The Nature Of Things

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   Quando acordou pela manhã Jungkook quis enrolar um pouco antes de levar Taehyung para o acampamento, ainda não tinha amanhecido totalmente e o garoto esperava poder levar o Kim entre as árvores para poder ver a beleza que as florestas adquirem quando chove. Taehyung ainda estava meio dormindo mas Jungkook não se importou muito em pega-lo e o levar para a floresta, queria e iria levar Taehyung para o meio de uma clareira onde viu enormes girassóis enfeitando um belo jardim de uma casa velha e abandonada, onde Jungkook passou algumas horas do seu dia na última vez que decidiu visitar.

    Jungkook sorriu ao ver o enorme campo florido ainda mais radiante que no dia em que o achou, pousou no chão e colocou Taehyung ao seu lado, começando a andar pelas flores de sol enquanto o garoto olhava tudo ao redor, havia também outras flores mas o amarelo das pétalas lhe chamava a atenção se destacando. O sol já estava iluminando tudo e os girassóis encaravam o calor com um ar receptivo, Jungkook também tinha o rosto erguido pro sol e os olhos fechados, Taehyung sorriu e custou se segurar pra não ir lá, sentiu vontade de puxar o Cupido pra si e o abraçar mas não fez tal ato.

  Jungkook quando notou que Taehyung não havia esboçado nenhuma reação o olhou, vendo o garoto de cabeça baixa, olhando pra um pequeno lírio branco que insistia em nascer no meio dos gigantes amarelos. Jungkook já havia visto o lírio, mas não imaginava que a pequena flor desabrochando iria causar algo a Taehyung, ao menos ele não pensava que isso acontecesse! Para ele, aquela flor era igual a outras mil que existiam no mundo, mas nos olhos de Taehyung aquela flor parecia ser única e totalmente exclusiva, Jungkook poderia jurar ter visto um brilho a mais no fundo da alma de Taehyung, mas se impressionou quando o brilho desceu as bochechas quentes do garoto. Taehyung estava chorando, e Jungkook não sabia como agir.

    Antes de socorrer o menino Jungkook se perguntou, será que quando ele era humano sabia consolar as pessoas? Jungkook não conseguia se imaginar abraçando alguém e deixando a pessoa chorar em seu ombro, essa possibilidade não existia na sua cabeça tento em vista que ele era apenas um humano, mas ali, naquele momento por mais importante que fosse deixar que Taehyung viesse até si, suas pernas avançaram sem permissão.

     Sabia, tinha certeza, que Taehyung deveria procurar amparo nele, pois o que havia feito quando agarrou a cintura do menor e o puxou pra si havia sido uma espécie de invasão de privacidade, mas quando a cabeça deitou em seu ombro e sentiu o molhado em sua camisa teve a sensação de que devia ter feito isso antes, devia ter agido antes para proteger o único humano a quem pode recorrer, mas Taehyung não pareceu se importar com a demora, simplesmente abraçou Jungkook e chorou por algums breves minutos sem falar ou se mexer. Jungkook o puxou pro colo e o tirou do sol, mas Taehyung nem ao menos tentou colaborar já que parecia não querer sair de perto do lírio, quando Jungkook se sentou embaixo da árvore Taehyung escondeu o rosto em sua curvatura, respirando mais calmo e aos pouquinhos conseguindo conversar, mesmo com a Vaz ainda tremulando.
   
   —D-desculpa!—Pediu baixo, suspirando de maneira audível e se sentindo acolhido pelo cheiro único do Cupido.—Eu não queria atrapalhar ou acabar com a lembrança de ter vindo aqui, mas é que ver aquele lírio me lembrou um pouco da minha vida e eu não sabia como reagir e de repente estava aos prantos! Jungkook me desculpa mesmo eu sei que você não queria que nosso passeio acabasse assim, eu sinto muito!

  —Não entendo sua necessidade de se desculpar!—A voz baixa diz ao ouvido de Taehyung, calma como um rio sem correnteza, cristalina feito a água que passar por ele.—Você teve necessidade de chorar, e você chorou... é assim que as coisas funcionam! Os seres humanos são guiados pelos instintos deles!

  —Como você sabe tanto sobre seres humanos?—Taehyung não se controla e acaba perguntando, sabia que Jungkook devia levar o verdadeiro amor a cada pessoa mas não conseguia entender como o garoto simplesmente parecia saber de cada pequena coisa.

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