CAPÍTULO 24 - QUESTIONAMENTO

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Karol e Hugo estavam parados na entrada da sala de estar da casa dos Flores assistindo enquanto Clara e Miguel — os pais de Hugo — conversavam alto com Alba e Maria.

A mãe de Hugo havia entrado na Oficina uma hora atrás — assim que Karol tinha acordado e assistia a notícia das naves que se espalhavam pelo céu de diferentes cidades do mundo — e falou para que Karol ligasse para sua mãe e a mandasse ir para a mansão. Pouco tempo depois Alba e Maria chegaram totalmente afobadas, e desde então estavam com os pais de Hugo na sala de estar discutindo sobre o que podiam fazer para se protegerem de ataque que — segundo eles — logo se iniciaria.

— Onde estão os empregados? — Karol perguntou depois que os pais de Hugo começaram uma discussão entre eles sobre terem sido tolos ao pensar que nunca precisariam de um quarto do pânico.

— Minha mãe falou que eles poderiam ir embora ou ficar com a gente. — Hugo falou. — Todo mundo quis embora, é uma situação crítica, a gente sempre quer ficar perto da família nesses momentos!

É verdade, Karol pensou, havia sido por isso que a mãe de Hugo havia falado para ela ligar para Alba. Os Flores e os Costello eram uma família só há muito tempo.

— Você tá tão quieta. — Karol falou e se virou, saindo da porta da sala de estar.

Ela não estava nem mesmo sentindo os pensamentos de Atyori.

— Estamos na Oficina! — Hugo gritou e então segurou o braço de Karol a guiando pelo corredor. — Eu não vou ficar de fora nesse momento, qualquer coisa que decidirem conversar eu quero ouvir!

Eles entram na Oficina e Hugo foi logo pegando o telefone modificado de cima da bancada e entregando para Karol.

— Para de me encarar — Karol falou quando Hugo ficou olhando enquanto ela colocava o fone.

— Pode começar a falar Atyori. — Hugo disse ainda a encarando. — O que tá acontecendo?

— Nada tá acontecendo, esse é o problema. — A voz de Atyori saiu com um chiado do telefone. — Essas naves estão paradas lá fora e não estão fazendo nada. E se não bastasse a preocupação de pensar o que eles estão tramando, ainda fico paralisada ao pensar que não podemos fazer nada se eles começaram a atacar!

— Uou! — Hugo falou.

Karol respirou fundo como se tivesse sido ela a falar aquela frase enorme sem nem mesmo parar para respirar.

— Tem que ter uma resposta. — Hugo disse se levantando da banqueta em que havia se sentado e andou até onde o controle da TV estava. — Vocês foram muito bem naquele dia em que evitaram o assalto daquela senhora, e também no dia que aqueles corpos dissecados meio-vivos atacaram o cinema.

— Eu não sei o que aconteceu naquele dia, apenas deu certo. — Atyori falou.

— Talvez não tenha explicação, vai ver esses poderes funcionem apenas quando querem. — Karol completou.

Hugo olhou para Karol e ela sentiu que o amigo na verdade estava encarando ela e Atyori. Era um olhar diferente, quase como se ele estivesse cansado de colocar todas as suas esperanças nelas, mas ainda assim persistisse.

Sem dizer nada Hugo se virou e levantou o controle ligando a TV.

Era o mesmo canal de antes, mas dessa vez Hugo deixou o volume no máximo. Uma repórter narrava o que estava acontecendo:

Recebemos informações de que a força área finalmente está mandando naves para averiguar a situação. — A repórter disse, enquanto isso na tela aparecia as imagens de cinco aeronaves inegavelmente terráqueas. — A partir de agora estamos vendo imagens em tempo real!

As cinco aeronaves pararam a metros de distância da nave maior. Karol estava tão tensa que quase não ouviu a voz da repórter saindo pela TV e falando que por um alto-falante do lado de fora da nave, o piloto perguntava quem estava pilotando a nave e o que queria com todas aquelas naves voando sobre todo o mundo.

Um raio-laser azul brilhante saiu de um ponto da nave que Karol nem mesmo conseguiu ver onde era e acertou a nave terráquea que estava no meio. A nave explodiu e chamas amareladas se acenderam no céu.

— Meu Deus! — Hugo quase gritou.

Menos de um segundo depois mais raios saíram da nave globulariana e atingiram as outras aeronaves terráqueas.

E então os raios começaram a ser atirados contra a cidade.

— Nós estamos muito perdidos! — Karol falou, assustada.

SUPER-KATY: QUEBRANDO TUDO!Onde histórias criam vida. Descubra agora