CAPÍTULO 13 - TENSÃO PÓS-SUPERPODERES

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Karol sabia que aquele período do mês estava chegando, mas diante de tantos problemas ela simplesmente decidiu não pensar sobre. Só que naquela manhã ela acordou e não dava mais para ignorar a menstruação.

Ela se levantou da cama se sentindo a pior mulher do mundo: havia uma dor atrás dos seus olhos, havia dor nos seus pés inchados e claro havia a dor ainda mais forte em sua barriga.

— Atyori, você tem culpa no fato de eu estar me sentindo pior do que já me senti em todos os meus anos de menstruação? — Ela perguntou em voz alta entrando em seu quarto depois de ir ao banheiro escovar os dentes e pegar um absorvente.

"Acho que sim" respondeu Aty com uma voz meio fraca, "na verdade, se você está menstruada, significa que eu também estou e...".

— ...nós sentiremos as dores em dobro. — Karol a interrompeu terminando seu raciocínio.

Vestir-se exigiu um esforço maior do que ela esperava, mas embora desejasse voltar para a cama e dormir por cinco dias inteiros, Karol sabia que não podia mais faltar aulas porque a presença de Atyori em seu corpo meio que abalava a sua capacidade de concentração — Atyori não estava nem um pouco interessada nas aulas de Karol, e seus pensamentos sempre a puxavam para longe das explicações dos professores — e ela não podia desperdiçar nenhum momento que pudesse ter de aula. Logo as provas chegariam e...

— Merda! — Karol falou quando se lembrou de que naquele dia teria uma prova de matemática e depois de se ver na televisão salvando aquela senhora do assalto, ela meio que se esquecera completamente que tinha que estudar.

Antes de sair de casa ela tomou duas aspirinas pra ver se melhorava um pouco, e quando sua mãe lhe ofereceu um suco de laranja e uma torrada com manteiga, ela saiu apressada porque se sentiu enjoada.


"Tenho outra má notícia para te contar" Aty disse assim que entraram na escola, Karol se sentiu atacada quando toda aquela barulheira das conversas dos seus colegas chegara aos seus ouvidos.

— O que foi agora? — Ela perguntou em voz alta e uma garota que estava passando por ela e usava uma tiara com orelha de gatinho a olhou como se ela fosse a estranha ali.

"Acho que todo esse mal estar pode acabar influenciando nos nossos poderes".

Karol parou de andar e estava pronta para perguntar de que forma de influência ela estava falando, mas Hugo apareceu de repente, todo animado, o que fez com que Aty e Karol o odiassem naquele momento.

— Eu to superpreparado pra essa prova — falou sorrindo e então finalmente percebeu a falta de esperança no rosto da amiga e parou de sorrir. — O que aconteceu com você?

— Nasci com um útero! — respondeu e voltou a andar seguindo em direção a sua sala de aula.

— Eu já vi você ficar ruim nessa época do mês, mas sejamos sinceros esse é um estado mais baixo que o fundo do poço.

Karol parou de andar e se virou olhando para o amigo.

— Hugo, eu posso soltar raios pelas minhas mãos, você quer mesmo testar minha paciência?

Hugo se segurou para não rir. Karol estava com o cabelo todo desengonçado amarrado em um rabo de cavalo, metade da camisa do uniforme pulando para fora da saia e ele desconfiava que ela não havia percebido que tinha calçado meias diferentes: uma azul de cano longo e a outra branca curta.

— Fica calma aí garota, eu só estava comentando.

Eles seguiram andando sem que Karol falasse mais nada. A sala estava a mesma confusão de conversas que o corredor. Faltavam uns trinta minutos até que o professor chegasse e ela pegou o caderno para ver se conseguia memorizar alguma coisa antes que as provas chegassem.

SUPER-KATY: QUEBRANDO TUDO!Onde histórias criam vida. Descubra agora