Estamos a quase uma semana eu e minhas criadas orando e se consagrando, o rei viajou com Jarbas e os ministros, sem data para retornar. Eu só choro desconsolada com tanto problema recaindo sobre nós. Minhas servas que se converteram após a minha chegada aqui estão temerosas por suas vidas. Ninguém sabe o que fazer até que Ana se pronuncia.
- E se você contar tudo ao rei? - ela diz num roupante nos fazendo levantar a vista para onde ela vinha entrando. Meus olhos são só lágrimas desde o dia que recebi a ligação de Arthur.
- Seria muito lindo uma rainha indo fuxicar do primeiro ministro. - digo. - Sabe que não tenho boa visibilidade com o rei. - volto abaixar minha cabeça.
- Não, a ideia é boa, só precisa ser estruturada direito. - diz Dona Dolores se levantando e começando a andar.
- Eu também acho. - diz Nicole a mais calada do grupo.
- Então as três cabeças que concordam com esse absurdo, me digam como vou conseguir esse milagre? - digo levantando também e secando as lágrimas.
- Filha vai haver o aniversário do primeiro ministro, será uma grande festa na praia, perto do palácio. Dois dias depois será a execução dos cristãos.
- Quer que eu vá a uma festa? Pior, quer que eu finja que está tudo bem? - digo horrorizada.
- Samara pensa, precisamos impedir o ministro de matar todo mundo e precisamos de você para isso, se não vai ser na festa pode ser em outro momento. - Ana diz gesticulando.
- Na festa eu não piso nem que seja para ganhar minha vida. - digo convicta. - Mas podemos planejar algo que seja um presente da rainha para ele e nessa deixa o rei descobrir os planos dele de tomar o trono. - falo começando gostar da ideia absurda das três.
- Porque a rainha não oferece um almoço ao aniversariante? - Nicole fala e aponto para ela gostando da ideia.
- O único problema seria onde e como fazer. - Dona Dolores fala.
- No meu jardim particular. - aponto para o lugar que fica logo atrás do meu quarto. - Só para ele e para o rei. - digo.
- Então como faremos para os convidar? - Ana pergunta e vejo que todo mundo gostou da ideia.
- Eles chegam amanhã e já tem reunião agendada, me informei com a secretária hoje cedo. - Dona Dolores diz.
- Amanhã também termina nosso tempo com Deus, então após o almoço irei até o parlamento.
- Está louca? - Ana brada.
- É a única maneira de chegar até Bruno, ele nem minhas ligações atende mais. Manda dizer que me ama pela secretária.
- Filha, se o rei se aborrecer com sua entrada lá, será executada. - Dona Dolores diz.
- Meninas, eu vou até lá, se for de Deus eu serei recebida, se não for perecerei. - Elas me olham por algum tempo ainda e se juntam para me abraçar.
- Bruno não poderia ter encontrado rainha melhor. - Dona Dolores diz.
Juntas damos as mãos e fazemos uma oração por nosso propósito combinado. Depois eu alerto a elas que não digam a ninguém sobre o que combinamos e vou um pouco para a biblioteca afim de orar só uns instantes. Percebo vários guardas diferentes pelos corredores e ao voltar para meus aposentos comento com as meninas, que passam a observar também.
- É mesmo tem vários guardas diferentes dentro do palácio. - Ana diz.
- Eu vi agora quando fui na biblioteca, sempre gosto de cumprimentar os guardas no caminho e não lembro de ver nenhum dos que estavam na guarda hoje.
- Isso é coisa do ministro. - Dolores diz.
- Amanhã vejo com Jarbas. - Julia diz e nós rimos do jeito apaixonado dela.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Ninguém explica Deus
EspiritualLivro 12 Vitória é uma jovem que ficou órfã muito cedo e passou por grandes tribulações, lutas e dificuldades, até que sua vida é transformada por uma grande mudança que acontece a deixando sem reação. Essa história é uma prova viva que ninguém pode...