Não precisava ficar assustada, isso realmente deveria acontecer. — A voz de Atyori disse, mas dessa vez saia pelo telefone.
Pela segunda vez naquele dia, Hugo desmaiou.
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SUPER-KATY: QUEBRANDO TUDO!
AventureKarol Costello é uma garota como todas as adolescentes, apenas tentando vencer o ensino médio um dia de cada vez. Mas a vida de Karol se torna uma bagunça quando uma bola de metal em chamas cai do céu. Ao se aproximar do objeto estranho, ele acaba t...