Nashville, USA.Uma brisa suave bateu-me de leve na cara fazendo os meus cabelos loiros esvoaçarem.
A paragem de autocarro estava deserta e não me apeteceu nada ficar parada à espera por isso peguei na minha única mala e continuei pelo caminho de terra com as marcas recentes dos pneus dos carros.
Nashville. Dentro de um dos condados mais conhecidos dos USA, Tennesse, existe uma cidade muito pouco populada. Pessoas de todo o mundo conhecem-na por Nashville, para mim, casa.
Ligeiramente afastadas dos grandes prédios e das construções clássicas existe uma espécie de castelo, no meio dos montes com magia que impede humanos de ver para além desse castelo.Dentro desse véu encontra-se a minha casa, o Instituto de Nashville.
Poucos residem, para além de mim e do meu inseparável grupo, existem no mínimo mais dez a quinze alunos. E alguns adultos responsáveis, aliás quase nenhum sem ser Jace.
Dos poucos alunos que existem, só no mínimo oito assistem as aulas propostas pelo Instituto. Nessas aulas aprendemos a defender-nos e sobreviver, estudamos os diferentes tipos de demónios.
Por esta altura do ano, quase Natal, estaria completamente vazio. Afinal todos eles têm casas felizes para que voltar, eu também tinha a minha. Acabei de chegar de lá. Os meus pais e irmã mais velha encontram-se ligeiramente perto e ao mesmo tempo não, vivem na mesma casa que vivemos toda a vida, o Instituto de Los Angeles.
Comecei a reconhecer o caminho mais acidentado e eu sabia que em breve erguer-se-iam as torres do instituto, bem como todos os seus problemas.
Mas há uma tranquilidade nos seus problemas, aqueles que se resolvem com as pessoas que confiamos lado a lado, ao contrário dos problemas pessoais que só se acumulam e se for para enfrentar tem de ser sozinhos.Na entrada do Instituto encontrava-se uma rapariga embrenhada num canteiro com algumas flores que pareciam mortas.
Reconheci-a mesmo sem lhe ver a face, os cabelos castanhos longos e fartos caiam-lhe pelas costas presos numa trança que a deixava ainda mais querida e fofinha. Sem dúvida a nossa adorada Angie."Olá amiga." Falei assim que cheguei ao pé dela.
Ela sobressaltou-se e acabou por cair de rabo na terra trás. Olhou na minha direção e abriu um sorriso enorme. Já fazia umas semanas que não nos víamos, para nós melhores amigos de uma vida pareciam anos. Ela levantou-se e abraçou-me com imensa força.
"Sara." Ela disse em tom de cumprimento.
"Que fazes na rua?" Perguntei sentindo uma aragem fria a passar por nós.
"Promete que não gozas."
"Tentarei." Cruzei os braços já a rir. Aposto que esqueceu as chaves.
"Esqueci a chaves." Desatei a rir e ela deu-me uma cotovelada. "Prometes-te que não gozavas."
Ainda a rir, tirei as minhas chaves do bolso e abri o cadeado que fechava a grande porta. Normalmente os Institutos apenas se abrem perante mãos de Caçadores de Sombras, que é o que nós somos, mas para redobrar a segurança, instalamos um grande cadeado e quando há muita a gente a ir embora fechamos e apenas as pessoas da 'casa' tem a chave.
Há uns anos atrás houve uma guerra, uma grande guerra, onde caçadores de sombras viraram-se contra caçadores de sombras. Depois disso e apesar de ter sido uma coisa rara, o nosso mentor não gosta de correr riscos e achou que medidas humanas não seriam tão más assim.
Claro que medidas humanas com um pouco de magia à mistura, sem a chave o cadeado não se abre e é indestrutível.A porta abriu e o silêncio tão pouco habitual fez-se ouvir. Não que isto costume ser uma barafunda, mas pelo menos parece que há almas vivas.
"Como foi as tuas férias? Com a tua mãe e isso?" Angélica perguntou enquanto andávamos pelos corredores conhecidos.
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Parabatai
RomantizmHá muitos segredos escondidos no mundo das sombras, os filhos dos heróis da Guerra Mortal e Negra herdam a mesma pontaria para sarilhos. A volta dos antigos e a apresentação dos novos caçadores de sombras. O futuro é fruto do passado. Promessas eter...