Capítulo 10 - Partindo

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Quando Arthur chegou em casa passava das onze da noite, percebeu o silêncio que estava e deduziu que ela estaria dormindo

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Quando Arthur chegou em casa passava das onze da noite, percebeu o silêncio que estava e deduziu que ela estaria dormindo. Foi até seu quarto, bateu algumas vezes na porta e não a ouviu falar ou abrir a porta, então lentamente ele abriu a porta e constatou que ela estava em um sonho muito sereno e tranquilo. Se aproximou dela e ajoelhando perto da cama tocou levemente seu braço para despertá-la.

- Oi primo, não ouvi você chegar. - ela diz despertando.

- Oi minha prima, eu cheguei agora e preciso lhe falar. - ele diz levantando e indo em direção a porta. - Vista-se estarei na sala.

A menina ficou olhando para ele com cara de interrogação, pensando em algo que fizesse o primo a acordar inclusive atrapalhando o lindo sonho que estava tendo.

- Oi estou aqui. - ela diz entrando na sala ainda amarrando o roupão em sua cintura fina.

- Sente-se Vitória preciso lhe dizer algo.

Então ele passou a contar tudo que ocorrera na praça, desde a escolha das quase quarenta moças até o chamado dele no palco.

- Porque? - ela pergunta se levantando? - Porque esse rei pensa que tem o direito de ameaçar para conseguir o que quer? E porque eu?

- Minha flor, ele quer mulheres bem educadas e que possam frequentar a sociedade, pensa ele que escolhendo no meio dos maiorais no palácio está resguardado.

- Nós não somos maiorais. - ela afirma apontando para os dois. - Nem sei lidar em sociedade.

- Vi, se não quiser ir tudo bem por mim.

- Tudo bem? Acha que tenho peito para ver você sendo executado porque me neguei ser amante do rei?

- Olha o melhor amigo do rei o Jarbas, se compadeceu de nós e me prometeu te ajudar não ser preciso se deitar com ele.

- Acredita nele?

- Sim. Se eu não confiar na palavra do eunuco do rei eu vou confiar sua proteção a quem? Claro que já orei e pedi a Deus que fizesse o melhor para sua vida. Se for escolhida rainha Vi, quem sabe não será por um propósito?

- Não seja tolo meu primo, esse rei de meia pataca não vai escolher a rainha nessa seleção ele só quer um jeito de recriar o jardim das mulheres do rei que o pai dele sendo justo acabou. - ela diz magoada. - Vou me arrumar e ajeitar alguns pertences para levar.

Vi minha menina subir desanimada para seu quarto e me pus a orar novamente, pedia a Deus não para a livrar de algo que sei que não poderia, mas para a proteger e esconder da maldade do rei. Ainda estava orando quando senti o cachorro perto de mim e o olhando vi que trazia consigo um livro, indo olhar o que era percebi ser o diário da mãe dela e ao abrir caiu na parte onde tinha o significado do nome de Vi.

- Porque está com meu diário? - ela pergunta descendo as escadas com uma pequena mala em mãos e vestida em um jeans básico.

- Foi o Tob quem me trouxe, mas olhe que interessante, quando abri foi mesmo nessa página. - passo o diário aberto para ela.

- Samara, o S misterioso do meu nome. - ela diz passando a mão no diário.

- Significa protegida de Deus, vai ser esse o nome que você vai usar no palácio prima. Vitória caracteriza nome cristão e você sabe que essa terra tem mil deuses.

- Como você quiser primo. - ela diz colocando o diário na bolsa. - Vamos?

- Vamos, antes que os guardas pensem que vamos fugir.

- Nem me fala.

- Olha, não pense que está indo para o seu mau, pense que em tudo Deus tem um propósito só tem que descobrir o que te leva ali.

- Tudo bem, Deus me deu paz no coração quando orei lá em cima.

- Ótimo então. Vamos que vou lhe apresentar a Jarbas.

Esperei ela se despedir do Tob e da casa e a guiei até o carro com o coração apertado, mas confiante que nosso Deus estaria no comando a partir de agora mais ainda.

Quando chegamos perto da  van do palácio onde Jarbas nos aguardava já ansioso andando de um lado para outro eu os apresentei e ele se mostrou confuso com o nome da minha prima, ignorei o fato e me despedi dela.

- Deus a proteja e guarde prima. - digo a abraçando e sinto que ela chora.

- Se cuida viu, vê se arruma uma namorada. - ela diz deixando as lágrimas rolar.

- Vou tentar mais está difícil. - digo tentando rir.

- Vamos senhorita? - Jarbas fala. - Arthur, não se preocupe ela vai estar em boas mãos e lhe garanto que cuidarei dela muito bem.

- Eu confio em ti. - digo apertando a mão dele.

Eles entram na van e fico olhando o carro partir até dobrar a esquina para poder ir para casa, arrasado.

Ninguém explica DeusOnde histórias criam vida. Descubra agora