Capítulo 5 - Mudanças

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Desde que meu primo jogou a bomba da mudança em minhas mãos, minha vida pirou

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Desde que meu primo jogou a bomba da mudança em minhas mãos, minha vida pirou. Quer dizer eu acho que pirada já era, só virou de ponta cabeça ou algo parecido. Estou ajudando a transportadora embalar nossas coisas para a viagem. A mudança vai dois dias antes de nós e um carro da realeza vem nos buscar no sábado. Como hoje é terça quer dizer que meus dias aqui em Kalany estão contados.

Mas por falar em mudanças, a cidade pacata de linguajar indígena que cresci e vivo até hoje, não é mais a mesma desde que a rainha Vanésia veio morar aqui. As revistas contam que ela foi banida do castelo por ter dito não a um desejo do rei, me pergunto quem é esse rei que meu primo vai trabalhar. Penso por tudo que aconteceu com a rainha ele ser egocêntrico e bobo.

- O que faz? - meu primo pergunta entrando na sala sorrateiro como lhe é de costume.

- Terminando de embalar os seus livros meu primo. - digo irônica.

- Não quer descansar um pouco? Dar uma volta?

- Não vê que temos pouco tempo para enviar tudo? Acha que os livros pulam na caixa só? - pergunto sem entender o que ele quer.

- Vi tem se matado de trabalhar nessa mudança, não é justo.

- Olha Arthur só faço isso porque são nossas coisas e porque vamos viajar, é uma fase vai passar, o que não é justo é eu esperar você que trabalha tanto vir me ajudar. - digo terminando de lacrar uma caixa. - Quem mandou ter tanto livro?

Ele ri e se joga no sofá me olhando e vejo que algo o perturba.

- Vai lá primo, diz logo o que ta havendo?

- Os rumores entre os advogados no escritório é que o rei vai procurar uma esposa nova.

- Onde isso lhe deixa preocupado? - digo sem entender a preocupação.

- Quando o pai de Rei Bruno foi casar e não tinha nenhum arranjo real para fazer, todos os contatos próximos ao rei lhe enviaram sugestões, com umas ele dormiu e descartou, outras ele nem quis olhar, até que se encantou pela rainha Luanda.

- Acha que o rei vai fazer o mesmo do pai? Mas nós estamos no século XIX. - digo mostrando o óbvio.

- Dentro da realeza é diferente, existe um regimento a ser seguido por eles os nobres e pelos empregados, olhe eu tenho uma cópia já que vou trabalhar com eles.

- Arthur Carrey por favor me diga o que te preocupa.

- A possibilidade de você ser obrigada a ir se apresentar ao rei. Pronto falei. - ele diz levantando e começando a andar na sala e me deixando estática na sua frente.

- Primo, eu não vou precisar ser indicada, com toda certeza isso segue uma hierarquia e até chegar em mim ele vai ter se agradado de alguém.

- Vitória eu não quero que sofra. - ele diz se abaixando perto de mim.

- Eu não vou sofrer, prometo. Lembra que agora temos um Deus de verdade conosco?

- Sim sobre isso quero lhe dizer algo.

- Outra bomba? - digo e ele afirma.

- O reino de Kalany não é cristão, o único lugar cristão é o nosso, por isso os banidos vem para cá. Por isso não podemos falar abertamente de Cristo lá, mas quero continuar servindo Ele.

- Isso com toda certeza, eu achei o diário de mamãe na arrumação e já comecei a ler, até parece que nunca havia abandonado o cursinho de idiomas.

- Sério? Ficou feliz de ler?

- Sim, ele é ótimo eu pude conhecer um pouco de mamãe, ainda falta muito a ler, nem cheguei na parte que existo ainda mais sinto como ela amava Deus e quero ser assim.

- Fico feliz, pois eu também quero ser assim, bem espiritual. Vou te ajudar com as caixas e vamos jantar fora hoje. - ele diz me abraçando e beijando o topo de minha cabeça como sempre faz.

Ninguém explica DeusOnde histórias criam vida. Descubra agora