Oito

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- Olá, Mariana.- disse-me ele.
- Porque chamaste aqui? Não podíamos falar onde estávamos?- perguntei-lhe.
- Pensei que não quisesses ser vista com o rapaz que tem todas aos pés- respondeu-me  sem sequer olhar para mim.
- Já te pedi desculpa por isso- disse tocando-lhe no braço fazendo com que ele olhasse para mim, e que olhar.
- Eu sei, estou a brincar contigo.- profere e automaticamente reviro os olhos.
- Então… Já deves saber que o meu irmão foi chamado para os sub15.- disse na tentativa de haver assunto para prolongar a conversa.
- Sim ele acabou de me contar, parabéns deves estar orgulhosa.
- Muito mesmo, ele merece.- disse-lhe já com uma lágrima nos olhos.
- O meu irmão também foi convocado, eles parecem que tem um iman.- falou a brincar.
- Verdade, quem descobrir um, o outro é descoberto, eles andam sempre juntos!
- Bem, mas não foi sobre os nossos irmãos que eu te chamei aqui!- proferiu  - Quero  convidar-te para irmos lanchar um dia destes.
- Uhhhhh o menino lindo do Seixal a convidar-me para sair, devo mandar uns foguetes?- entrei na brincadeira mas por dentro uma felicidade inexplicável atingiu-me.
- Tenho de aproveitar enquanto o teu irmão ainda não é considerado o melhor do mundo.- brincou também..
- Ah ah ah, ainda vai demorar uns aninhos.
- Amanhã depois do jogo dos nossos irmãos?
- Por mim pode ser.
- Olá meus meninos, que fazem por aqui?- o meu padrinho fala de repente assustando-nos.
- Hey aniversariante, feliz?- disse Félix
- Óbvio! Tenho as melhores pessoas aqui comigo.
- Awwww que fofinho que o meu Almeida está. - disse entrando com ele.
- Estão a fugir ao assunto crianças.- ripostou  ele.
- Meninos venham, vamos cantar os parabéns - chamou a minha mãe.
- Salvos pelo mãezinha.
- Deixa-te de coisas menino André.

Fomos para a sala onde iríamos cantar os parabéns ao aniversariante, o famoso número 34 André Almeida. Ele estava realmente feliz via-se nos seus olhos cintilantes e no sorriso rasgado no rosto no entanto uma coisa que eu nunca tinha visto era o meu padrinho com uma rapariga e mesmo que ele tente esconder sei que existe uma tal de Inês, tenho de pôr os meus métodos de detetive à prova.
Estávamos a comer o bolo, que por sinal era delicioso e  notava-se perfeitamente visto que o Afonsinho e o Valentim, os filhos dos Pizzi e Salvio respetivamente, já tinham a boca cheia de chocolate, coisas de crianças. Ainda me lembro do meu irmão nestas fases não havia um dia em que ele não chegasse a casa sem estar sujo, a minha mãe passava-se sempre.
Era a hora de abrir os presentes e o André já tinha aberto alguns, ele recebeu coisas muito engraçadas dos seus colegas de equipa não sei onde aqueles miúdos vão buscar tanta imaginação. Chegou a vez deste abrir a minha, finalmente estava curiosa para saber qual seria a sua reação, quando viu aquilo que era  quase que chorou ,um azulejo com uma foto de nós os dois juntos estava agora nas suas mãos, era uma coisa fora do normal, não queria dar-lhe uma coisa que não tivesse significado e como ele ainda tinha a casa de banho em obras porque se tinha mudado há pouco tempo para esta casa iria ficar espetacular lá.

Passado algum tempo as pessoas começaram a ir embora, já estava a ficar um pouco tarde e no dia seguinte seria mais um dia de trabalho. Fiquei com o número do Ferro e do Grimaldo, esta noite tinha sido produtiva.
Despedimos-nos do Almeida e fomos diretos para casa, estávamos exaustos o meu irmão até já dormia no carro entre os meus pais, já que eles vinham passar o fim de semana em lisboa. O André estava radiante, porque assim podiam assistir ao grande dérbi de amanhã.
Já na cama decidi fazer uma daquelas máscaras da pele que agora quase todas as marcas de beleza tem, coisas da minha melhor amiga.

Na verdade nem costumava utilizar muito daquelas coisas mas como amanhã iria sair com o João, queria estar no meu melhor. Estou nervosa com o encontro, mas não quero mostrar-lhe esta minha faceta se não estou tramada.

Acordei eram oito horas da manhã, tinha colocado o despertador para essa hora, porque como sabem hoje era um grande dia. O jogo que podia levar o meu irmão e a sua equipa a campeões de iniciados.
Vesti o meu manto sagrado a camisola que tinha mandado gravar com número do meu irmão e o nosso apelido, é uma surpresa espero que ele goste.
- Bom dia! - disse assim que cheguei á sala.
- Olá querida. - disse a minha mãe, que estava a preparar o que iria ser o nosso pequeno almoço.
- Uhhhhh que cheirinho.- elogiei o cheiro que vinha do sítio onde ela estava.
- São panquecas de chocolate.- respondeu-me toda orgulhosa.
- Pequeno almoço reforçado para o menino André- falou o meu pai chamando a nossa atenção.- Bom dia mulheres da minha vida.
- Bom dia pai.
- Olá minha familia do coração.- disse a minha amiga, todos gargalhamos e demos-lhe as saudações.
- O André? Estranho ele ainda não está aqui. - perguntei deixando todos intrigados.
- Ainda deve estar no quarto! Vai lá chama-lo.

Fui em direção ao quarto do meu irmão a porta estava fechada e bati à porta, sabe se lá o que ele está a fazer.
- Mano? Então não estás com fome?- disse assim que entrei pelo seu quarto.
- Já vou Mariana!- disse me com a voz rouca.
- André, tu não tiveste a chorar pois não?
- Achas eu a chorar? Óbvio que não.
- Então porquê essa voz assim?
- Prometes que não gozas comigo?
- Vá diz lá- disse eu já ansiosa para saber.
- Andei a treinar a cantoria pra logo depois do jogo.
- Ahahahaha, só tu maninho.

Depois de eu muito gozar com ele e este dizer que eu não devia gozar com ele, fomos para a sala onde nos esperava as panquecas preferidas do meu irmão. Este ainda não tinha visto o pormenor da minha camisola.
Já íamos em direção ao caixa, o meu irmão estava muito nervoso é normal não é. O meus pais iriam pela primeira vez ver o meu irmão jogar com a camisola dos encarnados, eles bem queria ter vindo mais cedo mas o trabalho não os deixavam. Eles estavam super orgulhosos do meu irmão.
Chegamos e aquilo estava cheio, viasse adeptos por todo o lado, muitos deles conhecidos por nós eram familiares dos jogadores.
- Olá Família Gonçalves- disse o rapaz moreno alto que era conhecido por toda a família.

João Félix (Terminada) Onde histórias criam vida. Descubra agora