CAPÍTULO 16 - HUGO TRAZ ALGUNS PRESENTES

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- Nem adianta vir com o papo de que não quer treinar os poderes. - Hugo disse quando Karol apareceu na porta de sua casa naquele sábado com uma expressão de desanimo no rosto.

Karol passou por ele e ficou olhando para as escadas que levavam ao segundo andar e logo depois para a entrada da cozinha, para ter certeza de que não tinha ninguém ouvindo os dois conversarem.

- Tanto faz... - ela disse e se virou olhando para ele. - Por que pediu que eu viesse de vestido hoje?

Ele abriu um sorriso estranho que fez Karol decidir que já não havia gostado do motivo, mesmo antes que ele falasse qualquer coisa.

- Eu gosto de usar essa roupa - Atyori falou de repente pelo telefone, ela tinha ficado o caminho todo em silêncio então sua aparição repentina fez com que Karol levasse um susto. - Não seria uma boa escolha em uma batalha, mas dá uma sensação de liberdade.

Karol se viu balançando e fazendo o vestido florido e rodado se agitar. Atyori fizera com que ela fizesse aquilo por todo o caminho.

- Eu tenho algo para vocês, preciso pegar no meu quarto. Vão para o campo na minha frente! - Hugo falou e saiu correndo escada acima antes que uma delas pudesse dizer qualquer coisa.

Ela então seguiu pelo corredor em direção à porta dos fundos que levava para a Oficina e ao invés de entrar, ela seguiu pela propriedade indo na direção da clareira onde haviam treinado no último final de semana.

- Quer correr um pouco? - Atyori falou, e sem dizer nada Karol começou a mexer as pernas mais rapidamente, sem quase sentir o corpo arrepiando ao entrar no modo de combate.

Era realmente muito bom correr naquela velocidade, as pernas agindo com toda a força sem que ela se sentisse cansada, o vento entrando entre as mechas de seu cabelo, o vento gelando o rosto. É claro que tinha o fato do vestido estar subindo e mostrando o short cor nude que ela estava usando por baixo, mas como não tinha ninguém olhando ela nem se importou.

Elas entraram no meio da mata, o raciocínio parecia agir tão rápido quanto seu corpo e então desviavam das árvores que apareciam em seu caminho sem nenhuma dificuldade.

Quando chegaram à clareira continuaram correndo até o ponto central e enquanto Karol pensou em parar, Atyori fez com que ele flexionasse os joelhos e com o impacto da corrida ela pulou. Karol se viu subindo cada vez mais alto, de repente estava acima da copa de todas as árvores em um raio de cem metros dela.

Um, dois, três, quatro... Os segundos continuaram a passar e ela ainda estava lá, flutuando no céu, vendo os grandes prédios ao longe, a cruz de cimento em frente à Catedral central, a marquise da sede da FLORATEC, as pessoas andando na rua como se fossem pequenas demais...

Foi então que Karol abaixou a cabeça e percebeu que estava muito alto, ela começou a cair, balançando os braços e acabou segurando no fio do telefone e o jogando longe.

"Tenta cair e rolar!" Atyori gritou em sua cabeça, mas Karol não conseguia fazer nada com seu corpo, então ela colocou os braços na frente do rosto e gritou quando os pés atingiram o chão. Em seguida ela bateu com as costas e começou a gemer com a dor que se espalhava por todo o corpo.


Hugo vinha andando apressado pelas árvores, ele trazia todo animado uma sacola escura jogada sobre ombro direito e estava entrando na clareira no exato momento que Karol caiu no chão e bateu com as costas.

- Karol! - Ele gritou correndo até ela e se abaixou ao seu lado, com as mãos pairando sobre seu corpo com medo de tocá-la e machucá-la ainda mais. - O que aconteceu?

SUPER-KATY: QUEBRANDO TUDO!Onde histórias criam vida. Descubra agora