Capítulo 12 - De frente para o rei

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2 meses depois

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2 meses depois...

Faz dois meses que estou no palácio, passamos por tratamentos de pele, aulas de etiqueta e história e a cada dia eu fico mais encantada com a família real, são pessoas completamente diferentes das que imaginei. Tenho saudades da minha vida pacata, mas não posso negar que minha estadia aqui seja ruim, das 40 selecionadas só 15 estão conosco, após a primeira entrevista com a psicóloga as outras foram desclassificadas. Engraçado, eu sempre pensei que nunca seria aprovada por uma psicóloga e me enganei.

Eu e Julia estamos muito amigas, nossos quartos são um do lado do outro e quase nunca dormimos separadas, sempre dormimos juntas e não após fazer um culto entre nós duas. Já fizemos festa do pijama e noite de guloseimas. Para nos apoiar temos Olga e Ana nossas damas de companhias. Eu não gosto muito da ideia de fazer alguém de empregado, mas fazer o que se são regras do palácio. Sou feliz que consegui fazer amizade com quase todos os empregados que pude visualizar.

Sempre troco e-mail com meu primo, ele agora é o tesoureiro real e vive no castelo mais que em casa. Ficou amigo de dona Dolores e ela vive trazendo recados para mim da parte dele. Sobre o rei eu ainda não o vi. Dizem que chegou de viagem e que vai começar chamar as meninas para sair, mas Jarbas me garantiu que não vou dormir com ele então estou tranquila. Sei bem colocar um rei no seu lugar.

As criadas pessoal do rei Dévela e Talya também já são minhas amigas e me garantiram que ele é bem tranquilo, desconfio de Dévela com Jarbas mais os dois negam então não posso fazer nada.

- Samara!  - Julia grita meu nome me despertando de meus pensamentos e quase caio do banco.

- Ai garota, quer me infartar? - pergunto colocando a mão no peito.

- Faz mais de meia hora que falo com você e não me ouve.

- Desculpa Ju, estou distraída hoje, com essa tal de coletiva que vamos dar. - digo mostrando a ela o papel com a programação que vamos dar.

- Era isso que ia te dizer, ouvi lá na cozinha a Dévela falar que hoje tem eliminação também.

- Sério? - pergunto pasma. 

- Sim, parece que o rei está decido a sair só com dez moças.

- É bom para quem já saiu e quem vai sair hoje. Não fica na obrigação de estar debaixo do mesmo teto que ele.

- Porque o odeia tanto?

- Eu não o odeio, respeito e acho linda a história da família dele, mas essa seleção é uma palhaçada e estar aqui obrigada é um castigo.

- Eu sei, mas até já me acostumei estar no palácio. Se não for rainha, gostaria de ser uma criada. A vida aqui é melhor do que de onde venho.

- Vem amiga estão nos chamando para a tal coletiva real. - digo fazendo gestos e ela ri. - Olha só seja você mesma viu.

- Sim majestade. - ela diz e faço uma careta.

Na entrada da sala onde se fará a coletiva, fico sabendo por Jarbas que estou entre as dez que vão ficar e minha cara de desapontada é inevitável.

- Não fica assim Sam, ainda tem uma chance de ser minha rainha. - ele diz pegando em meu ombro.

- E mandar te decapitar? Por favor Jarbas, quero sair.

- Não posso decidir isso, mas posso fugir da rainha se caso for você. - diz me empurrando para dentro da sala e rimos juntos.

A coletiva era para saber mais da vida das selecionadas, todos encheram os olhos de lágrimas quando contei que meus pais morreram quando era pequena, acho que porque contei chorando com saudades deles. Após a coletiva fomos almoçar e nos deram a tarde de folga que aproveitei para assistir filme com minhas amigas.

- Ana tem como me conseguir uma bicicleta?

- Não pode sair do castelo.

- Não precisava sair, só estou com saudades de pedalar.

- Que tal irmos todas pedalar amanhã? - Julia fala animada.

- Vou ver o que arrumo para nosso passeio. - Ana diz e eu sorrio fofo para ela.

Julia assistiu tanto que adormeceu no chão do meu quarto, as meninas tiveram que ir preparar as nossas roupas do encontro com o tal rei e eu fiquei entediada e resolvi dar uma volta pelo castelo.

Andando pelo palácio encontrei a biblioteca e não exitei em entrar para procurar algo que me agradasse ler. Olhei para os lados não vi ninguém então empurrei a grande porta e adentrei a biblioteca que só ela era do tamanho da minha escola antiga. Fiquei distraída olhando as enormes fileiras de livros e decidi pegar um romance para ler. 

Ao pegar o livro venho com ele já folheando e lendo as primeiras páginas quando esbarro em algo grande e macio.

- Put's! - digo me abaixando para pegar o livro no chão. - Desculpa vinha distraída. - digo e levanto a vista para a pessoa na minha frente que nesse momento estava cruzando os braços.

- O que faz aqui?

- Eu é hum eu... - fico tentando achar as palavras e desviar minha vista da dele mais os seus olhos claros me prendem a si.

- Estou esperando a resposta. - diz me oferecendo a mão para eu me levantar.

- Eu eu achei que não tinha problemas entrar e pegar um livro para ler. Vou colocar no lugar. - digo e viro-me para colocar o livro no lugar. - Não sei para que tanto livro se não se pode ler. - resmungo e acho que ele ouviu.

- Não guarde o livro. O rei deixa você ler esse e quantos quiser. - ele diz e eu o olho novamente.

- Quem te garante que depois não vou ser presa por roubo?

- Eu te garanto. - ele diz rindo.

- Posso mesmo ler ele no meu quarto?

- Pode se alguém reclamar o desaparecimento de um livro vou dizer que está no quarto lilás.

- Sabe onde durmo? Quem é você?

- Bom mocinha, se não sabe quem sou então acho que deve ir estudar mais. Acho que já passaram pela aula de história.

Eu fico olhando para ele e me lembrando da foto da família real e penso se ele é algum primo do rei, se bem que são bem parecidos mesmo.

- Faz parte da família real? - pergunto mais olhando para o livro em minhas mãos do que para ele.

- Porque pareço?

- Eu tentando lembrar da foto de vocês no corredor central e acho que parece um pouco com eles sim, sem falar que me emprestou o livro com tanta propriedade.

- Digamos que sim. O que acha dessa seleção?

- Acho uma palhaçada. - me toquei da besteira que disse e coloquei a mão na boca. - Desculpa eu não devia ter dito isso.

- Não se desculpe eu também acho.

- Sério?

- Diga o que pensa.

- Quando cheguei aqui eu pensei que talvez o rei estivesse tentando montar um harém particular, mas tendo em vista que ele nunca se apresentou a nós e já eliminou mais da metade das moças intactas penso que ele possa ter medo de conhecer alguém por seus méritos e se prevalece nessa seleção.

(risos)

Ele ficou rindo ali na minha frente como se eu tivesse falado a maior das piadas do mundo e eu já estava ficando constrangida quando um guarda entrou e ele fazendo um gesto de silêncio paa o guarda o acompanhou me deixando sem entender.

Ninguém explica DeusOnde histórias criam vida. Descubra agora