SUPER-KATY: QUEBRANDO TUDO!

CAPÍTULO 6 - UM ATAQUE SEM SUCESSO

Depois de conseguir acordar Hugo, Karol ajudou o amigo a chegar até seu quarto e então decidiu que deveria ir embora. Quando passou pelo portão da propriedade dos Flores, ela colocou o fone de volta na orelha direita e sentiu o leve choque.

— Tem certeza que vai querer que eu converse pelo aparelho? — Atyori perguntou, sua voz em alto e bom som saindo pelo telefone modificado. — As outras pessoas não vão estranhar isso?

Karol seguiu caminhando pela calçada. Os braços cruzados em frente ao corpo e o telefone na mão direita.

— Eu não tô nem aí com as outras pessoas. Isso é melhor que ouvir sua voz diretamente dentro da minha cabeça.

Quando Atyori falava pelo telefone Karol ainda sentia a voz em seus pensamentos, mas era mais fácil aceitar quando a alienígena conversava pelo aparelho.

— Tudo bem, sobre o que você quer conversar?

— Por que vocês possuem os corpos? — Karol perguntou. — Tipo, vocês não têm seus próprios corpos?

— Temos, mas os almantes nascem extremamente frágeis. Doenças que poderiam ser sem importância para as outras pessoas, poderiam nos matar em minutos. — Ela começou a explicar. — É por isso que eu preciso que você me permita ficar no seu corpo enquanto a Patrulha Galáctica não me encontra, eu poderia sair do seu corpo, mas entrar em contato com a atmosfera desse planeta poderia tirar minha vida!

— Oh, ninguém vai morrer por minha culpa. Pode ir ficando aí. — Karol falou, havia um grupo de garotas em um ponto de ônibus e ela permaneceu em silêncio enquanto passava por elas. — Então, como é isso de ficar no corpo de outras pessoas?

— Os almantes são naturalmente frágeis, mas nós nascemos com a capacidade de reorganizar nossos átomos e o DNA. Assim podemos nos conectar ao sistema central de qualquer pessoa de todo o universo. Quando entramos em contato com outros corpos, podemos aumentar as funções corporais desse ser: a visão, a força, a velocidade. Nós somos como agentes superestimulantes, só precisamos entrar em modo de combate.

— Sobre isso, qual a relação do modo de combate com o meu cabelo ficando rosa?

— Quando entramos em combate precisamos chamar a atenção para nós, precisamos ser o foco dos nossos inimigos senão eles não virão até nós para a batalha.

— Isso não faz o menor sentido! — Karol brincou. — Como funciona toda a questão do entrar no corpo das pessoas? Tipo como vocês escolhem?

Karol atravessou a rua e correu porque quase foi atropelada por uma moto.

— As pessoas se voluntariam para ter os almantes em seus corpos. Geralmente são candidatos a patrulha que têm a candidatura negada. Quando estamos em um corpo, a pessoa pode escolher ficar com a consciência ativa ou em total hibernação. A maioria escolhe não ficar consciente, para não ver os perigos que estão passando.

— Então por que se candidatar a algo que você não vai presenciar?

Atyori ficou em silêncio por alguns segundos enquanto pensava, Karol sentiu que os pensamentos dela estavam se aproximando do seu, mas ela fez tudo para que eles não se ligassem. Ela então percebeu que estavam chegando a sua casa.

— No fim as pessoas só querem ter suas imagens ligadas a grandes acontecimentos. E isso é algo que os almantes não podem ter!

Karol sentiu seu peito pesar com a melancolia de Atyori, e ficou se perguntando o quanto a presença dela em seu corpo a afetaria.

Ao entrar em casa ela encontrou a mãe e a namorada na sala assistindo TV. Ela foi até a cozinha e comeu algo antes de ir para o quarto — ela comeu o dobro do que costumava comer e pensou que a fome com toda certeza era porque agora estava se alimentando por duas.